ESPECIAL: MotoGP chega a 2021 com grandes mudanças no grid e dúvidas sobre a volta de Márquez
Principal categoria do motociclismo mundial chega a 2021 com um regulamento mais congelado que o da F1, mas com diversas mudanças no grid
A Fórmula 1 não é o único mundial que inicia sua temporada neste final de semana. A MotoGP também dá o seu pontapé inicial com o GP do Catar neste domingo, em um ano que promete mais uma vez uma disputa intensa entre as montadoras, em meio à dúvidas sobre quando teremos o retorno de Marc Márquez ao grid.
E apesar de um regulamento mais congelado que o da F1 para 2021, a MotoGP vem com diversas mudanças, principalmente no grid, onde apenas uma equipe manteve sua dupla de 2020. Por isso, o Motorsport.com te ajuda a ficar em dia com as novidades da MotoGP 2021 com esse guia completo do que está em jogo na principal categoria da motovelocidade mundial.
Valentino Rossi, Petronas Yamaha SRT
Photo by: Gold and Goose / Motorsport Images
Um ano movimentado no mercado de pilotos
Das 11 equipes do grid, apenas uma manteve de fato sua dupla de pilotos para 2021, a campeã Suzuki, que segue por mais um ano com Joan Mír e Álex Márquez, enquanto a Aprilia manteve a dupla que terminou a temporada passada.
Nas outras nove equipes, temos mudanças importantes, como a troca de vagas entre Valentino Rossi e Fabio Quartararo na Yamaha. Enquanto o francês vai para a equipe oficial, o multicampeão passa a correr pela primeira vez em uma satélite, a Petronas SRT.
Os candidatos ao título de 2020 devem vir com tudo novamente em 2020: Joan Mír, Franco Morbidelli, Álex Rins, Fabio Quartararo e mais, além da inclusão de possíveis novos postulantes, como Jack Miller, que saiu da pré-temporada muito feliz com sua Ducati.
Mais uma vez, a atenção do paddock deve se voltar à Rossi por conta das chances de sua aposentadoria. Segundo o italiano, a decisão se seguirá ou não no grid em 2022 será tomada nas férias de verão.
O grid de 2021 traz ainda três novatos, todos vindos da Moto2: o campeão e o vice-campeão de 2020, Enea Bastianini e Luca Marini, que correrão juntos na Esponsorama / Avintia Ducati, além de Jorge Martín, quinto colocado no ano passado que também correrá com a montadora italiana, mas na Pramac.
Conheça os pilotos da MotoGP 2021 e suas equipes:
E Marc Márquez?
Marc Márquez já está afastado do grid há oito meses, desde o seu grave acidente sofrido durante o GP da Espanha, etapa de abertura da temporada 2020, em Jerez. O impacto causou a fratura de seu úmero direito, iniciando um longo e doloroso processo de reabilitação.
O hexacampeão passou por três cirurgias e duas equipes médicas. Apenas a partir da última operação, em dezembro, que passou a ter uma curva de evolução, chegando a um novo estágio em março deste ano, quando recebeu a alta médica para voltar a treinar com motos.
A evolução rápida de Márquez a partir deste ponto deixava a impressão de que poderia voltar ao grid já no GP do Catar, mas o hexacampeão preferiu seguir as recomendações médicas e, com isso, está fora das duas primeiras etapas da temporada, podendo voltar no GP de Portugal, marcado para 18 de abril.
Até lá, sua vaga na equipe oficial da Honda seguirá sendo ocupada por Stefan Bradl, piloto de testes da montadora que já o substituiu na temporada 2020.
A promessa de uma disputa apertada entre as montadoras
Se a F1 é dominada pela Mercedes há sete anos, a situação na MotoGP parece mais aberta do que nunca após o afastamento de Marc Márquez que, entre 2013 e 2019, venceu seis dos sete títulos disputados.
Sua ausência se refletiu em um campeonato muito disputado entre Suzuki e Yamaha, com a primeira levando a melhor nos Mundiais de Pilotos e Equipes, enquanto a Ducati levou a melhor entre os Construtores.
Com o regulamento congelado para 2021, a expectativa é que essa briga seja ainda mais intensa, principalmente com a possibilidade de volta da Honda à disputa após um ano apagado sem sua maior estrela e a possível chegada da KTM, que venceu três GPs em 2020
Conheça as motos da temporada 2021 da MotoGP:
Um calendário já impactado pela Covid-19
A temporada 2021 da MotoGP ainda vai começar, mas o calendário já possui algumas diferenças com relação à sua versão original. A evolução da pandemia da Covid-19 ao redor do mundo forçou a categoria a adiar as duas provas do continente americano, os GPs da Argentina, em Termas do Río Hondo e da América, em Austin.
Enquanto essas provas seguem fora do calendário, sem uma nova data, a categoria adicionou duas substitutas: o GP de Doha, segunda prova no circuito de Losail, no Catar, e o retorno do GP de Portugal, apenas quatro meses após a última edição da prova em Portimão.
Diferente do calendário europeu de 2020, a MotoGP está tentando voltar a correr na Ásia e na Oceania neste ano e a categoria ainda possui um circuito reserva caso a temporada passe por novas alterações: Mandalika, na Indonésia, onde o Mundial já correu em 1996 e 1997.
Etapa | Local | Data |
01 | GP do Catar (Losail) | 28/03 |
02 | GP de Doha (Losail) | 04/04 |
03 | GP de Portugal (Portimão) | 18/05 |
04 | GP da Espanha (Jerez) | 02/05 |
05 | GP da França (Le Mans) | 16/05 |
06 | GP da Itália (Mugello) | 30/05 |
07 | GP da Catalunha (Barcelona) | 06/06 |
08 | GP da Alemanha (Sachsenring) | 20/06 |
09 | GP da Holanda (Assen) | 27/06 |
10 | GP da Finlândia (Kymi Ring) | 11/07 |
11 | GP da Áustria (Red Bull Ring) | 15/08 |
12 | GP da Grã-Bretanha (Silverstone) | 29/08 |
13 | GP de Aragón (Aragón) | 12/09 |
14 | GP de San Marino (Misano) | 19/09 |
15 | GP do Japão (Motegi) | 03/10 |
16 | GP da Tailândia (Chang) | 10/10 |
17 | GP da Austrália (Phillip Island) | 24/10 |
18 | GP da Malásia (Sepang) | 31/10 |
19 | GP de Valência (Ricardo Tormo) | 14/11 |
-- | GP da Argentina (Termas de Río Hondo) | Adiado sem data |
-- | GP das Américas (Circuito das Américas) | Adiado sem data |
-- | GP da Indonésia (Circuito de rua de Mandalika) | Pista reserva |
Joan Mir, Team Suzuki MotoGP
Photo by: Gold and Goose / Motorsport Images
Poucas mudanças técnicas para 2021 mas olho em 2022
Assim como foi o caso na Fórmula 1, a pandemia da Covid-19 trouxe um grande impacto econômico para a MotoGP, e a categoria e suas equipes se movimentaram para cortar gastos nos próximos anos.
Com isso, montadoras e representantes da categoria aprovaram um pacote de congelamento que envolveu tanto a temporada de 2020 quanto a de 2021.
Tanto as montadoras concessionais (KTM e Aprilia, sem vitórias até o início da temporada passada), quanto as não-concessionais (Honda, Yamaha, Suzuki e Ducati, com vitórias no início da temporada passada) terão pequenas liberdades para mexer em suas motos ao longo do ano.
Enquanto as concessionais puderam entregar um novo motor, as não-concessionais são obrigadas a manter a mesma unidade de potência, enquanto todas tem a permissão fazer apenas uma atualização de aerodinâmica.
Apesar de 2021 ser um ano bastante congelado, até mais que na F1, a MotoGP presta atenção agora para 2022, quando podemos ter muitas mudanças pelo grid.
Assim como existe o Pacto de Concórdia na F1, que garante a permanência das equipes por cinco anos, a MotoGP possui um dispositivo similar, o contrato com a Dorna Sports. O prazo do documento atual chega ao fim em 2021 e algumas montadoras já oficializaram sua permanência, mas a expectativa é que as seis (Honda, Yamaha, Suzuki, Ducati, KTM e Aprilia) sigam. Só que isso abre brechas para mudanças entre as satélites.
Além das equipes oficiais das montadoras, quatro delas (Honda, Yamaha, Ducati e KTM) tem as equipes satélites, que usam motos e motores de suas parceiras, e a expectativa é que tenhamos mudanças para 2022.
A Gresini mesmo já deixou claro que não seguirá com a Aprilia em 2022, enquanto a Esponsorama / Avintia já anunciou que não renovará seu contrato com a Dorna, abrindo espaço para uma possível chegada da VR46, equipe de Valentino Rossi à principal categoria do Mundial.
E a chegada da VR46 pode abrir uma disputa interessante pela vaga como equipe satélite da Yamaha. No momento, esse posto pertence à Petronas SRT, onde o próprio Rossi correrá em 2021, mas a montadora japonesa já afirmou que vai olhar para todas as opções disponíveis no mercado, apesar de estarem felizes com os bons resultados da Petronas, que rendeu o vice-campeonato de pilotos em 2020 com Franco Morbidelli.
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