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Fórmula 1 GP da Hungria

"Ficaria orgulhoso mesmo se me aposentasse no dia seguinte"

Dez ano depois, Fernando Alonso relembra primeira vitória da carreira e frustração por não poder comemorar

24 de agosto de 2003, circuito de Hungaroring. Aquele dia marcaria a primeira vitória de um dos grandes pilotos de sua geração, mas Fernando Alonso, às vésperas de completar 22 anos, nem pensava em títulos e em se tornar ídolo ferrarista ao descer de sua Renault ao final das 70 provas.

Alonso dominou o final de semana, marcando a pole e vencendo de ponta a ponta para depois correr para os braços do pai, José Luis, que estava em Budapeste. “O que lembro daquele dia é que meu pai estava aqui”, afirmou o espanhol, 10 anos depois da conquista. “Lembro de abraçá-lo, comemorando essa primeira vitória. Ele vem de um trabalho muito normal na Espanha, em uma fábrica de explosivos para minas, e minha mãe trabalhava em um shopping. E ganhar uma corrida, para nós, era algo que ficaria marcado para sempre, ficaria orgulhoso mesmo se eu me aposentasse no dia seguinte. Lembro de ter tido essa conversa com ele.”

Mas o dia não foi só de comemoração. Alonso também relembrou sua frustração quando foi impedido de comemorar a vitória, pois tinha de trabalhar logo cedo no dia seguinte – e na Polônia, longe da família e de amigos.

“Imediatamente depois da corrida, voei com o Flávio [Briatore] e o Trulli para a Polônia, porque tínhamos um evento na segunda-feira de manhã. Não sei por que, mas a lembrança mais forte dessa vitória é esse voo para a Polônia. Queria muito comemorar com meus amigos e minha família, queria voltar para a Espanha, e tive de ir para lá.”

Mesmo tendo de adiar as comemorações, Alonso destacou como aquela vitória mostrou para a equipe que eles estavam no caminho certo. Depois de amargar o fundo do grid nos últimos anos de Benetton, o time estava em um processo de reestruturação, que levou ao bicampeonato mundial, em 2005 e 2006.

“Também lembro do dia em si, sabíamos que tínhamos uma oportunidade. Era um momento importante também para a Renault, que estava sendo criticada pela filosofia escolhida para o motor, que era muito largo. Foi um alívio para toda a equipe ter sucesso naquele ano para preparar as bases para as vitórias nos campeonatos seguintes.”

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