Renault: Tecnologia da F1 precisa ser diferente da F-E
Diretor administrativo da fabricante francesa fala que categorias não devem buscar o mesmo caminho tecnológico
A introdução dos motores híbridos pela F1 em 2014 foi reconhecida como uma tendência da indústria automotiva. Alguns, incluindo o recém-nomeado chefe esportivo da F1, Ross Brawn, creem que a continuação dessa política pode levar a um campeonato totalmente elétrico.
Por isso, o diretor administrativo da Renault, Cyril Abiteboul, não acredita que ter dois campeonatos com a mesma fórmula seja sustentável. A Renault tem projetos tanto na F1 quanto na Fórmula E.
"É um exercício de equilíbrio muito difícil e você precisa olhar para a F1 em um contexto mais amplo que o da F-E e as corridas de endurance", disse Abiteboul ao Motorsport.com.
"Precisamos nos certificar de que cada categoria se destaca por algo muito claro, e que seja um claro ponto de venda para as fábricas. Na Renault estamos em uma posição específica de estar ao mesmo tempo na F1 e na F-E. Vemos uma enorme diferença entre as duas fórmulas.”
"Não seria bom se tudo convergisse em uma direção, porque aí não adiantaria ter fórmulas diferentes. Não seria sustentável."
"Diálogo construtivo" sobre a relevância para as estradas
Com as partes interessadas da F1 esperando para começar as discussões sobre como será o motor da categoria após 2020, o presidente da FIA, Jean Todt, disse que o esporte necessita manter a estabilidade.
Todt advertiu que um retorno aos motores mais velhos, menos ecológicos, tiraria "três das quatro" fábricas que no momento estão na categoria.
Falando da Renault, Abiteboul insistiu que a fabricante é “cabeça aberta" em termos da direção futura da F1.
"A equação financeira precisa se aproximar, mas não temos uma forte opinião sobre a arquitetura de motores", disse ele.
"Ir para trás poderia ser difícil, mas estamos abertos, então eu não quero começar a fazer ameaças."
Ele também disse que a F1 precisa se examinar detalhadamente e discutir a questão de se o campeonato deve ter como objetivo ser relevante para as ruas no futuro.
"Eu acho que deve haver um debate lá", adicionou ele. "Eu não penso que há uma resposta boa. A única coisa que precisamos ter em mente é que precisamos ter uma avaliação abrangente da situação.”
"E talvez a F1 não precise ser relevante para as ruas, mas então ela precisa estar pronta para perder o apoio financeiro de pessoas que acreditam que a F1 precisa ser relevante para as ruas.”
"Estamos falando com vários parceiros como a Microsoft, que estão lá por outras razões - porque a F1 está indo em uma direção que eles acreditam ser relevante não necessariamente para as ruas, mas para a sociedade.”
"Precisamos levar em conta muita coisa."
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