Massa: "É difícil colocar na cabeça que está velho com 36, 37 anos”
Brasileiro fala sobre a dificuldade dos colegas em parar de correr e imagina como será sua própria aposentadoria
Aos 30 anos e na F-1 desde 2002, Felipe Massa sabe que está mais perto da aposentadoria do que do início da carreira. No entanto, o brasileiro afirma que ainda não parou para pensar sobre o que fará depois de pendurar o capacete na categoria máxima do automobilismo e vê nos exemplos de seus colegas a dificuldade em aceitar a curta carreira de esportista.
“Eu não pensei ainda o que vou fazer, mas vou inventar alguma coisa para fazer, coisas que eu gosto de fazer e que vão me ajudar a seguir a vida. Se você olhar um cara que sai da F-1, assim como qualquer outro esporte, você para muito jovem e tem uma vida para sempre. Não pode achar que está velho e não vai fazer mais nada”, afirmou em entrevista à rádio Jovem Pan.
“Acredito que eu vá continuar correndo. É o que eu gosto de fazer. Vou para outra categoria, talvez de turismo. Acho que tudo tem um momento e não posso deixar ele passar. É lógico que é difícil de trabalhar em qualquer coisa que você goste.”
Massa revelou uma conversa com o ex-piloto da Ferrari Jean Alesi, hoje comentarista da TV italiana, sobre a dificuldade de parar de correr.
“Já vi piloto sofrendo. Um tempo atrás, conversei com o Alesi e ele me disse que parar para ele foi a pior coisa que aconteceu na vida dele. Ele sofreu muito e entrou em uma depressão. Acho que você tem de se programar para tudo. Espero parar na hora certa e poder programar o resto da minha carreira.”
Outro exemplo marcante para Massa é o de Michael Schumacher, piloto que era seu companheiro de Ferrari quando decidiu se aposentar, em 2006, apenas para voltar três anos depois, já aos 41 de idade.
“A minha ideia, independente do fato do Schumacher ser um grande amigo, e já falei isso para ele, é que a carreira que ele teve foi a mais incrível que um piloto poderia ter. Ele tem todos os recordes de performance, tem tudo.”
Para o piloto brasileiro, o retorno de um nome tão premiado como o de Schumacher não faz muito sentido.
“Quando ele parou, tinha 37 anos, não foi antes do tempo. Então, nessa volta ele se diverte – é claro que se divertia mais, mas se diverte – ganha dinheiro, o que é sempre bom, independente de tudo, mas ele tinha mais a perder do que a ganhar. Não está sendo fácil.”
No entanto, o ferrarista confessa que é difícil um esportista aceitar que não poderá mais fazer o que gosta.
“Não foi só com ele que aconteceu isso. Aconteceu exatamente igual com o Michael Jordan. Mas eu não posso tirar essa vontade dele de competir. É o que ele gosta de fazer, ninguém pode dizer que ele está errado. É difícil colocar na cabeça que você está velho com 36, 37 anos.”
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