ANÁLISE: Entenda por que é possível tratar a Red Bull como favorita ao título na F1
Estatísticas e o momento vivido pela equipe austríaca pesam a seu favor contra a Mercedes
O GP da Estíria marcou o fim do primeiro terço da temporada 2021 da Fórmula 1. E, neste momento, temos a Red Bull na liderança dos dois Mundiais, com Max Verstappen na ponta entre os pilotos. E apesar de um bom início da Mercedes, hoje a equipe austríaca vive uma fase importante, e os números dos oito primeiros GPs ajudam a mostrar porque ela pode ser considerada favorita.
Apesar da Mercedes ter liderado os Mundiais de Pilotos e Construtores nas quatro primeiras etapas do ano (Bahrein, Emilia Romagna, Portugal e Espanha), a partir de Mônaco, a ordem de forças mudou drasticamente, e duas corridas bem abaixo da média da equipe alemã, no Principado e no Azerbaijão, abriram as portas para que a Red Bull não somente assumisse a liderança como também abrisse uma vantagem.
Entre os pilotos, Verstappen possui uma diferença de 18 pontos para Hamilton: 156 a 138. Parece pouco, mas com os dois pilotos constantemente se revezando em primeiro e segundo no campeonato, é uma vantagem que levaria cerca de três corridas para ser revertida.
Max Verstappen, Red Bull Racing, 1st position, Lewis Hamilton, Mercedes, 2nd position, Valtteri Bottas, Mercedes, 3rd position, and Helmut Marko, Consultant, Red Bull Racing, celebrate with Champagne on the podium
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
Mas como Verstappen e Hamilton não estão sozinhos nesta disputa, é importante olharmos também para os segundos pilotos de cada equipe. Apesar de um início mais lento, a vitória em Baku elevou Pérez para o terceiro lugar do Mundial, com 96 pontos. Já Bottas, que conquistou seu quarto pódio do ano no Red Bull Ring, fica bem mais atrás. Seus dois abandonos (Ímola e Mônaco), junto com a performance irreconhecível em Baku, o deixam em quinto, com 74.
Somando ambos os pilotos de cada equipe, a situação é um pouco mais cômoda para a Red Bull no Mundial de Construtores: 252 a 212, 40 pontos de diferença, sendo que em um final de semana podem ser distribuídos até 44 pontos.
Mundial de Pilotos (Após o GP da Estíria) | Mundial de Construtores (Após o GP da Estíria) |
Max Verstappen: 156 (1º) | Red Bull: 252 (1º) |
Lewis Hamilton: 138 (2º) | Mercedes: 212 (2º) |
Sergio Pérez: 96 (3º) | |
Valtteri Bottas: 74 (5º) |
Olhando para as vitórias, a Red Bull também possui uma vantagem sobre a Mercedes, com cinco triunfos contra três da rival. Entre os pilotos, Verstappen assumiu a liderança da tabela após vencer o GP da Estíria, tendo quatro agora, contra três de Hamilton, enquanto Pérez aparece no fim com um, já que Bottas ainda não conseguiu passar do terceiro lugar em 2021.
Outra estatística em que a Red Bull vem dominando em 2021 é a de voltas lideradas. Entre os oito GPs realizados até aqui nesta temporada, Verstappen acumula impressionantes 322 voltas na frente, 200 a mais que Hamilton, que vem na segunda posição.
Pérez, que foi usado mais de uma vez pela Red Bull como forma de atrapalhar o heptacampeão, prolongando seu stint na pista, aparece com 26, enquanto Bottas não fica muito atrás, com 19. No total, a equipe austríaca chega a 358 voltas lideradas, contra apenas 141 da Mercedes.
Mas apesar da clara vantagem da Red Bull nestes quesitos, especialmente pontuação e vitórias, a Mercedes ainda fica à frente da rival ou empata em outros.
Lewis Hamilton, Mercedes, congratulates pole man Max Verstappen, Red Bull Racing, in Parc Ferme
Photo by: Steven Tee / Motorsport Images
Apesar de não conseguir capitalizar tantas vitórias quanto a Red Bull, a Mercedes é a equipe que mais obteve os pontos extras de volta mais rápida, em um placar de 5 a 3. Mas, entre os pilotos, a situação é mais equilibrada, com três para Verstappen, três para Hamilton e dois para Bottas, enquanto Pérez bateu na trave no último domingo, perdendo o ponto para o britânico na última volta.
Ponto extra de volta mais rápida |
MERCEDES | RED BULL |
Lewis Hamilton: 3 | Max Verstappen: 3 | |
Valtteri Bottas: 2 | Sergio Pérez: 0 | |
TOTAL: 5 | TOTAL: 3 |
A Mercedes também está à frente entre os pódios conquistados. São dez para a equipe alemã contra nove da Red Bull, o que mostra que, apesar de nem sempre vencer, a Mercedes sabe capitalizar as oportunidades de ponto, colocando seus dois pilotos entre os três primeiros, como foi o caso do GP da Estíria, com Hamilton em segundo e Bottas em terceiro.
Mas é Verstappen quem mais possui resultados entre os três primeiros: são sete, incluindo suas quatro vitórias, contra seis de Hamilton, que não foi ao pódio em Mônaco e Baku, enquanto Bottas tem quatro e Pérez apenas dois.
Outro ponto de equilíbrio são as pole positions. E nesse quesito ainda temos uma terceira equipe bem próxima na disputa. Enquanto Mercedes e Red Bull possuem três poles cada, a Ferrari completa a tabela com duas. Verstappen lidera isolado entre os pilotos, com três, enquanto Hamilton e Leclerc possuem duas cada e Bottas uma.
Mas de nada adianta sair da frente se você não cruza a bandeira quadriculada. Entre os pilotos das duas equipes, dois deles percorreram todas as voltas realizadas no ano até aqui: Pérez e Hamilton, que acumulam 504 giros cada, tendo 100% de aproveitamento no ano.
O abandono de Verstappen no Azerbaijão o coloca um pouco mais abaixo, em sexto na tabela geral da F1, com 498 voltas. Já os problemas de Bottas em Ímola e Mônaco o deixam na lanterna de todo o grid. O finlandês percorreu apenas 422 voltas, tendo 83,73% de aproveitamento.
Somando os pilotos, a Red Bull fica atrás apenas da McLaren em número de voltas percorridas no ano, com 1002, enquanto a Mercedes é a antepenúltima, com 926.
Voltas percorridas no ano |
PILOTOS | EQUIPES |
Lewis Hamilton: 504 / 100% (1º) | Red Bull: 1002 (2º) | |
Sergio Pérez: 504 / 100% (1º) | Mercedes: 926 (8º) | |
Max Verstappen: 498 / 98,81% (6º) | ||
Valtteri Bottas: 422 / 83,73% (20º) |
Enquanto alguns números mostram uma certa paridade entre Mercedes e Red Bull, é notável a vantagem que a equipe austríaca possui naqueles que realmente contam para a disputa do campeonato: pontos e vitórias. Mas a proximidade da marca alemã mostra que, apesar do que vimos nas últimas quatro corridas, ainda não é possível descarta-los da luta pelo título.
O que pesa favoravelmente à Red Bull atualmente é o momento. A equipe vem de quatro vitórias consecutivas, de Mônaco a Estíria, dando à Mercedes seu maior jejum desde o início da era híbrida, em 2014.
McLaren pit crew members attempt to assist Valtteri Bottas, Mercedes W12, in the pit lane
Photo by: Steven Tee / Motorsport Images
Outro ponto que ajuda na construção do caso da Red Bull é a sua eficiência perante a Mercedes. Se em termos de pit stops a equipe austríaca é soberana, é evidente que seu percentual de erros caiu consideravelmente neste ano, anulando algumas fraquezas do passado como erros de estratégia, enquanto a Mercedes vem sofrendo neste departamento em 2021.
E apesar de ser visto como blefe por muitos, o anúncio de Toto Wolff de que a Mercedes não seguirá com o desenvolvimento do carro de 2021 pode sim ser interpretado como um indicativo de que a balança pode pesar ainda mais a favor da Red Bull, principalmente se a equipe austríaca manter o trabalho em cima do modelo atual.
Restam três corridas até a pausa de verão da F1. E enquanto o GP da Áustria promete ser uma repetição da prova do último final de semana, o que acontecer em Silverstone e em Hungaroring podem ser determinantes para o resto da temporada.
Enquanto Mercedes e Red Bull acumularam uma vitória cada em Silverstone no ano passado, a Hungria é um território de Hamilton, que possui impressionantes oito vitórias no circuito. Mas um pulo do gato da equipe austríaca nessas quatro provas, podem deixar uma imagem clara do que é possível esperarmos do resto do ano.
F1 2021: Verstappen DOMINA o GP DA ESTÍRIA, com Hamilton em um DISTANTE segundo | PÓDIO
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