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Renault planeja retomar programa de jovens pilotos

Fabricante francesa quer reviver o programa; ação é parte das mudanças da Renault em relação ao envolvimento na Fórmula 1 e nas categorias de acesso

Largada
Cyril Abiteboul, Diretor da Renault Sport F1 na Coletiva de Imprensa da FIA
Pietro Fantin, International Draco Racing
Largada
Cyril Abiteboul, Renault Sport F1 Managing Director
Cyril Abiteboul, Renault Sport F1 Managing Director
Max Verstappen, Scuderia Toro Rosso STR10
2006 F1 World Champion Fernando Alonso comemora com os membros da Renault F1
Detalhe Renault

A Renault planeja retomar o programa de jovens pilotos, uma das medidas da fabricante francesa para renovar o envolvimento com o automobilismo. Assim como na F1 – categoria na qual há a possibilidade de voltar a ter equipe própria, adquirindo a Lotus – os gauleses também estão revendo o envolvimento nas categorias de acesso, o que abre portas para a entrada na futura F2.

Maior retorno

As mudanças de pensamento no programa de automobilismo da Renault estão sendo conduzidas por Cyril Abiteboul, que acredita que um programa de jovens pilotos bem estruturado pode ser benéfico em termos de marketing e da folha de salário na F1.

"Quando você compara os salários dos pilotos da Mercedes com os dos pilotos de equipes como Red Bull e Toro Rosso, os últimos são significativamente menores se comparados com os do time alemão. Isso é muito interessante, podemos tirar lições sobre o que devemos fazer e o que estamos fazendo”, disse o diretor esportivo ao Motorsport.com.

"Queremos marcar presença nas categorias de monopostos e, se possível, com a F1 no topo dessa lista. Mas precisamos fazer isso de uma maneira muito mais eficiente – para os negócios e para o marketing – do que o que estamos fazendo agora”, ressaltou.

Pilotos-embaixadores

Abiteboul acredita que a Renault precisa obter mais retorno dos investimentos feitos em jovens pilotos a caminho da F1. "É certo que, estando na F1, sou muito favorável a programas de jovens talentos. Tivemos isso no passado, mas talvez tenhamos sido ambiciosos demais ao recrutar muitos pilotos”, ponderou

Em seguida, o dirigente explicou porque é adepto da máxima do ‘menos é mais’. "Tivemos mais retorno quando fomos reconhecidos por revelar (Fernando) Alonso do que quando fomos a primeira categoria em que Lewis Hamilton pilotou um monoposto (na Fórmula Renault). Se você perguntar a todos no paddock, mesmo aqueles que conhecem muito bem a carreira de Lewis, eles nunca o ligarão à Renault – algo que, definitivamente, não acontece com Fernando. Temos que tomar isso como base e é por razões como essa que sou adepto do programa de jovens pilotos”, afirmou.

Mudanças no envolvimento com categorias

Os planos da Renault de em relação a jovens pilotos ressurge em meio a planos de reestruturação do envolvimento da fabricante em categorias de acesso.

Com provável retirada do apoio financeiro à Fórmula Renault 3.5, surgem especulações de que os gauleses estariam considerando uma parceria com a futuro campeonato de F2 – que pode ser formado a partir da GP2 – apoiado pela FIA.

"Parte de nossa decisão de, em algum momento – talvez no próximo ano ou mais para a frente – de parar de promover a 3.5 tem relação com a evolução das coisas e de um possível acordo entre a FIA e a GP2”, contou.

"Se isso acontecer rapidamente, teremos a decisão na 3.5 mais cedo, o que vejo como o melhor cenário, pois um ano de transição não é bom pra ninguém. O ideal é que a transição para um novo campeonato seja a mais rápida possível, mas tudo depende de como as coisas vão se desenrolar entre FIA e GP2", disse.

Custo-benefício da World Series

Abiteboul revelou que a mudança de planos da Renault em relação à Fórmula Renault 3.5 se deu porque o investimento não traz tanto retorno quanto no passado, especialmente com os planos da criação da F2.

"Ficamos reféns de um formato que é caro demais. É um evento fantástico, que traz um grande público, mas os custos são um problema. É fantástico ter quase 100 mil pessoas em alguns eventos, mas o custo associado é elevado e não há garantias de que conseguiremos transformar esses espectadores em clientes da nossa marca. Esse é o ponto em que precisamos evoluir”, pontuou.

O dirigente disse, entretanto, que a Renault permanecerá comprometida totalmente com a Fórmula Renault 2.0 e o Renault Sport Trophy.

“Continuaremos a apoiar os dois campeonatos, sem dúvida. No entanto, o calendário e o modo como o campeonato é desenvolvido devem passar por mudanças. Tudo isso influencia no que vamos fazer com a World Series by Renault – especialmente se deixarmos de apoiar a Fórmula Renault 3.5”, encerrou.

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Jonathan Noble
Fórmula 1
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