Análise
F3 Macau GP

Análise: Os fatores que salvaram a vida de Floersch

O terrível acidente de Sophia Floersch no GP de Macau deixou o mundo do automobilismo em estado de choque

Crash of Sophia Flörsch, Van Amersfoort Racing

Embora a jovem piloto alemã tenha sofrido uma fratura na coluna vertebral, houve uma enorme sensação de alívio que o resultado não tenha sido pior para ela e para os outros envolvidos no acidente.

No entanto, as melhorias na segurança nunca param no automobilismo, e os organizadores de Macau já prometeram que trabalharão com a FIA para garantir que as lições do acidente sejam levadas em consideração.

Aqui vemos o que aconteceu para causar o acidente e as medidas de segurança que foram fundamentais para que ela, os fotógrafos e os fiscais de pista tenham sobrevivido.

A causa do acidente

Embora o acidente de Floersch não tenha sido pego pelas câmeras de televisão oficiais do evento, as imagens do incidente surgiram rapidamente nas redes sociais por meio dos fãs.

O acidente foi desencadeado por Floersch batendo atrás de Jehan Daruvala – que de acordo com Guan Yu Zhou, que vinha atrás, parecia diminuir após ver bandeiras amarelas.

O piloto chinês disse: “Sophia estava muito perto de Jehan, então quando Jehan freou cedo ela não teve tempo de reagir. Ela bateu na roda traseira direita de Jehan e isso a levou direto para a Lisboa, e ela voou passando por outro carro.”

 

A batida com Daruvala foi o suficiente para lançar Floersch para a direita, onde ela bateu nos guard-rails, que arrancaram as rodas do lado esquerdo de seu carro.

No momento em que ela deveria estar diminuindo a velocidade, ela foi efetivamente deixada sem freios. Os números do speed trap a registraram a 276.2 km/h.

A decolagem na zebra

Macau instalou novas zebras na curva Lisboa neste ano como parte de um movimento para impedir que os pilotos – especialmente os das categorias de turismo e GT – abusassem dos limites de pista no lado direito.

Confira a comparação entre a zebra deste ano e a usada no ano passado:

Start action, Start action, Joel Eriksson, Motopark with VEB, Dallara Volkswagen leads
Safety car on track

As novas ‘zebras salsicha’ azuis, que são vistas com frequência na F1, estão levemente elevadas, e a trajetória de Floersch fez com que ela batesse na zebra. Isso levantou seu carro ligeiramente para o ar.

Embora isso possa soar como uma situação longe da ideal, este foi um fator que ajudou tanto ela quanto o japonês Sho Tsuboi a escaparem do que poderia ter sido um acidente muito mais sério.

A julgar pelas imagens de vídeo que apareceram online, a sustentação da zebra levantou o carro de Floersch o suficiente para bater em cima no carro de Tsuboi – em vez de ser um golpeá-lo em cheio do lado direito.

Este tipo de acidente – semelhante ao que aconteceu no GP da Áustria de 2002, quando Nick Heidfeld acertou Takuma Sato – tem motivado a FIA a melhorar a proteção do cockpit.

Mesmo com a decolagem, as rodas de Floersch bateram no santo antônio do carro da TOM’S, como mostraram as fotos que surgiram mais tarde.

 

Não é difícil imaginar que o resultado do acidente teria sido muito diferente se Floersch atingisse diretamente o carro da TOM'S, ou batesse a essa velocidade nas barreiras de pneus - mesmo com a segurança dos carros de F3 atualmente.

O alambrado

Tendo sido lançada sobre a zebra e o carro de Tsuboi, o carro de Floersch voou para o alambrado na curva Lisboa.

Entende-se que a altura deste alambrado tenha sido levantada há vários anos, e este fator pode ter desempenhado um papel crucial para salvar sua vida.

Embora ela tenha passado pela cerca, a cerca fez o trabalho de absorver grande parte da energia do acidente. Isso fica claro a partir das filmagens, pois o impacto dobrou vários postes da cerca naquela seção da pista (veja a foto abaixo), mostrando a quantidade de energia que foi absorvida.

Corner detail after crash

Corner detail after crash

Photo by: Jon Noble

Com a velocidade de seu carro reduzida, ela atingiu o bunker de fotógrafo atrás, antes de ser virada para cima.

Milagrosamente, o carro parece ter impactado o bunker com a área do cockpit perto de uma abertura, em vez de em uma parte sólida. Tendo sido parado pelo bunker, o carro de Floersch caiu no chão, onde ela, coberta de seu extintor de incêndio, foi imediatamente atendida por equipes médicas.

Embora dois fotógrafos e fiscais também tenham sido feridos no acidente, a decisão de Macau de várias décadas atrás, de ter um bunker naquela curva – em vez de deixar os membros da mídia expostos – certamente garantiu que não houvesse um resultado pior.

A estrutura protegida pela grade fez o seu trabalho ficando de pé em um impacto direto. Além disso, sendo no início da segunda corrida, ela também não estava tão ocupada como normalmente fica no início da corrida.

Se não houvesse um bunker ali para absorver o carro, então Floersch quase certamente teria voado para estruturas mais sólidas.

Os organizadores de Macau e a FIA vão agora analisar as lições que podem ser aprendidas com o acidente para, se for necessário, fazer alguma mudança para melhorar as coisas para 2019.

A declaração do Comité Organizador do GP de Macau foi clara: “No futuro, continuaremos a seguir as orientações da FIA e tomar todas as medidas necessárias para realizar o evento”.

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