Fittipaldi: Pela F1, Brasil deve se inspirar no México
Bicampeão do mundo e embaixador da corrida no México, Emerson vê Brasil em crise e crê em necessidade de investimento no kart
Emerson Fittipaldi se mostrou preocupado com o desenvolvimento de novos pilotos no Brasil. Segundo o bicampeão mundial de 1972 e 1974, o país corre risco de ficar sem representantes no ano que vem na Fórmula 1 porque não investe como deveria no kart.
"Eu acho que o Brasil está passando por um problema financeiro, político e econômico muito complicado”, disse o brasileiro, embaixador do GP do México, em uma entrevista ao Motorsport.com.
“Eu sinto que o México tem feito nos últimos 15 anos o que o Brasil não fez. A Scuderia Telmex criou um canal de oportunidades para uma criança ir do kart para a Fórmula 1."
"Quando o Ayrton (Senna) morreu, tivemos um baque. Houve muito desânimo, e a motivação para os jovens no sonho de Fórmula 1 se perdeu. Há muitos novos talentos no Brasil em karts e em fórmulas inferiores. Eles têm chance de alcançar a Fórmula 1. Temos um Pietro (Fittipaldi) e um Pedro Piquet bem próximos. Seria uma pena se não tivéssemos um brasileiro na F1."
"A história de não apoiar, não fazer investimentos em programas de kart, nos afetou. Muitas coisas terão que mudar para o futuro. Eu espero muito mais do futuro. Mais honestidade, mais integridade e mais orgulho no Brasil. Infelizmente, é um momento muito difícil para o Brasil e é uma pena."
Desafio para a Liberty Media
Falando dos novos donos da Fórmula 1, a Liberty Media, Emerson vê grande desafio para a empresa. Segundo o bicampeão, o foco tem de ser em modos de cativar as novas gerações, para voltar a trazer público aos autódromos.
“Acho que a Liberty Media deve incidir sobre as gerações futuras. Há uma grande concorrência com smartphones. As crianças nascem com laptop nas mãos", disse Emerson.
"Este mundo interativo, onde eles vivem muitas vezes, é diferente de um circuito. Temos que descobrir como atrair as novas gerações para cá. Certamente quando uma criança ouvir um motor de F1, irá se emocionar. Precisamos trazê-los aqui."
“Há uma diferença de geração. A de agora vive com muita informação e emoção em casa. As coisas fora de casa são muito monótonas. Precisamos criar emoção para eles, para um mundo interativo que não existe, mas este existe."
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