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F1: Cobiçado pela Ferrari, Newey já recusou três ofertas da equipe ao longo dos anos; saiba mais

Engenheiro britânico já foi sondado inúmeras vezes pela Ferrari, inclusive para comandar um programa na Indy

Adrian Newey, Chief Technology Officer, Red Bull Racing inspects the car of Charles Leclerc, Ferrari on the grid

Com a saída da Red Bull confirmada para o começo de 2025, o mundo da Fórmula 1 quer saber qual será o futuro de Adrian Newey na categoria. Muitas equipes se interessam pelo britânico, mas a Ferrari parece estar à frente, e próxima de contratar o engenheiro que tantas vezes cobiçou ao longo dos anos.

Em entrevistas à imprensa e em seu livro de memórias, Newey relatou detalhadamente todas as vezes que foi cortejado pela equipe italiana, e o Motorsport.com relembra com você o cenário de cada oferta feita.

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Primeira oferta: 1985

Antes de iniciar sua carreira na F1, Newey passou um tempo trabalhando na CART (hoje Indy). Ele chega ao campeonato norte-americano com 1984 com a March, como projetista e engenheiro de corridas de Bobby Rahal na Truesports. Neste período nos EUA, ele conquistou o campeonato da CART de 1985 com Al Unser e de 1986 com Bobby Rahal, além de duas 500 Milhas de Indianápolis, em 1985 e 1986.

Em meio a este período de sucesso, Newey recebeu uma oferta da Ferrari para ser o diretor de design para uma equipe da marca italiana na CART.

“Eles estavam considerando [a entrada] naquele momento. Então, tive uma visita secreta a Maranello, mas, no final, não chegaram a nada”, disse Newey à Sky Sports Itália em 2023.

Segunda oferta: 1993

Ao final de 1986, Newey se divide entre EUA e Europa, trabalhando na CART com a Newman-Haas e Mario Andretti e com a Haas Lola na F1.

Na sequência, ele volta suas atenções integralmente para a F1, assumindo o cargo de projetista chefe da March. Seu primeiro projeto foi o March 881 da temporada de 1988. Em 1990, ele é promovido a diretor técnico e passa a ganhar reconhecimento, recebendo uma oferta da Williams em 1991.

No auge da Williams, Jean Todt assumia o comando da Ferrari com a promessa de encerrar o jejum de títulos que a equipe vivia desde 1979. Newey foi oficialmente um de seus primeiros alvos.

“Nos pegaram no aeroporto de Bolonha e nos levaram discretamente a uma casa de campo de Jean, onde Gerhard Berger nos esperava, entre outros”, relembrou Newey em seu livro de memórias. “Jean queria um novo diretor técnico e oferecia condições muito atrativas, mas logo quis saber o que ele pensava de Michael Schumacher, e queriam contratá-lo para 1996”.

Newey recusou a oferta, afirmando que a lealdade a Ayrton Senna foi um fator importante neste momento.

“Seria um sacrilégio trabalhar com Michael tão pouco depois da morte de Ayrton. Schumacher era, sem dúvidas, um piloto a ser temido pelos rivais e provavelmente o melhor naquele momento, mas não tinha esquecido Ímola e as conversas com Ayrton, que, provavelmente, tinha se dado conta de algum truque de Schumacher [em seu carro]”.

Ferrari tentou contratar Newey várias vezes desde os anos 1980

Ferrari tentou contratar Newey várias vezes desde os anos 1980

Foto de: Mark Sutton

Terceira oferta: 2014

Quase duas décadas se passaram entre as investidas da Ferrari. Nesse período, o time italiano havia vivido sua fase de maior sucesso na categoria, enfileirando cinco anos de domínio com Schumacher, além de muitas outras lutas por títulos.

Já Newey havia saído da Williams em 1996 com destino à McLaren em 1997, onde ficou até 2005, tendo um papel na conquista dos dois títulos de Mika Hakkinen em 1998 e 1999.

Depois, o britânico iniciou sua trajetória na Red Bull em 2006, precisando de alguns anos e uma mudança no regulamento para colocar a equipe austríaca em condições de brigar por títulos, iniciando em 2010 um período de dominação que durou até o fim de 2013. Neste momento, a Ferrari amargava um período sem títulos e, neste contexto, a marca italiana fez a investida mais pesada para cima de Newey.

“Eles já tinham me cortejado antes, mas desta vez foram pesados”, disse Newey em sua biografia. “Fui para a Itália me reunir com Luca di Montezemolo, então presidente da Ferrari, na Toscana. Negociamos uma oferta muito generosa. Luca queria confiar a mim toda a marca Ferrari: carros esportivos e de competição”.

“Poderia ter disfrutado de um estilo de vida de uma estrela de cinema e com um salário incrível, muito mais que o dobro que recebia na Red Bull. Foi uma decisão muito difícil para mim. Passei muitas noites em claro, dando voltas em minha cabeça. A família, as diferentes culturas e formas de trabalhar, as possibilidades de êxito ou fracasso e suas consequências”.

A oferta foi a mais tentadora das feitas até então pela equipe italiana pelo momento em que Newey vivia com a Red Bull. O time austríaco entrou na nova era de regulamentos, em 2014, com uma ressaca do período dominante, caindo na classificação para a nova toda poderosa Mercedes.

Newey ainda estava insatisfeito com o motor híbrido que a Renault havia desenvolvido, tanto pela performance quanto pelas manobras que obrigavam o engenheiro a fazer para o ‘empacotamento’ da unidade de potência no carro. Mas ele acabou optando por seguir na equipe.

“No final, agradeci Luca e rejeitei. Por quê? Boa pergunta. Uma razão era a família, tinha de pensar nos filhos, cada um seguindo seu próprio caminho, e minha relação com Mandy [sua esposa]; Tudo isso influenciou, mas no que diz respeito, tudo se reduziu a uma constatação: não queria deixar a Red Bull. Era a minha casa depois de tudo”.

Quarta oferta: 2024

Newey confirma a saída da Red Bull no começo de 2025, tendo como estopim a mudança na forma como passou a ser tratado pelo chefe Christian Horner nos últimos meses. E enquanto o engenheiro afirma que tirará um período sabático, toda a negociação em torno de sua saída foi feita de forma que lhe permita ir para uma equipe rival assim que deixar o time austríaco.

Tudo aponta para a Ferrari como sendo a escolha de Newey, e há vários fatores que podem ter pesado nessa discussão. Primeiro, o bom time técnico que Frédéric Vasseur vem montando, com profissionais vindos da própria Red Bull e da Mercedes.

Segundo: Lewis Hamilton. No ano passado, Newey havia dito que uma das grandes tristezas de sua carreira era não ter tido a chance de trabalhar com o heptacampeão. E agora a oportunidade aparece de forma clara.

Se este de fato será o caminho de Newey, ainda não sabemos. Mas até mesmo Helmut Marko já aposta na ida do engenheiro ao time italiano. Agora, resta apenas esperar.

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Guilherme Longo
Fórmula 1
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