Renault: montadora não tinha interesse em ficar na F1 se regulamento permanecesse
Segundo Cyril Abiteboul, regulamento atual não dava condições para passar ao primeiro escalão, o que não interessava a montadora
Na semana passada, a CEO interina da Renault, Clotilde Delbos, pôs fim às dúvidas sobre a permanência da montadora na Fórmula 1, ao confirmar o comprometimento para os próximos anos. Delbos, porém, enfatizou que o novo teto orçamentário, que será introduzido em 2021, teve um papel crucial na tomada dessa decisão.
Antes mesmo da chegada da Covid-19, a Renault já passava por um longo processo de revisão de todas as suas operações, incluindo o próprio automobilismo.
Com o fim do Pacto de Concórdia atual no final desse ano e a falta de equipes clientes para 2021, a Renault, em teoria, tinha uma oportunidade ideal para sair do esporte.
Na semana passada, a empresa anunciou a demissão de 15 mil funcionários ao redor do mundo como parte de uma tentativa de salvar dois bilhões de euros (cerca de R$ 12 bilhões), mas Delbos disse que o programa de automobilismo continua sendo peça chave da estratégia de marketing da montadora.
"Houve muita especulação sobre a permanência da Renault na F1", disse Abiteboul ao Motorsport.com. "Acredito que ela pôs um fim a esses rumores, e era necessário fazer isso".
"Obviamente havia um anúncio de planos maiores, uma revisão do modo como a companhia operava, as prioridades, e acho que havia uma especulação que a saída da F1 seria uma oportunidade de cortar gastos".
"Mas ela deixou claro que isso não é apenas um gasto, mas também um investimento, e os gastos associados com esse investimento estavam se tornando cada vez melhores, e não por causa do último regulamento".
"Francamente, é um processo em andamento, não é apenas o anúncio da semana passada. O processo começou na verdade quando voltamos, em 2016. Era a nossa expectativa que em algum momento no futuro haveria um regulamento financeiro que controlasse essa guerra, e também algo do tipo para motores e mais".
"Estávamos fazendo lobby por isso desde então, e, claramente, com os anúncios recentes, não havia motivos para não deixar claro que a Renault vai ficar".
Abiteboul disse que a direção da equipe da F1 está em contato contínuo com os executivos da montadora sobre o futuro do regulamento.
"Tivemos uma oportunidade constante de encontrar com a direção executiva da Renault", disse. "Nós frequentemente informamos eles sobre o que está acontecendo em nosso mundo, que é muito diferente do mundo dos negócios de carros de rua".
"Novamente, a semana passada não foi um ponto fora da curva. Tivemos múltiplas oportunidades de conversar sobre a direção que a F1 estava tomando, de uma perspectiva estratégica, mas também em termos de marketing, do que está sendo feito para melhorar o show, tornar a plataforma mais valiosa e também para tornar os custos mais razoáveis - não apenas os custos de participação, mas também de ser competitivo".
"Porque, no final do dia, é isso que queremos. Queremos ser competitivos, e era muito claro para nós que, na configuração atual, não havia a possibilidade de passar do segundo escalão para o primeiro".
"Não tínhamos nenhum interesse em fazer parte disso. Mas o teto orçamentário está mudando isso, e o novo regulamento técnico também está".
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