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Principais equipes da F1 queriam que regras de 2021 fossem adiadas

Principais equipes queriam que parte das novas regras da F1 fossem adiadas para 2022 para refinar ideias "subdesenvolvidas" e "não muito maduras"

Andreas Seidl, Team Principal, McLaren, Toto Wolff, Executive Director (Business), Mercedes AMG, Christian Horner, Team Principal, Red Bull Racing and Otmar Szafnauer, Team Principal and CEO, Racing Point in the Press Conference

As partes interessadas da F1 se reuniram em Paris na semana passada para continuar as negociações sobre mudanças nas regras para 2021, com as equipes pressionando por alterações em meio à preocupações de que os regulamentos não estejam prontos para serem publicados no final de outubro.

Uma das ideias apresentadas foi adiar a implementação das novas regras técnicas e esportivas até 2022, mas trazer o limite de orçamento de US$ 175 milhões para 2021, conforme planejado.

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A ideia por trás disso seria impedir que equipes maiores gastassem dinheiro na próxima temporada para se preparar para 2021 e ter uma vantagem imediata sobre as menores, quando as novas regras visassem diminuir as diferenças.

Isso também permitiria mais discussões sobre áreas das regras sobre as quais várias partes estão descontentes.

No entanto, acredita-se que isso tenha sido descartado pelos comandantes da F1, com o chefe da equipe da Red Bull, Christian Horner, dizendo: "perdemos uma oportunidade".

"Poderia ser melhor trazer o teto primeiro para 2021 e levar mais tempo para desenvolver esses regulamentos e leva-los para 2022", disse Horner em resposta a uma pergunta do Motorsport.com sobre as implicações das equipes gastarem mais dinheiro à frente do limite do orçamento.”

"É impossível antecipar esse limite em 2020. Você nunca chegará a um acordo.”

"O limite do orçamento é, em última análise, uma coisa sensata para a F1, mas o período intermediário de 2020 com as regulamentações atuais que temos, enquanto tem gastos irrestritos, o torna um ano muito caro."

"Talvez tenha sido perdida uma oportunidade de ter esse processo mais controlado sob o teto, atrasar esses regulamentos e desenvolvê-los."

Horner disse que há algumas "ótimas coisas" entre as propostas de 2021, mas acrescentou: "O carro e o conceito parecem muito pouco desenvolvidos neste momento.”

"Outros 12 meses seriam necessários para desenvolver esse conceito e trazer algo que funcione, talvez trate de outras questões como peso, talvez tenham sido uma abordagem mais benéfica.”

As opiniões de Horner foram apoiadas pelo chefe da Mercedes, Toto Wolff, que concordou que não era viável ter um teto de custos em 2020 para restringir os gastos antes das novas regras.

"Mas como Christian disse, acho que as novas regras não são muito maduras", disse Wolff.

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Questionado pelo Motorsport.com se achava que era possível adiar as regras de 2021, Wolff disse: "Não acho que os regulamentos sejam interrompidos. Ficou muito claro que isso está avançando.”

"Haverá ajustes e mudanças nos detalhes e nas interpretações. Mas, no geral, está avançando.”

Equipes menores da F1 parecem divididas sobre se adiar as regras seria uma boa solução.

O chefe da Racing Point, Otmar Szafnauer, disse que seria uma "coisa sensata a fazer", mas considerou a chance de que isso fosse "pequeno".

No entanto, McLaren e Williams se opõem a quaisquer atrasos adicionais.

O chefe da McLaren, Andreas Seidl, disse: "Nós gostamos do que está em cima da mesa agora, do que vem no lado técnico, esportivo e financeiro.”

"Estamos apenas aguardando o dia 31 de outubro para ver a publicação desses regulamentos e ver o que devemos trabalhar para 2021 em diante.”

Efeito solo

A principal mudança prevista para 2021 é a reintrodução do efeito solo. O controverso sistema que 'gruda' os carros no chão e beneficia as ultrapassagens já foi banido da F1 no passado por ser considerado perigoso. No entanto, os entusiastas lembram que a competição era mais acirrada no período em que a tecnologia esteve presente. Relembre as curiosidades sobre o efeito solo:

1970 - Chaparral 2J-Chevrolet
A tecnologia foi primordialmente explorada pela equipe Chaparral, que utilizou o modelo 2J no campeonato norte americano de protótipos, o Can-Am. No entanto, mesmo sem ter conquistado nenhuma vitória, a novidade foi banida da categoria.
1978 - Lotus
A equipe chegou a experimentar o efeito solo em 1977, mas foi no ano seguinte que implementou a tecnologia em definitivo. O time venceu oito corridas naquele ano e conquistou o mundial de construtores e o mundial de pilotos com Mario Andretti.
1978 - Lotus
Andretti venceu seis provas e somou 64 pontos, 13 a mais que seu companheiro de equipe, Ronnie Peterson. A Lotus só não venceu todas as etapas do mundial porque seu carro tinha problema de confiabilidade, algo comum na antiga F1.
Colin Chapman: o criador, mas nem tanto
Colin Chapman, o projetista chefe e proprietário da Lotus, colhe até hoje os louros pelo sucesso do efeito solo na F1. No entanto, apesar de ser o idealizador do carro vencedor, os responsáveis por trazer o efeito solo para a equipe foram Tony Rudd e Peter Wright, que já tinham tentado algo similar na BRM no final dos anos 60.
1978 - Brabham BT46B Alfa Romeo
Além da Lotus, outras equipes de várias categorias já estavam perseguindo ideias semelhantes desde o começo da década de 70. A Brabham foi quem mais se aproximou de bater a Lotus em 1978.
1978 - Brabham BT46B
Niki Lauda venceu a etapa da Suécia da F1 com um carro que usava um ventilador para "chupar" o ar debaixo do carro e forçar o efeito solo. No entanto, a tecnologia do time foi banida antes do fim da temporada.
1978 - Jody Scheckter, Ferrari 312T4
Apesar de não usar o efeito solo em 1978, a equipe italiana foi vice-campeã em 1978, graças à confiabilidade do carro que venceu todas as vezes que a Lotus teve problemas. Em 1979, a Ferrari reuniu o que tinha de melhor do carro do ano anterior com uma versão própria do efeito solo, e com isso dominou o campeonato. Jody Scheckter venceu e Gilles Villeneuve foi vice.
1980 - Williams FW07B Ford Cosworth
A Williams resolveu dois problemas do efeito solo e faturou a temporada de 1980 com Alan Jones. A equipe conseguiu reduzir os custos da solução e fazer com que as peças se ajustassem às curvas, evitando a perda do efeito fora das retas.
1980 - Nelson Piquet, Brabham BT49-Ford Cosworth
Nelson Piquet venceu suas primeiras corridas a bordo de uma Brabham naquele mesmo ano e fez frente à Alan Jones no campeonato mundial.
1980 - Brabham BT49
O brasileiro triunfou três vezes na temporada e chegou a liderar o campeonato.
1980 - Nelson Piquet (Brabham) e Alan Jones (Williams)
No entanto, a falta de confiabilidade do carro acabou impedindo Piquet de pontuar nas duas últimas etapas, enquanto Jones vencia as provas e superava o brasileiro, sagrando-se campeão mundial.
1981 - Nelson Piquet, Brabham BT49C
O ano foi um dos mais disputados da história da categoria, com sete pilotos de seis equipes diferentes vencendo corridas.
1981 - Nelson Piquet, Brabham
Nelson Piquet brilhou no carro da Brabham, que era capaz de se ajustar às curvas para manter o efeito solo e vencer a concorrência. O brasileiro conquistava ali o primeiro título mundial de sua galeria.
1982 - Keke Rosberg, Williams FW08
No último ano do efeito solo na categoria, Rosberg se valeu da regularidade para ser campeão mundial.
1982 - Keke Rosberg, Williams
Naquele ano, 11 pilotos diferentes venceram corridas, mas o finlandês, que venceu apenas uma, chegou mais vezes nos pontos do que todos os rivais e levou o caneco.
1982 - Excesso de acidentes pôs fim ao efeito solo
Os acidentes se tornaram frequentes com o avanço do efeito solo, pois bastava o carro tocar no chão para o efeito ser totalmente cancelado, fazendo com que os pilotos perdessem o controle do carro. Dois dos acidentes foram fatais. Na imagem acima, o acidente que tirou a vida de Gilles Villeneuve.
1982 - Excesso de acidentes pôs fim ao efeito solo
O último acidente fatal daquele ano foi o de Riccardo Paletti, no Canadá. Logo em seguida, a FIA decidiu eliminar totalmente o efeito solo. Depois do acidente de Paletti, as próximas mortes durante em um fim de semana de GP foram as de Ratzenberger e Senna em Imola, 12 anos depois.
2021 - O retorno do efeito solo
Em 2019, a F1 está decidindo os rumos que tomará no futuro. Buscando aumentar as ultrapassagens e o espetáculo, a categoria decidiu reintroduzir a tecnologia a partir de 2021.
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