F1: Vasseur sai em defesa da estratégia da Ferrari apesar de ira de Sainz

Carlos Sainz ficou furioso quando a Ferrari o chamou para os boxes na 33ª volta do GP de Mônaco de Fórmula 1, uma volta depois da Alpine de Esteban Ocon, a quem Sainz estava perseguindo durante grande parte da corrida.

Apesar de uma parada lenta da equipe de Enstone, Sainz não conseguiu ultrapassar o francês e sentiu que a Ferrari deveria ter sido mais paciente, pois ele tinha mais ritmo em seus pneus, que ele conseguiu economizar enquanto estava preso atrás de Ocon.

"Que merda! Foi exatamente sobre isso que eu falei", ele se enfureceu no rádio, e quando lhe disseram que o objetivo do pitstop era proteger Lewis Hamilton, ele respondeu: "Não me importo com Hamilton."

Mais tarde, Sainz demonstrou remorso por sua explosão, dizendo que "não deveria ter falado no rádio".

"Obviamente, eu estava muito rápido na volta de entrada e senti que ainda tinha muito mais tempo para entrar no ar limpo. Eu estava fazendo todo aquele gerenciamento. De repente, ir para o box me deixou frustrado."

O chefe de equipe Fred Vasseur defendeu o momento do pitstop, porque a equipe sentiu que a ameaça da Mercedes de Hamilton era simplesmente grande demais para deixar o espanhol de fora.

"Acho que foi uma boa estratégia, porque quando pedimos que ele fosse para o box, foi para evitar perder uma posição em relação a Hamilton", disse Vasseur.

"As posições são fundamentais nessa pista. Teria sido melhor prolongar se não estivéssemos correndo risco com Hamilton, mas, nessa situação, acho que foi uma boa decisão."

Sainz estava visivelmente frustrado por estar preso atrás de Ocon, fazendo tentativas ambiciosas de ultrapassagem na chicane que o deixaram com danos na asa dianteira e que Vasseur classificou como "um pouco otimistas e no limite".

Frederic Vasseur, Team Principal and General Manager, Scuderia Ferrari

Photo by: Simon Galloway / Motorsport Images

A Ferrari também decidiu não estender seus primeiros stints na esperança de cobrir qualquer chuva, como o vencedor da corrida Verstappen, Fernando Alonso e George Russell fizeram.

"Em um determinado momento, tivemos que cobrir os outros na pista para evitar perder posições e é sempre fácil refazer a corrida depois das 2h30 e dizer 'ok, se você estender o stint, poderá trocar os pneus quando estiver chovendo'", acrescentou Vasseur.

"Mas nós não sabíamos nesse estágio e estávamos na situação de perder posições em comparação com nossos concorrentes."

A Ferrari perdeu uma segunda vez quando a chuva chegou no terço final da corrida. Ocon e os dois carros da Mercedes, Hamilton e Russell, foram para os boxes na volta 55, quando a chuva se intensificou.

As Ferraris optaram por ficar mais uma volta com pneus slicks, com Sainz rodando em Mirabeau, antes de ele e Leclerc passarem cautelosamente pela piscina escorregadia em direção aos boxes.

Isso fez com que Leclerc e Sainz ficassem atrás de Hamilton e, para piorar a situação, uma dupla fila atrás de Leclerc fez com que Sainz perdesse outra posição para Pierre Gasly, da Alpine.

A dupla acabou cruzando a linha de chegada em sexto e oitavo, respectivamente, a partir do quarto e sexto lugares no grid.

Vasseur admitiu que a decisão de permanecer com pneus slicks foi uma aposta, também tomada por outras equipes em uma pista meio úmida, mas que "valeu a pena" tentar recuperar um pódio em um circuito onde as ultrapassagens são impossíveis.

"Esperávamos que a pista não estivesse tão molhada e que, se você não precisasse colocar os [pneus] de chuva, poderíamos ter terminado no pódio", explicou o francês.

"Foi uma aposta para nós, o risco não era muito alto porque não perdemos posições. Mas as coisas são como são.

"Sabíamos perfeitamente no grid que, se quisermos alcançar algo, temos que correr riscos. Não estou nem um pouco desapontado com os riscos que corremos."

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