F1: Por falta de provas, Aston Martin não irá recorrer a decisão dos comissários no GP da Austrália
Mike Krack, chefe da equipe Aston Martin, defende a manobra de Alonso em um comunicado, mas anuncia que a equipe não recorrerá da penalidade
A Aston Martin decidiu não recorrer da penalidade imposta pelos comissários do GP da Austrália de Fórmula 1 a Fernando Alonso, por ter violado uma regra do código esportivo da categoria. Os comissários avaliaram que Alonso freou antes para evitar que George Russell o ultrapassasse.
Mike Krack, chefe da Aston Martin, explicou em um comunicado à imprensa que a equipe não irá contestar a decisão, apesar de não concordar com punição de 20 segundo aplicada a Alonso. Krack destacou que a equipe não conseguiu reunir nenhuma nova evidência, portanto o recurso se torna automaticamente inadmissível.
"Fernando recebeu uma penalidade de 20 segundos quando não houve contato entre ele e o carro que o seguia, e essa é uma pílula particularmente amarga de engolir. Mas nós aceitamos a decisão", dizia o comunicado.
O acidente de George Russell, Mercedes W15
"Fizemos o nosso melhor, mas sem novas evidências, não conseguimos obter o direito de rever a penalidade imposta a Fernando.", explicou.
Krack, assim como vários membros da Aston Martin já fizeram nos últimos dias, fez questão de defender fortemente Alonso contra as críticas que, com razão, choveram sobre ele pela manobra que causou o acidente de Russell.
"Estamos todos muito felizes e aliviados pelo fato de George não ter se ferido no acidente. Quero que vocês saibam que apoiamos totalmente o Fernando. Ele é o piloto mais experiente da Fórmula 1, já disputou mais GPs do que qualquer outro e tem mais de 20 anos de experiência. Ele é um campeão mundial múltiplo em várias categorias".
"Fernando é um piloto fenomenal e estava usando todos os meios para terminar a corrida à frente de Russell, assim como vimos no ano passado contra Pérez no Brasil. Essa é a arte do automobilismo no mais alto nível.", escreveu.
A defesa contra Fernando é compreensível por parte de sua equipe, o que não é surpreendente. Mas é igualmente claro que os comissários tinham todos os elementos necessários - telemetria, imagens, rádio da equipe e as palavras dos pilotos - para tomar uma decisão sobre a manobra de Alonso.
Alonso, ao chegar à curva 6, tirou o pé do acelerador mais de 100 metros antes do que havia feito até a volta anterior com a intenção - segundo ele - de sair melhor da curva. Fernando então freou, reduzindo a marcha em um ponto incomum.
Comparação da telemetria das voltas 56 e 57 de Alonso no GP da Austrália
Foto de: Gianluca D'Alessandro
Isso levou os comissários de pista a acreditar que a manobra de Alonso violou a regra 33.4 do regulamento esportivo, que diz: "Em nenhum momento um monoposto pode ser conduzido lentamente de maneira desnecessária, errada ou de qualquer forma potencialmente perigosa para outros pilotos ou qualquer outra pessoa".
É verdade que Alonso também tirou o pé do acelerador para recarregar as baterias e ter mais energia disponível para o resto da volta, mas a redução de 35 quilômetros por hora em relação à volta anterior naquele trecho vai contra a regra 33.4, porque o AMR24 número 14 estava sendo conduzido lentamente de uma forma potencialmente perigosa para os outros pilotos.
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