ANÁLISE: Entenda como está o mercado de pilotos da F1 para 2021
A dois meses do fim da temporada 2020, o grid do próximo ano tem vagas fechadas, em aberto e que podem mudar de dono
A Fórmula 1 pode estar com pouco buzz no paddock para ajudar a aquecer a tradicional silly season, quando surgem mil e um rumores sobre o mercado de pilotos. Mas isso não impediu o surgimento de desenvolvimentos fascinantes sobre quem vai para onde em 2021, com algumas vagas ainda em aberto.
Veja abaixo a situação de cada equipe, com importantes decisões próximas de serem tomadas nas próximas semanas.
Race Winner Lewis Hamilton, Mercedes-AMG F1 celebrates in Parc Ferme
Photo by: Andy Hone / Motorsport Images
Mercedes
A equipe alemã parece praticamente certa para manter sua dupla de pilotos para 2021. Valtteri Bottas já garantiu sua posição, com o anúncio de sua renovação sendo feito ainda no início da temporada.
Porém, o mesmo nível de urgência não parece existir no lado da garagem de Lewis Hamilton, apesar de parecer extremamente improvável que ele não seguirá na equipe.
O chefe da Mercedes, Toto Wolff, disse recentemente que a natureza desse ano, e as complicações devido à pandemia significaram ele não ter muito tempo para sentar e resolver o contrato com Hamilton.
"Acredito que Lewis quer estar no carro mais rápido, e nós queremos ter o piloto mais rápido. Parece óbvio. Só precisamos encontrar um momento para sentar e fechar tudo".
Carlos Sainz Jr., McLaren
Photo by: Steven Tee / Motorsport Images
Ferrari
A Ferrari optou por fechar sua dupla para 2021 antes mesmo da temporada começar, e decidiu por uma mudança. Enquanto Charles Leclerc já tinha um contrato a longo prazo, a equipe decidiu não estender o contrato com Sebastian Vettel.
No lugar, a equipe procurou por um nome mais jovem para ajudar em sua recuperação a longo prazo, fechando com Carlos Sainz, que sairá da McLaren após dois anos.
Alex Albon, Red Bull Racing
Photo by: Andy Hone / Motorsport Images
Red Bull
Enquanto Max Verstappen está comprometido a longo prazo com a Red Bull, ainda há incertezas sobre a segunda vaga e se haverá mudanças. Alex Albon progrediu neste ano, mas após seu pódio em Mugello suas performances estão longe do que a equipe esperava.
Após o GP de Eifel, Helmut Marko disse que, caso Albon siga melhorando, ele será mantido. Mas admitiu que havia a possibilidade da equipe olhar para fora de sua Academia, apostando em pilotos mais experientes como Nico Hulkenberg ou Sergio Pérez.
A equipe espera bater o martelo até o GP da Turquia, no próximo mês.
Carlos Sainz Jr., McLaren MCL35
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
McLaren
Assim como a Ferrari, a equipe britânica fechou cedo sua dupla para 2021. Enquanto Lando Norris já tinha um contrato garantido, a McLaren não perdeu tempo para trazer um substituto para Carlos Sainz, assim que o espanhol assinou com a Ferrari.
A equipe garantiu Daniel Ricciardo, tirando o australiano da Renault.
Fernando Alonso, Renault F1 Team R.S.20
Photo by: Renault F1
Renault (Alpine)
A saída de Daniel Ricciardo da Renault no final do ano abriu as portas para a montadora francesa trazer de volta Fernando Alonso. O espanhol já andou com o carro de 2020 e segue suas preparações para a volta com muito trabalho no simulador.
Lembrando que, a partir do ano que vem, a Renault deixará de ser conhecida por esse nome, passando a adotar a marca Alpine, que faz parte do grupo da montadora francesa.
Esteban Ocon tem contrato garantido para 2021, mas a equipe quer que ele crie mais confiança. Recentemente, Cyril Abiteboul disse: "Assim como vários pilotos jovens, ele tem uma certa impaciência que o leva a cometer pequenos erros, mas não tenho nenhuma preocupação, isso pode ser resolvido. E, novamente, com o apoio da equipe, isso será resolvido".
Os rumores recentes falam de uma aproximação de Pierre Gasly à montadora francesa por um acordo, mas isso deve ser mais provável para 2022.
Yuki Tsunoda, Alpha Tauri, seat fitting
Photo by: Scuderia Alpha Tauri
AlphaTauri
A vitória de Pierre Gasly no GP da Itália esquentou o debate sobre a possibilidade do francês ter mais uma chance na Red Bull, voltando a ocupar a vaga que perdeu para Alex Albon no intervalo da temporada de 2019.
Porém, a mensagem de Marko e de Christian Horner é consistente: eles sentem que Gasly se dá melhor em meio à atmosfera da AlphaTauri. Ter alguém forte e com experiência como Gasly é importante para a equipe também, já que ela tenta sair do papel de equipe júnior para tornar-se uma equipe irmã.
Parece inevitável a continuidade de Gasly para 2021, mas a identidade de seu companheiro de equipe ainda não está resolvida.
A Red Bull quer promover Yuki Tsunoda, piloto de sua Academia que corre na F2, mas tudo depende do japonês, que também tem apoio da Honda, já que ele precisa completar os pontos para a superlicença.
Se Tsunoda não conseguir cumprir a tarefa, isso pode levar a mais uma chance para Daniil Kvyat, desde que a Red Bull não opte por mudar Albon de volta para a equipe italiana.
Sergio Perez, Racing Point RP20
Photo by: Andy Hone / Motorsport Images
Racing Point (Aston Martin)
A Racing Point, que se tornará Aston Martin em 2021, ajudou a criar o caminho que viabilizou a contratação de Sebastian Vettel para o próximo ano. A chegada do alemão fez com que a equipe acionasse uma cláusula de saída no contrato de Sergio Pérez, deixando o mexicano sem vaga apesar de ter a posição garantida para 2021.
Vettel terá como companheiro de equipe Lance Stroll, que permanece em uma equipe que pertence a um consórcio liderado por seu pai, Lawrence Stroll, que também é o presidente-executivo da Aston Martin atualmente.
Antonio Giovinazzi, Alfa Romeo
Photo by: Charles Coates / Motorsport Images
Alfa Romeo
Espera-se um anúncio iminente da equipe sobre sua dupla de 2021. Kimi Raikkonen parece quase certo para ficar por mais uma temporada, aumentando seu recorde como o piloto mais experiente da F1.
Já a identidade de seu companheiro de equipe não parece tão certa, mas, cada vez mais, parece certo que Antonio Giovinazzi receberá mais uma chance. A parceria da Alfa com a Ferrari significa que a equipe italiana tem um dedo na decisão da segunda vaga, com o espaço sendo preenchido por um membro de sua Academia.
Enquanto haviam indicações de que Mick Schumacher era o candidato preferido, o progresso de Giovinazzi nas últimas semanas levaram a sugestões de que ele poderá ter uma terceira temporada na F1.
Nikita Mazepin, Hitech Grand Prix, 1st position, on the podium
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
Haas
A Haas está no centro das discussões sobre o mercado de pilotos neste ano, com a equipe admitindo que analisa uma lista de dez candidatos para 2021. Com a equipe buscando criar as fundações para o futuro a longo prazo, as chances de termos uma dupla nova crescem a cada dia.
Isso deixaria Romain Grosjean e Keving Magnussen de lado após cinco anos com o francês e quatro com o dinamarquês. Em 2020, a equipe enfrenta uma temporada frustrante, sofrendo com a perda de potência do motor Ferrari.
Por um tempo, parecia que Sergio Pérez estava na frente da disputa por uma vaga, graças ao forte patrocínio mexicano que ele traz, mas isso pode acabar não acontecendo.
O atual favorito para uma das vagas é o russo da F2 Nikita Mazepin, que pode chegar à F1 também trazendo grande apoio financeiro. O chefe da Haas, Gunther Steiner, foi visto conversando com o pai de Nikita no GP da Rússia.
A segunda vaga na Haas também pode ir para um novato, com indícios crescentes de que Mick Schumacher pode acabar na equipe americana em vez da Alfa. Isso pode ser parte de uma aproximação maior da Haas com a Ferrari.
Sergio Perez, Racing Point, on the grid
Photo by: Charles Coates / Motorsport Images
Williams
Com as chances de Pérez na Haas perdendo força, ele tem sido ligado a um possível acordo com a Williams. O mexicano faria sentido para a equipe, trazendo além da velocidade o apoio financeiro mexicano, qualidades atraentes.
Porém, a situação não parece tão fácil para ele, já que Nicholas Latifi e George Russell já estão garantidos para o próximo ano. Mas, como é de praxe no mundo dos negócios, todos os contratos em uma cláusula de saída que pode ser ativada, pelo valor certo.
A vaga de Russell tem apoio da Mercedes, com o britânico sendo parte da Academia da montadora alemã, e sendo visto como um futuro piloto da equipe oficial. Já Latifi traz um forte patrocínio do Canadá.
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