OPINIÃO F1: Quem será o campeão de 2025? Nossos redatores comentam

O recente ataque de Max Verstappen deixou a briga pelo campeonato mundial de Fórmula 1 de 2025 totalmente aberta. O domínio do atual campeão mundial no GP dos Estados Unidos, vencendo tanto a sprint quanto a corrida principal, reduziu o déficit para Oscar Piastri para 40 pontos.

Enquanto isso, Lando Norris também vem diminuindo a diferença para o líder do campeonato, com apenas 14 pontos entre os companheiros de equipe da McLaren. Faltando cinco etapas para o fim do campeonato, que incluem sprints no Brasil e no Catar, nossos redatores opinam sobre quem ganhará o título mundial de pilotos.

Verstappen: Red Bull apostou 'tudo ou nada' no carro; McLaren implodirá

Max Verstappen, Red Bull Racing

Foto de: Jared C. Tilton/Getty Images

Ao refletir sobre quem fica com o título de 2025, eu tenderia a palpitar em Piastri pela matemática de momento, mas o australiano está em má fase e tem demonstrado que sua frieza derreteu. Ele está devendo desde que venceu na Holanda e tem sido constantemente batido por Norris, que vive sequência bem mais positiva na McLaren. Entre os dois, eu apostaria em Norris, mas Piastri tentará algo contra Lando. E aí que entra Verstappen.

O tetracampeão não só parece imune a erros: ele potencializa o carro, mesmo quando o GP de Singapura não favorece, por exemplo. A mera presença do holandês é um fator de estresse para os dois rivais, que já se engalfinham entre si desde a largada da penúltima etapa. De todo modo, o fator decisivo é a melhora da Red Bull, contraposta à estagnação da McLaren, acentuada pela afirmação do time de que não há mais atualizações.

Pode ser blefe, mas o discurso taurino é diametralmente oposto. Além disso, caso Piastri e Norris realmente tirem ponto um do outro nas próximas etapas, será a oportunidade perfeita para Verstappen de fato entrar no páreo: a Red Bull tem totais condições de ir bem no México e o combo da equipe com o holandês é muito forte no Brasil - se chover, então, nem se fala, vide 2024. Tudo para ser mais um triplex na mente de Norris e Piastri.

Em Las Vegas, a Mercedes deve um fator, mas Verstappen é mais confiável que seus rivais quando está em situação adversa, conforme visto em Singapura. Catar e Abu Dhabi devem favorecer a McLaren, mas, nesta altura do campeonato - que inclui a sprint de Losail, em que Max deve ser super agressivo -, o clima da McLaren já deve estar dificílimo de controlar. Será muito apertado, no fio da navalha, mas a aposta é Max Verstappen.

- Carlos Costa 

Norris: Ele está fazendo todas as coisas certas 

Lando Norris, McLaren

Foto de: Kym Illman / Getty Images

Norris teve sua parcela de críticas por perder pontos este ano e não maximizar as chances de capitalizar os erros dos rivais. O Canadá vem à mente, onde um erro de julgamento levou a um DNF após contato com Piastri, bem como a classificação para a sprint da China, onde um erro em sua última tentativa custou caro.

Ultimamente, no entanto, Norris tem sido, muito provavelmente, o mais forte que já vimos. Ele não obteve grandes ganhos em relação a Piastri em Baku, mas pode-se argumentar que ele também foi sábio ao não correr riscos desnecessários. Qualquer movimento excessivamente otimista em busca de uma vantagem maior poderia significar outro DNF. Ficar no lado seguro foi provavelmente a decisão certa.

Desde que abandonou o GP da Holanda, ele tem sido claramente o piloto mais forte da McLaren, superando o companheiro de equipe que, há poucas semanas, parecia ser seu único rival ao título. Depois de uma classificação decepcionante em Singapura, ele aproveitou ao máximo o dia da corrida e a única abertura realista para passar Piastri na primeira volta - uma manobra que deveria ter sido aplaudida e não recebida com conversas sobre "repercussões". Isso é exatamente o que se quer de um candidato ao título e é um absurdo que agora ele pareça estar sofrendo uma penalidade por isso.

A mesma história em Austin. A McLaren foi indiscutivelmente cautelosa demais na estratégia, largando com pneus médios em vez de macios, mas Norris conseguiu quase o máximo naquela posição. Há quem diga que ele poderia ter atacado Charles Leclerc com mais força no início, mas sua gestão de riscos naquela briga parecia correta. Correr com alguém que tem menos a perder é complicado e Norris lidou bem com isso, fazendo valer a pena quando teve a chance.

Talvez fosse isso que ele deveria ter feito durante todo o ano: deixar um pouco mais de margem, inclusive na China e no Canadá.

Ele agora está 14 pontos atrás de Piastri na classificação e, faltando cinco rodadas, o manual é simples: continue fazendo o mesmo. Verstappen está bem perto, mas ainda precisa de uma corrida quase perfeita até a bandeirada - e há pistas por vir onde a McLaren deve ser mais forte.

Ironicamente, o DNF de Zandvoort pode ter ajudado Norris a se recuperar, enquanto Piastri, com uma grande margem de pontos, parece menos tranquilo. Os dois continuam sendo sérios candidatos, mas as evidências recentes sugerem que Norris sabe exatamente o que está fazendo.

- Oleg Karpov 

Verstappen: Piastri e Norris têm mais a provar do que o holandês 

Lando Norris, McLaren, Max Verstappen, Red Bull Racing

Foto de: Clive Mason / Getty Images

Não acredito muito em impulso. É um desses conceitos que nos leva a exagerar. Durante o meio do ano, a Red Bull estava morta e enterrada. Agora que Verstappen tem sido dominante nas últimas quatro corridas, o título é dele. As diferenças na F1 têm sido tão minúsculas que as nuances são importantes, e o mundo pode parecer muito diferente no domingo à noite.

Dito isso, há mais motivos para colocar Verstappen como favorito do que qualquer um dos pilotos da McLaren, apesar do déficit de pontos (embora cada vez menor).

Se tudo o mais for igual, o maior fator para mim é a experiência. Verstappen já passou por isso antes, duelando até o fim em 2021. É fácil esquecer, mas aquela memorável batalha pelo título com Lewis Hamilton já era a sétima temporada de Verstappen na F1.

Norris também deve ter experiência suficiente a esta altura, embora não possa se beneficiar da tranquilidade de já ter sido campeão mundial antes. Mas também ignoramos rapidamente o fato de que o líder Piastri ainda está apenas em sua terceira temporada.

Portanto, Verstappen tem a vantagem se, como eu disse, todo o resto for igual. Mas não é assim. Ele e a Red Bull mostraram que agora podem vencer na maioria dos circuitos e, se olharmos para os cinco locais restantes, eu só colocaria a McLaren como favorita para as curvas de média velocidade do Catar.

Las Vegas não será um local fácil para a McLaren, embora Verstappen também possa ser derrotado lá novamente por George Russell, da Mercedes. O México também não tem muitas curvas em que a McLaren se sobressaia, enquanto o Brasil e Abu Dhabi estão muito próximos para serem definidos no momento. Posso ver Verstappen vencer pelo menos três corridas, enquanto Norris e Piastri continuarão tirando pontos um do outro.

Ainda acho que Piastri pode vencer se conseguir encontrar respostas para seus problemas em Austin e Norris tem tido um desempenho forte nas duas últimas corridas. Porém,  nenhum dos dois pode se dar ao luxo de cometer mais deslizes e, à medida que o calor aumenta, eles terão de provar ao mundo que podem fazer isso. Verstappen já provou isso várias vezes.

-Filip Cleeren 

Piastri: O poder ainda está nas mãos do australiano

Oscar Piastri, McLaren

Foto de: Zak Mauger / LAT Images via Getty Images

Não há como negar que Verstappen e a Red Bull tiveram uma corrida impressionante nos últimos tempos. Três vitórias em quatro corridas e o ímpeto que essa forma traz não devem ser desprezados: são sinais de um verdadeiro campeão, considerando seu início de temporada. Mas ainda não acho que isso seja suficiente para superar a McLaren.

É claro que o time de Woking tem se debilitado nas últimas semanas, com seus pilotos entrando em conflito e os resultados não correspondendo à forma impressionante que mostrou no início da temporada. No entanto, a chance de que os resultados de Verstappen e as dificuldades da McLaren continuem de forma consistente parece muito remota.

Oscar Piastri ainda lidera a classificação e tem 14 pontos de vantagem sobre o companheiro de equipe, com Verstappen ainda 26 pontos atrás de Norris. Quando isso é escrito não parece ser uma grande diferença a ser superada, especialmente considerando que o holandês já reduziu essa vantagem de três dígitos há apenas algumas corridas.

Mas a McLaren sabe disso e sabe que o título é seu para perder, caso faça uma grande besteira. Se a equipe conseguir se firmar novamente e Piastri conseguir recuperar seu comportamento calmo, tranquilo e formidável, então fazer a dobradinha e conquistar os títulos de construtores e pilotos este ano não deve ser uma tarefa muito difícil. Tudo o que a equipe precisa fazer é controlar a tensão que está aumentando entre Piastri e Norris, impedir que os dois tirem pontos um do outro e eliminar quaisquer erros bobos que abram a porta para Verstappen. Nada demais, portanto.

- Owen Bellwood

Verstappen: Ele vencerá, a não ser que a McLaren faça um último esforço

Max Verstappen, Red Bull Racing

Foto de: Andrew Ferraro / LAT Images via Getty Images

México, São Paulo, Las Vegas, Catar, Abu Dhabi. Faltam apenas cinco locais para o circo da Fórmula 1 se instalar antes que possamos finalmente descansar e hibernar até o final de janeiro.

Não estou apenas desejando que o ano acabe: cada um desses cinco locais oferece circuitos muito diferentes com características muito diferentes. A alta velocidade e altitude da Cidade do México nos dará o pontapé inicial no próximo fim de semana, seguido por São Paulo, mais compacto e propenso à chuva. Las Vegas, mais uma vez, é uma perspectiva muito diferente, com seu clima frio e superfície de baixa aderência, seguida pela infinidade de curvas de velocidade média no Catar e o festival de DRS de parada e início em Abu Dhabi.

Antes do GP dos Estados Unidos, era possível suspeitar que Verstappen tiraria alguns pontos das McLarens no México e no Brasil, seguido por um especial de pista fria da Mercedes em Las Vegas, terminando com o florescimento final da McLaren na última etapa da F1 no Oriente Médio. Mas aqui está o ponto mais importante: Verstappen pode, de forma muito realista, vencer em todas elas.

O desempenho do holandês em COTA demonstrou que a potência anterior da McLaren na velocidade média não é mais tão vantajosa quanto foi durante a maior parte da temporada. A Red Bull, por sua vez, forçou seu RB21 a apresentar resultados consistentes.

Dessa forma, a pergunta que as pessoas deveriam estar fazendo não é "Verstappen pode ganhar o título?", mas sim "como a McLaren pode impedi-lo de ganhar?". Agora é com você, McLaren.

- Jake Boxall-Legge

Verstappen: Red Bull está no auge e a McLaren está de braços cruzados 

Max Verstappen, Red Bull Racing, Oscar Piastri, McLaren, Lando Norris, McLaren

Foto de: Red Bull Content Pool

É sempre imprudente extrapolar a partir de um conjunto limitado de amostras, mas talvez possamos fazer uma exceção, considerando os desenvolvimentos recentes.

A McLaren teve uma vantagem de carro na maioria, se não em todos, os circuitos deste ano, o que permitiu que ela aplicasse sua política de deixar seus pilotos correrem. Ou, melhor dizendo, deu a impressão de que pode. O que aconteceu é que os pontos foram deixados na mesa e agora a equipe está enfrentando as consequências.

Isso é uma retrospectiva. A McLaren ainda pode salvar a situação, mas o curso de ação mais lógico agora é pelo menos considerar a possibilidade de apoiar um piloto. Dizer que vai esperar e deixar a matemática decidir simplesmente não é proativo o suficiente, dada a ameaça crescente.

Dependendo de sua ótica, seria fácil minimizar a ameaça representada pela Red Bull e por Max Verstappen, mas isso seria descartar sua recente mudança de forma como um conjunto estatístico aleatório. Ao passo que está ficando claro que a mais recente atualização do novo assoalho, a partir de Monza, permitiu que a Red Bull operasse o RB21 em alturas de pilotagem mais vantajosas, ao mesmo tempo em que reduziu a quantidade de desgaste da prancha traseira. Isso não é um agrupamento estatístico, é um divisor de águas.

Conforme demonstrado em todas as corridas deste ano, exceto uma - o momento de loucura na Espanha - Verstappen sempre encontrará uma maneira de extrair o máximo de desempenho disponível de seu carro. Após a sprint de Austin, se ele vencesse todas as corridas restantes da temporada e Oscar Piastri terminasse em segundo lugar em todas elas, Piastri ainda venceria o campeonato mundial.

Agora, a matemática está evoluindo de forma diferente, principalmente porque Piastri teve dois finais de semana consecutivos em que não foi nada bem, de acordo com seus próprios padrões. Em um fim de semana típico, ele começa mais lento do que Lando Norris, mas atinge o pico no momento certo, no Q3, e depois continua assim no dia da corrida. Em Austin, ele não esteve nem perto dessa trajetória.

O chefe da McLaren, Andrea Stella, tem formação em engenharia, portanto é compreensível que sua perspectiva seja acreditar que todos os fatores de desempenho podem ser previstos e gerenciados até certo ponto. Mas o automobilismo, embora técnico, também é orgânico na forma como as corridas evoluem ao longo de linhas imprevisíveis.

A McLaren tem escolhas difíceis pela frente que não podem ser resolvidas com o uso de gráficos e planilhas. É uma questão de saber em qual piloto a equipe acredita mais. Escolha um e apoie-o, ou Verstappen irá deixá-los para trás. 

- Stuart Codling

MOLINA analisa MAX x McLARENs pelo título, projeta MÉXICO e avalia BORTOLETO / HAMILTON no fim de 25

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