Três anos após aposentadoria, Pedrosa retorna à MotoGP como 'wild card' da KTM na Estíria; relembre carreira
Piloto espanhol correrá pela primeira vez no Mundial de Motovelocidade com uma moto diferente da Honda
Em menos de duas semanas, a MotoGP retorna da sua pausa de verão e reinicia as atividades da temporada 2021 com o GP da Estíria, primeira de duas corridas no Red Bull Ring. E a prova da Áustria terá um grande retorno ao grid da categoria: o espanhol Dani Pedrosa, que fará uma participação especial como 'wild card' da KTM, marca pela qual atua como piloto de testes.
Pedrosa, que foi bicampeão das 250cc e campeão das 125cc, aposentou da MotoGP no final de 2018 após uma longa trajetória com a Honda, incluindo 13 anos na categoria rainha. Mas após a saída, o espanhol assumiu a função de piloto de testes da KTM, posição que mantém até hoje.
Até recentemente, o espanhol, que venceu 31 provas ao longo de sua carreira na MotoGP e foi três vezes vice-campeão, não tinha muito interesse em usar o 'wild card' da KTM, mas neste ano começaram a surgir informações de que ele tinha interesse em retornar, só que sua participação era esperada apenas em Misano, no meio de setembro.
Mas a KTM confirmou que terá a quinta moto já no GP da Estíria, em 08 de agosto, ao lado de Miguel Oliveira e Brad Binder, da equipe oficial, e Danilo Petrucci e Iker Lecuona, da Tech3. Pedrosa terá em mãos "uma versão adaptada de desenvolvimento" da RC16.
"Tem sido super interessante fazer parte deste projeto desde o começo com a KTM na MotoGP, e poder dividir minha experiência com a equipe", disse. "Passo a passo fizemos o melhor possível e agora será interessante voltar a uma corrida porque te dá uma perspectiva diferente em comparação a um teste normal".
"Faz um longo tempo desde minha última corrida e, claro, a mentalidade para disputar um GP é muito diferente de um teste".
Dani Pedrosa, Red Bull KTM Factory Racing
Photo by: Gold and Goose / Motorsport Images
Pedrosa estreou no Mundial de Motovelocidade em 2001 na então 125cc, onde já corria com a Honda. Logo em seu primeiro ano conquistou dois pódios e terminou em oitavo. O espanhol seguiu crescendo na categoria, sendo o terceiro colocado em 2002 e finalmente campeão em 2003, carimbando a passagem para as 250cc.
Se nas 125cc Pedrosa levou dois anos para chegar ao título, nas 250cc não precisou esperar. O espanhol já foi campeão direto em 2004, vencendo sete das 16 provas do ano e indo ao pódio 13 vezes naquela temporada, coroando um ano dominante. Mesmo com a boa performance, seguiu na classe em 2005, onde conquistou o bicampeonato, antes de se mudar para a categoria rainha.
Após uma trajetória de sucesso com a Honda nas 125 e 250 cilindradas, Pedrosa chegou à MotoGP direto para ocupar uma vaga na equipe oficial da montadora japonesa, e não demorou nada para provar seu valor: foi segundo colocado logo na estreia, em Jerez, vencendo pela primeira vez pouco depois, na China, repetindo a dose ainda em Donington Park, para terminar em quinto no Mundial.
Apesar de nunca ter conquistado o tão sonhado título da MotoGP, Pedrosa viveu sua melhor fase na categoria nos anos seguintes, acumulando três vice-campeonatos, em 2007, 2010 e 2012, e três terceiros lugares, em 2008, 2009 e 2013.
Após a chegada de Marc Márquez, que foi campeão da MotoGP logo em sua estreia na categoria, em 2013, Pedrosa deixou de se colocar nas disputas pelo título, e anunciou o fim de sua carreira nas pistas em 2018, após uma tímida temporada enquanto seu companheiro de equipe conquistava o pentacampeonato.
Dani Pedrosa takes the checkered flag
Photo by: Honda
Mesmo sem o título, Pedrosa saiu da MotoGP tendo um grande respeito dos pilotos, que o consideram um dos maiores da categoria que não tiveram a oportunidade de ser campeão. E o espanhol ainda detém uma importante marca dentro da Honda: ele é o último piloto além de Márquez a vencer uma corrida com a RC213V, algo que não acontece desde o GP de Valência de 2017.
Vale lembrar que Pedrosa pode não ser o único nome aposentado da MotoGP a voltar na Áustria. A Petronas SRT afirmou recentemente que a recuperação de Franco Morbidelli de sua cirurgia no joelho pode durar até setembro, e isso pode abrir caminho para que um ex-companheiro de Honda do espanhol, Cal Crutchlow, assuma a vaga do ítalo-brasileiro.
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