MotoGP: Buscando sair da crise, Honda e Yamaha seguem caminhos distintos de evolução; entenda
GP da Catalunha explicita tais filosofias opostas das duas marcas
As duas montadoras japonesas da MotoGP, Honda e Yamaha, estão trabalhando duro nos últimos meses para reverterem a crise que vivem nos últimos dois anos. Mas o GP da Catalunha deste fim de semana destaca o contraste nos programas das marcas, com as duas seguindo caminhos completamente diferentes com as atualizações de suas motos.
Ambas estão tentando tirar o máximo do novo sistema de concessões introduzido neste ano, com a realização de testes privados com os pilotos titulares, mas parece ter uma diferença clara em relação ao quão rapidamente as peças chegam às motos.
A Yamaha, tendo convencido com sucesso Fabio Quartararo a uma extensão de dois anos, não somente está testando novas atualizações como também está introduzindo-as em finais de semana de corridas de forma impressionante.
Após testar uma versão completamente nova da M1 no teste de Jerez, a marca japonesa fez mais sessões privadas em Mugello nos últimos dias. Com o teste sendo considerado positivo, a Yamaha homologou rapidamente seu novo pacote aerodinâmico, que já é visto nas moto de Quartararo e de Álex Rins no paddock da Catalunha.
Falando sobre as atualizações, Quartararo disse: "[O teste] foi ótimo, porque pudemos analisar bem quais são as prioridades, para melhorarmos até o fim da temporada. Isso é bom. Não sabemos como vamos melhorar, mas sabemos qual é o caminho. E usamos o novo pacote aerodinâmico, que foi melhor para Cal, para mim e para Álex. Então vamos usá-lo durante o fim de semana".
Fabio Quartararo, Yamaha Factory Racing
Photo by: Marc Fleury
É interessante notar que a Yamaha está acelerando as atualizações mesmo que elas ofereçam apenas uma melhora marginal de performance ou de sensação com a moto. Isso sugere que seu caminho é esse: pequenas melhorias de forma regular, em vez de segurar para ter pacotes maiores.
Questionado sobre o quão bom o novo pacote aerodinâmico é, Quartararo acrescentou: "Ajuda um pouco nas curvas. Claro, não é uma grande diferença, mas no que pudermos melhorar um pouco, fizemos e foi um pouco melhor no ângulo de inclinação".
Assim como a Yamaha, a Honda está trabalhando nos bastidores para melhorar aerodinâmica, chassi e motor da sofrível RC213V, tendo feito um teste privado em Mugello. Mas, diferentemente da rival, a Honda não tem pressa para introduzir as atualizações nas motos de Joan Mir e Luca Marini, na equipe oficial, e Johann Zarco e Takaaki Nakagami, na LCR.
Mir explicou que, apesar do teste de Mugello ter sido visto como positivo pela fábrica, ele correrá com a mesma moto de Le Mans.
"Testamos muitas coisas, especialmente aerodinâmica, e diferentes configurações de motor. Foi bem produtivo. Não vamos aqui o que pedimos para o teste. Será um pacote similar [ao da etapa anterior]".
Joan Mir, Repsol Honda Team
Photo by: Marc Fleury
"Ainda precisamos deste mês e as próximas duas corridas que teremos no fim de junho, depois mais um mês, para darmos esse passo adiante".
"[O novo pacote aerodinâmico] Não foi uma grande evolução, mas foi um passo. Não vou usá-lo aqui, possivelmente na próxima corrida, em termos de homologação e mais. Mas estamos dando passos".
Já Marini usou um tom similar, afirmando que a Honda não quer trazer atualizações antes de estar convencida de sua evolução na performance.
"Agora temos que entender após toda a análise e relatórios que temos dos testes, quais partes da moto precisamos colocar na pista amanhã porque temos combinações distintas. E também precisamos ver a homologação da aerodinâmica, porque não queremos ter pressa".
"Porque os japoneses estão trabalhando duro ao longo do ano, teremos mais atualizações, então precisamos ser inteligentes para entendermos tudo. Se algo estiver claro, se for muito positivo, vamos colocar".
"Se não, talvez seja melhor esperar para termos mais atualizações, porque a distância para a ponta é bem grande no momento, então precisamos de passos que nos ajudem a ficar mais próximos".
A abordagem da Honda traz pistas sobre as mudanças feitas à mentalidade da marca nos últimos meses. Não dá para negar que, no momento, eles arriscam mais com os desenvolvimentos, mas está claro que eles ainda estão hesitantes quanto a trazer atualizações para as corridas.
"A mentalidade deles é bem diferente da dos italianos. Mas eles são muito precisos, fortes, querem entender tudo muito bem. A abordagem deles é entender tudo, e eles querem ter certeza de que tudo funciona antes de colocar na pista, talvez quebrando alguma coisa, causando problemas para o piloto".
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