Análise

F1: Por que a Williams não é uma escolha tão maluca para Sainz

Futuro a longo prazo da equipe de Grove parece ser mais promissor

Carlos Sainz, Ferrari SF-23, Alex Albon, Williams FW45

Como um dos três vencedores na Fórmula 1 em 2024, é quase inacreditável pensar que Carlos Sainz pode se juntar a Wiliams, equipe que ainda não marcou nenhum ponto neste ano.

Mas, enquanto os burburinhos no paddock aumentam sobre as possíveis conversas com o time de Grove por parte do espanhol, uma análise mais profunda sobre o que a Williams pode oferecer, mostra que talvez não seja uma opção tão maluca assim.

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Claro, como um piloto de alto calibre que já mostrou que consegue disputar de igual para igual com os melhores, a preferência de Sainz, obviamente, é se colocar em um assento de uma equipe que tenha condições de vencer em 2025.

Mas, com Red Bull e Mercedes claramente não se esforçando para contar com o espanhol, a medida que se comprometem com outras peças, Sainz ficou com um conjunto menor de opções. A escolha mais fácil seria aceitar o dinheiro e a segurança de um contrato de múltiplos anos com a Audi.

Isso garantiria a ele várias temporadas na F1, apoio total de uma equipe de fábrica e a possibilidade de fazer parte de um projeto empolgante. Mas também existe os riscos e as desvantagens e a maior delas possa ser o passo atrás em relação à competitividade. 

Enquanto a Audi colocou uma quantia imensa de dinheiro na sua entrada na F1 e na criação da sua unidade de potência para 2026, a Sauber é uma equipe que vem de muito tempo. Devido a alguns subinvestimentos nos últimos anos, a Sauber precisa seguir com o recrutamento de alto nível para colocá-la no mesmo patamar das outras equipes, além da necessidade de melhoria na sua infraestrutura na fábrica em Hinwil.

Isso são coisas que levam tempo para gerar impacto e o atual carro apresenta dificuldades para entregar a consistência necessária para brigar por pontos, a realidade é que dificilmente haja uma grande mudança nos próximos anos.

Isso pode significar que Sainz, caso aceite a proposta da Audi, pode sair da Ferrari - uma equipe que luta por vitórias todo fim de semana, para a Sauber, um esquadrão que talvez posso lutar para avançar ao Q2. O que não é uma prospecção animadora.

Neste momento, a Williams não parece muito melhor que a Sauber em relação ao ritmo, mas a equipe tem sido clara sobre o potencial em relação a uma rápida melhora. E isso pode ser o motivo do chefe da equipe, James Vowles, ter sido tão público no último fim de semana em Ímola ao revelar que o FW46 está acima do peso. 

"O carro que estamos usando este ano é cerca de quatro décimos e meio mais lento por volta, pelo fato de estar acima do peso", disse Vowles, que acredita que pode se livrar do excesso de peso nas próximas corridas. Se você tirar os 0.45s que Vowles disse estar na mesa por conta do peso, isso colocará a Williams em uma situação de competitividade. 

Além do fator do peso, Vowles está usando o investimento dos donos da equipe, Dorilton Capital, para melhorar a infraestrutura de Grove e colocá-la novamente em igualdade de lutar contra os outros times novamente. 

E não há prova melhor em relação ao futuro da equipe que o fato de Alex Albon, que foi o primeiro a recusar a Red Bull para 2026 caso tivessem um assento livre, se comprometeu por mais anos com seu atual time. Talvez o movimento da Williams de 'prender' Albon seja na intenção de mostrar aos outros pilotos como o futuro do esquadrão é promissor.

A longo prazo também, especialmente com a F1 'na porta' da nova era de regulamentos em 2026, o fato da Williams já ter um acordo de motor com a Mercedes é um bônus, já que 'fofocas' repetidas alegam que os testes na fábrica estão mostrando resultados impressionantes.

Contudo, o principal ponto de atração que a Williams pode oferecer a Sainz em relação à Audi é a flexibilidade. A oferta da Audi prenderia o espanhol por um longo período, o que significa que ele estaria preso a tudo que o fabricante alemão produzir - o que pode ser uma grande aposta.

Isso pode ser uma ótima notícia se a Audi começar a correr, mas se as coisas demorarem um pouco para acelerar – e não vamos esquecer como a Honda lutou com seus primeiros motores turbo híbridos – então Sainz poderá perder os melhores anos de sua carreira.

Como ele disse em Mônaco na quinta-feira: "Apenas posso te dizer que é uma grande decisão nesse estágio da minha carreira, quero ter todas as cartas na mesa para escolher a certa e pensar sobre isso com cuidado. Eu farei 30 esse ano e o próximo projeto é o projeto que eu quero fazer funcionar e ver como será."

Williams aceitaria Sainz de braços abertos e isso provavelmente significaria ficar feliz em oferecer a ele um acordo que poderia permitir que ele se tornasse um agente livre em 2026. Isso significaria que se conseguir provar no próximo ano que está caminhando na direção certa, e a realidade do projeto da Mercedes para as novas regras se tornar mais clara, então teria a chance de convencê-lo a ficar.

Mas igualmente essa flexibilidade permitiria a Sainz ter a possibilidade de se tornar um player para o mercado de 2026 – e potencialmente um dos maiores nomes que estará livre se os primeiros lugares forem abertos. Para 2026, Max Verstappen poderia estar em movimento se o projeto do motor da Red Bull não parecesse entregar tudo o que se espera, enquanto Sergio Pérez não estaria garantido.

George Russell também estará sem contrato na Mercedes, enquanto o destino de seu segundo lugar na equipe de Brackley não está claro. Existem algumas opções tentadoras que podem surgir e que não aconteceram desta vez.

Por enquanto, nada está decidido, com a Williams também em negociações com Valtteri Bottas para avaliar quem é o melhor para ficar ao lado de Albon.

Mas assim que este fim de semana do GP de Mônaco terminar, Sainz precisará sentar e decidir o que é melhor para seu futuro a longo e curto prazo – e é uma decisão que pode muito bem definir sua carreira na F1.

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