Horner alerta que F1 pode perder pessoal de ponta com salários limitados pelo teto orçamentário
Chefe da Red Bull alerta para uma "corrida para baixo", com equipes trocando funcionários experientes por novatos simplesmente para pagar salários menores
O teto orçamentário vem mudando a realidade das equipes na Fórmula 1. E enquanto a introdução de um limite de gastos foi bem recebido em termos de fomentar a competitividade dentro das pistas, o chefe da Red Bull, Christian Horner, alerta para um potencial efeito colateral negativo: a perda do pessoal de ponta, pelo fato dos salários estarem hoje dentro do teto.
Segundo Horner, as equipes podem se ver obrigadas a substituírem membros experientes com outros que demandam salários menores. Além disso, os times podem também perder funcionários por não conseguirem manter os pagamentos competitivos com outras áreas.
Hoje, o teto orçamentário exclui o salário dos três principais funcionários de cada equipe, geralmente o chefe, o diretor técnico e mais um, mas inclui o de todos os demais que estão diretamente envolvido com design, manufatura e operação dos carros.
Muitas equipes transferiram nomes importantes de suas operações de F1 para outros projetos, excluindo-os do teto orçamentário, limitando suas participações a dias especificamente alocados para o programa de corridas, algo permitido nas regras.
Nessa lista podemos incluir Andrew Green, que foi transferido para a parte de projetos de tecnologia da Aston Martin, e Geoff Willis, focado no projeto da INEOS e da Mercedes na America's Cup. Horner ainda destacou Rob Marshall, engenheiro senior que foi contrato recentemente pela McLaren como diretor técnico, e vinha ocupando um cargo fora da F1 antes disso.
Max Verstappen, Red Bull Racing RB19, in the pits
Photo by: Jake Grant / Motorsport Images
Ele admitiu que o teto dificulta a manutenção do pessoal de ponta quando eles recebem ofertas melhores, não sendo possível igualá-las.
"Sim, claro que dificulta. Não podemos carregar ninguém dentro da equipe. E acho que todos querem garantir seu lugar dentro do teto. Rob estava focado em outros projetos nos último anos, e a oferta que a McLaren fez provavelmente é de meio teto! Então não podemos culpá-lo por aceitar".
Questionado se há risco de uma espiral salarial, Horner também alertou que a situação pode ir para o outro lado, substituindo um veterano bem pago por um novato mais barato.
"Temos que garantir que não será uma corrida para baixo. O problema é que temos pessoal de longa data e com uma grande contribuição que não queremos ver sendo forçados para fora de seus papéis por causa do teto, só porque você consegue justificar 10 novatos x um experiente".
"E esse é um debate constante que precisamos ter, porque tivemos demissões por causa do teto. Jayne Poole [ex-COO e diretora de RH da Red Bull] foi uma dessas. Ela foi uma demissão que tivemos que fazer porque não tínhamos como justificá-la dentro do teto".
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