Equipes da F1 discutem ameaça do Coronavírus ao GP da China
As equipes da F1 vão discutir a situação do GP da China nesta quarta em reunião do Grupo de Estratégia, em meio às especulações do evento ser adiado ou cancelado
Desde o início do ano, o surto do Coronavírus na China tem deixado o mundo do esporte em estado de atenção, incluindo o automobilismo. Após o anúncio da Fórmula E de adiar o ePrix de Sanya, marcado inicialmente para março, a Fórmula 1 também monitora a situação do país devido ao GP da China, em abril.
As equipes da F1 também estão prontas para discutir sobre o assunto. Na próxima quarta-feira (05), as dez equipes devem abordar o caso, devido ao aumento dos rumores de cancelamento do GP, durante uma reunião do Grupo de Estratégia da F1. O surto do Coronavírus, que está sendo classificado como uma emergência mundial pela Organização Mundial da Saúde, já levou ao cancelamento de diversos eventos esportivos, como o Mundial de Atletismo Indoor.
Apesar dos chefes da F1 e da FIA estarem monitorando a situação, o crescente problema no país sugere que o surto não deve chegar ao fim tão cedo - o que leva às dúvidas sobre a viabilidade em realizar a prova em Xangai no dia 19 de abril. Falando para a imprensa em um evento em Londres nesta segunda-feira, o chefe da Red Bull, Christian Horner, disse que as equipes devem acatar a decisão da FIA e da F1 sobre o assunto.
Perguntado pelo Autosport/Motorsport.com se ele se sentia confortável em mandar sua equipe para a China, Horner respondeu: "No momento nós não poderíamos mandar ninguém porque não há como chegar lá".
"Olhem, a FIA é o órgão regulador, a Liberty é a promotora. Eles são responsáveis pela saúde e bem-estar não apenas dos pilotos da F1, como também de todo o pessoal envolvido e os correspondentes de imprensa".
"Eu tenho certeza de que eles analisarão tudo que estiver disponível sobre a situação antes de tomar uma decisão, seja ela de adiar a realização da prova ou cancelar. Então temos que acreditar no julgamento e no conhecimento deles. Mas logicamente estamos monitorando a situação, que é pauta da reunião de quarta-feira do Grupo de Estratégia, quando vamos receber uma nova atualização".
Nos últimos dias surgiram rumores de uma opção que tem sido apresentada pelos organizadores do GP da China: a de inverter datas com o GP da Rússia, atualmente marcado para 27 de setembro. Isso garantiria à China uma janela de tempo maior para lidar com a situação e manteria o calendário com 22 etapas. Porém, a ideia foi rejeitada pelos organizadores russos, que afirmam não ter interesse em inverter as datas.
Um porta-voz do GP da Rússia afirmou: "A data para o GP da Rússia de 2020 foi determinada em outubro do ano passado e não mudará".
O piloto da Red Bull Max Verstappen diz não estar muito preocupado com a situação do GP da China: "No momento a situação não parece muito boa, mas ainda há muito tempo, então não estou tão preocupado com isso agora", afirmou. "É como o Christian disse, vamos esperar a decisão para ver o que acontece. Eu não me preocupo muito com as coisas. Só vivemos uma vez".
GALERIA: Confira curiosidades do GP da China de F1
O primeiro GP da China marcou a antítese de uma temporada dominada por Michael Schumacher. O alemão rodou na classificação (na época no formato de volta única) e largou de último. Na corrida, bateu com o austríaco Christian Klien, rodou sozinho e finalizou em uma distante 12ª posição. Para se redimir, ele fez a volta mais rápida da prova na última passagem...
Se o ano anterior tinha sido ruim, 2005 foi pior ainda para Schumi. Indo para o grid, ele bateu com o holandês Christjan Albers da Minardi. O alemão foi obrigado o largar dos boxes com o carro reserva. No meio da corrida, após a entrada do Safety Car, o piloto aquecia seus pneus quando perdeu o controle de seu carro e foi parar na caixa de brita. Game Over.
Desta vez a sorte sorriu para Schumacher. Na pista molhada, a Renault resolveu trocar os pneus intermediários de Alonso. A decisão se provou ruim, já que, sem trocar, Schumaher e Fisichella (companheiro de Alonso na Renault) recuperaram uma desvantagem de 20 segundos em menos de dez voltas. Fernando perdeu a corrida para Schumacher, que na ocasião assumiu a liderança do campeonato. Mas foi por pouco tempo.
O roteiro parecia pronto: saindo da pole, Hamilton estava predestinado a ganhar o título em seu primeiro ano na F1. Mas, por uma decisão ruim na gestão dos pneus intermediários, Lewis foi deixado sob ataque de Raikkonen. O finlandês passou e Hamilton tentou ir aos pits... mas ficou atolado na caixa de brita da entrada dos boxes. Ali o britânico começava a perder o título daquele ano.
Se com Hamilton a McLaren teve uma de suas melhores corridas naquele ano, com o outro carro tudo deu errado. E isso por um erro primário da equipe: colocaram para Heikki Kovalainen os pneus dianteiros trocados – esquerdo no lugar do direito e vice-versa. O piloto reclamou muito do carro e acabou furando um dos pneus dianteiros antes de ter de abandonar.
Era um dia perfeito para a Red Bull. A primeira vitória da equipe com dobradinha em uma chuvosa Xangai. Mas o troféu de construtores veio diferente dos outros entregues naquele dia. Faltou a argola do lado direito. Será que quebrou?
A imagem que ficou para a história nesta corrida aconteceu logo no primeiro treino livre. Sebastien Buemi se aproximava do hairpin quando, ao frear, suas duas rodas dianteiras se desprenderam e fizeram o suíço virar passageiro dentro do carro. Segundo o time, peças novas da suspensão dianteira foram as causadoras do acidente no mínimo bizarro.
Alvo da pressão de Vettel durante o primeiro stint da corrida, Button cometeu um grande erro ao entrar nos pits: confundiu a garagem da Red Bull com a da McLaren. O piloto perdeu a posição para o alemão após ter de se dirigir a seu box. Para piorar, o piloto perdeu nas últimas voltas o pódio para o outro piloto da equipe dos energéticos, Mark Webber, enquanto seu companheiro Hamilton vencia a primeira do ano.
Fazendo a primeira fila, a Mercedes ganharia sua primeira corrida como equipe desde 1955 naquele dia com Nico Rosberg. Mas poderia ser uma dobradinha se o time não tivesse dado sinal para Michael Schumacher sair dos pits com a roda dianteira direita mal colocada. O heptacampeão foi o único a abandonar aquele GP.
Derrotado por Vettel na Malásia após o alemão desobedecer uma ordem de não atacá-lo no fim da prova, Webber teve o início do azar que culminou em sua aposentadoria da F1. O piloto ficou sem combustível no meio do Q2 e foi obrigado a largar dos boxes. No meio da corrida, ele bateu em Vergne e quebrou sua asa dianteira. Isso lhe acarretaria uma punição para a prova seguinte, mas, antes disso, ele foi aos pits para trocar o bico e os pneus. Mal colocada, a roda traseira direita acabaria saindo na volta à pista.
A corrida vinha se desenrolando de maneira normal até a penúltima volta. Foi quando um fiscal desavisado deu a bandeirada para Lewis Hamilton. O inglês achou estranho e comentou o ocorrido com seu time. Fato é que mais tarde, mesmo com 56 voltas disputadas, foi contado o resultado ao fim da volta 54.
Já imaginou reclamar porque o piloto da frente está lento demais? Foi o que Nico Rosberg fez com Lewis Hamilton em 2015. Durante os primeiros stints, o inglês andava razoavelmente abaixo de seu ritmo quando se aproximava da parada. Rosberg, com medo de desgastar os pneus demais atrás de Lewis, achou a manobra desleal e reclamou na coletiva de imprensa. Era só ter passado, Nico...
A prova chinesa de 2016 marcou o quarto GP da história da Fórmula 1 com todos os pilotos vendo a bandeirada. A temporada de 2016 ainda marcou a quinta prova sem abandonos, no GP do Japão.
Provido à Mercedes após a aposentadoria de Nico Rosberg, Valtteri Bottas fazia apenas sua segunda prova pela equipe quando acabou sofrendo um grande revés na China. O finlandês rodou durante um Safety Car após colocar pneus de pista seca, lembrando em Schumacher em 2005. Ele ainda conseguiu voltar e finalizou a prova em sexto.
Daniel Ricciardo viveu emoções bastante distintas no GP da China de 2018. O piloto teve uma falha no turbo no terceiro treino livre e quase não pôde participar da classificação devido a um reparo feito às pressas. Ele saiu no fim do Q1 e no final se classificou em sexto. Na corrida, com uma sorte em um Safety Car, ele trocou de pneus e passou por Verstappen, Hamilton, Vettel, Raikkonen e Bottas para ganhar a prova.
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Jonathan Noble
Fórmula 1
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