Stock Car: Um dos três gaúchos da etapa, Cesar Ramos analisa situação de autódromos do RS
Apesar de ser a pista ‘de casa’, piloto da Ipiranga Racing admite não ter tanta intimidade com traçado de Tarumã
A Stock Car retorna a Tarumã após hiato de quase seis anos na pista que recebeu a primeira corrida da maior categoria do automobilismo brasileiro. Para este fim de semana, o grid contará com três pilotos do Rio Grande do Sul: o novato Lucas Kohl, Arthur Leist, que substitui Tony Kanaan com compromissos na Indy, e Cesar Ramos.
O mais experiente e vencedor dos três admitiu que não tem tanta intimidade com a pista em que competiu apenas duas vezes em sua carreira na Stock.
“É estranho, porque é muito perto da minha casa, eu comecei a andar de kart aqui em Tarumã, no kartódromo, mas é uma pista que eu não tenho tanta experiência assim”, disse Ramos com exclusividade ao Motorsport.com. “Com certeza, eu andei muito mais em Interlagos, Goiânia, no próprio Velopark, então eu considero por ser uma pista local, mas não tenho tanta intimidade.”
“Corri aqui duas vezes, em 2015 e 2017 pela Stock Car. Quando cheguei aqui em 2015, que era o meu primeiro ano na Stock Car, a equipe falou, ‘agora a gente vai para sua casa’, e eu nunca tinha andado em Tarumã. Eu saí do kart, tive minha carreira fora do Brasil, eu fui conhecer Tarumã na Stock Car, em 2015, já com 26, 27 anos. Então, estou longe de ser um cara que foi criado em Tarumã.”
RS importante, mas não constante
O autódromo gaúcho com a sequência mais sólida no calendário da Stock Car tem sido Velopark. A partir do próximo ano, quem promete retornar, e por mais cinco anos, é Santa Cruz do Sul. Por mais que essas e outras pistas do estado tenham grande importância, elas não conseguem se manter como locais certos a cada ano, podendo frustrar os fãs apaixonados pela velocidade.
Sobre isso, Ramos analisou o que realmente acontece no Brasil, deixando de lado qualquer bairrismo, ao defender essas pistas.
“Se a gente pegar e analisar, todos os autódromos do Brasil, exceto Interlagos, que está sempre em condições perfeitas, porque recebe a Fórmula 1, têm algum ponto que deveria ter uma melhoria ou investimento, que normalmente é privado e é muito difícil de acontecer.”
“Infelizmente, embora o Brasil seja um país gigante, são poucas as competições, são poucas as categorias. Se você observar, profissional mesmo, só a Stock Car e a Copa Truck, onde os pilotos são remunerados para isso. Se você pegar uma Europa, há ‘n’ categorias. Então sempre tem alguma atividade naquelas pistas.”
“Fica difícil alguém fazer um investimento grande para receber uma ou duas etapas durante o ano, esse dinheiro não retorna. Então, eles fazem o maior esforço possível para deixar na melhor condição, mas fica difícil.”
“Temos o Velopark que está constantemente no calendário. É uma pista legal, mas é longe de ser um autódromo ‘real’ como Tarumã, como Santa Cruz do Sul. Santa Cruz é um autódromo incrível, todo mundo ama correr lá, eles fizeram o melhor que conseguiram, recapearam a pista. Infelizmente, o material usado não era o ideal e começou a soltar asfalto.”
“É uma pista rápida que tem muito mais risco que outras, mas a gente já correu em tantos lugares também que não tinha condição ideal... temos que aproveitar esses autódromos que estão aí em condições estão de pé e ainda fazendo o seu melhor para conseguir receber a Stock e voltar a marcar presença, ao invés de ficar repetindo três ou quatro vezes a mesma pista.”
“Todo mundo torce tanto para ter circuito de rua, você vai me dizer que circuito de rua é o circuito mais seguro do mundo? Nunca vai ser seguro um circuito de rua vai ter a segurança máxima dentro do possível”, concluiu.
VÍDEO: Dudu Barrichello bate forte em treino da Stock Car e está fora da etapa de Tarumã
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