Desde a temporada passada um dos principais assuntos do paddock da F1 é o futuro de Hamilton na categoria após o fim do seu contrato com a Mercedes em 2020. Mesmo com os rumores de que o hexacampeão poderia ir para a Ferrari, as negociações com a Mercedes se encaminhavam para uma renovação. Mas as conversas podem ter atingido um impasse importante.
Segundo informações divulgadas pelo jornal italiano Corriere dello Sport, as negociações teriam chegado a um impasse após uma nova condição imposta pelo hexacampeão: um aumento significativo em seu salário. No contrato atual, Hamilton ganha cerca de 42 milhões de euros (cerca de R$ 195 milhões), e o piloto teria pedido um aumento para 55 milhões de euros (R$ 255 milhões) por um total de quatro temporadas.
As demandas de Hamilton não estão restritas ao salário e aos anos em que continuaria pilotando pela equipe alemã. O britânico também deseja se tornar embaixador da Mercedes quando se aposentar das pistas, o que aconteceria ao final da temporada de 2024.
Na semana passada, em conversa com jornalistas, o chefe da Mercedes, Toto Wolff chegou a dar uma declaração que deixou no ar a garantia sobre a permanência de Hamilton na equipe:
“Ainda espero que nosso relacionamento continue, mas não estou totalmente no controle disso. Então, se um membro importante sair, isso oferecerá riscos e oportunidades ao mesmo tempo. Não tenho dúvidas de que Lewis é um pilar muito importante dentro da equipe. Os valores dentro da equipe são que moralidade e integridade são absolutamente o número 1 da lista. E entender a posição e os objetivos de Lewis será fundamental para qualquer decisão que tomamos”, afirmou.
GALERIA: Veja comparativo dos recordes de Hamilton e Schumacher
A última era dourada da Ferrari foi com Michael Schumacher entre 2000 e 2004. O alemão conquistou cinco campeonatos consecutivos com o time que formou com Jean Todt e Ross Brawn. O 'Kaiser' ainda brigou pelo título em 2006 em sua derradeira temporada com o time de Maranello, mas o caneco ficou com Alonso.
Lewis Hamilton poderia ter cinco campeonatos consecutivos com a Mercedes se não tivesse perdido o título para o rival e então companheiro Nico Rosberg em 2016. O britânico foi o campeão em 2014, 2015, 2017, 2018 e 2019.
O primeiro triunfo de Schumacher foi no GP da Bélgica de 1992 com a Benetton, em temporada em que ficou em terceiro no mundial. Sua última ida ao lugar mais alto do pódio foi no GP da China de 2006, em temporada em que somou 'apenas' sete vitórias tentando tirar o bi de Fernando Alonso e Renault.
Essa é uma das marcas que Hamilton pode romper já em 2020. A média de vitórias por temporada em seu período dominante com a Mercedes é de 10 vitórias por ano, sendo que faltam apenas nove para o britânico igular o alemão.
A primeira glória de Hamilton veio no GP do Canadá de 2007 com a McLaren. O último triunfo foi no GP de Abu Dhabi de 2019, que encerrou o campeonato do ano passado.
O último título de Michael Schumacher veio em uma temporada em que seu principal 'rival' foi seu companheiro Rubens Barrichello. O alemão conseguiu 13 vitórias, iniciando com cinco consecutivas em Austrália, Malásia, Bahrein, San Marino e Espanha. Depois vieram os triunfos no GP de Europa, Canadá, Estados Unidos, França, Inglaterra, Alemanha e Hungria, além do Japão.
Hamilton conseguiu 11 vitórias por ano em três temporadas, sendo campeão de todas. A primeira foi em 2014, a segunda em 2018 e a última em 2019. Em todas, o britânico teve aproveitamento superior a 57%, enquanto Schumacher conseguiu 72% de eficiência ao ganhar 13 de 18 corridas em 2004.
O circuito de Magny-Cours foi dominado por Schumacher em duas décadas diferentes, nos anos de 1994, 1995, 1997, 1998, 2001, 2002, 2004 e 2006.
Hamilton terá uma oportunidade dupla de igualar o recorde de Schumi em 2020. A primeira no Canadá, onde o britânico venceu em 2007, 2010, 2012, 2015, 2016, 2017 e 2019. A segunda na Hungria, em que triunfou nos anos de 2007, 2009, 2012, 2013, 2016, 2018 e 2019.
O primeiro pódio de Michael Schumacher foi no GP do México de 1992, sua oitava corrida na Fórmula 1, apenas a segunda com a Benetton. Seu último top-3 foi com a Mercedes no GP da Europa de 2012.
Nesse quesito, Hamilton também não deve ter dificuldades para superar Schumi. O primeiro pódio do britânico foi logo em sua estreia na F1, quando chegou em terceiro com a McLaren no GP da Austrália de 2007.
Na temporada 2019, Hamilton não foi ao pódio em apenas quatro corridas.
Aqui a vida de Hamilton fica um pouco mais difícil, já que o alemão liderou 625 giros a mais.
O terceiro com mais giros na ponta é Sebastian Vettel, que soma 3.495, superando Ayrton Senna e Alain Prost.
Michael Schumacher conseguiu essa marca em 306 provas, com eficiência de 25.16%.
Hamilton conseguiu a marca em 250 provas, com eficiência de 18.80%. Na sequência, com apenas uma volta a menos, Kimi Raikkonen.
Depois,
Alain Prost (41) e
Nigel Mansell (30).
Michael Schumacher conseguiu a marca com eficiência de 7.14%. Ele tem o dobro do registrado por Jim Clark e mais que o triplo de Ayrton Senna (7).
Hamilton é o piloto ativo com o melhor registro neste quesito. Depois vêm Sebastian Vettel com 8, Kimi Raikkonen com 2 e Valtteri Bottas com 1.
Não há dúvidas de que o período mais dominante de Schumi foi na Ferrari, e com ela escreveu a maior parte de sua história. A relação rendeu 72 vitórias para o alemão.
Lewis Hamilton já acumula 63 vitórias com as Flechas de Prata.
Michael Schumacher conquistou sete campeonatos do mundo. Os dois primeiros foram com a Benetton em 1994 e 1995. Depois cinco títulos consecutivos com a Ferrari de 2002 a 2004.
Lewis Hamilton conquistou seu primeiro título logo em sua segunda temporada na F1, em 2008, com a McLaren, após definição emocionante no GP do Brasil, onde superou Felipe Massa. Seu último campeonato veio em 2019 com a Mercedes, com quem já tem cinco títulos.