Companheiro de quarto de Hubert, Gasly diz: "difícil de entender"

Piloto francês da Toro Rosso luta para lidar com a morte do amigo, com quem também estudou quando mais jovem

Depois de seu rebaixamento da Red Bull para a Toro Rosso na Fórmula 1, Pierre Gasly agora luta para assimilar a morte repentina do piloto de Fórmula 2 Anthoine Hubert, seu amigo e companheiro de quarto por muitos anos.

Hubert morreu neste sábado, após acidente durante corrida da F2 em Spa-Francorchamps, Bélgica, logo após o treino classificatório da F1 para a etapa disputada neste domingo, em clima de luto e homenagens.

Gasly estava alguns passos à frente de Hubert durante sua carreira na base do esporte a motor, mas os dois franceses haviam participado do programa júnior da federação de automobilismo do país europeu.

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Após o GP da Bélgica, Gasly falou sobre a sensação de correr após a morte de um de seus companheiros. “Acho que foi com certeza a pré-corrida mais emocionante que já tive. Porque você não está pronto para perder um dos seus melhores amigos”, disse o francês.

“Crescemos juntos desde os sete anos, quando corríamos de kart. Moramos juntos no mesmo apartamento por seis anos. Fomos colegas de classe dos 13 aos 19. E, na verdade, Anthoine venceu a Copa da França [no karting] em 2005”, relembrou.

“Nós corremos juntos por tantos anos e todos nos conhecíamos. Entre a morte de Jules [Bianchi], alguns anos atrás, e agora a de Anthoine, acho que são notícias realmente terríveis para o automobilismo francês. Eles eram dois personagens incríveis”.

Anthoine Hubert nasceu em 22 de setembro de 1996, em Lyon, na França.

Ele começou a correr em monopostos em 2013, quando foi campeão da Fórmula 4 francesa.

No ano seguinte, o jovem para a F-Renault.

Após uma temporada de adaptação, o francês terminou em quinto lugar no campeonato, com duas vitórias em sete pódios, além de duas poles, em 2015.

Em 2016, Hubert deu mais um passo e foi para a Fórmula 3 europeia.

Contra pilotos como George Russell, Lance Stroll — que ficou com o título — e Callum Ilott, o francês venceu uma corrida e ficou em oitavo no campeonato.

No ano seguinte, em 2017, o piloto foi para a antiga GP3, hoje F3.

Na temporada de estreia, pela ART Grand Prix, Hubert terminou em quarto, com quatro pódios. A consagração viria no seu segundo ano na categoria.

Numa temporada contundente, o jovem somou duas vitórias e um total de 11 pódios.

Na foto, ele comemora o título ao lado de Alain Prost.

Anthoine Hubert em foto com Pedro Piquet.

Em 2019, Hubert subiu para a F2 com a equipe BWT Arden.

Ele conquistou duas vitórias na temporada. Uma delas foi na França, em Paul Ricard.

E outra no mítico circuito de rua de Mônaco.

Neste sábado, porém, a promessa acabou falecendo após o grave acidente na curva Eau Rouge.

Hubert era piloto do programa de talentos da Renault.

A corrida de Spa-Francorchamps foi a primeira de Gasly desde o seu rebaixamento da Red Bull para a Toro Rosso, e o francês marcou dois pontos pelo nono lugar. O chefe da Red Bull, Christian Horner, reconheceu que a morte de Hubert impactou o piloto do carro#10.

"Eles cresceram juntos, competiram por muitos anos juntos, suas famílias se conhecem extremamente bem. Acho que isso atingiu Pierre com muita força”, avaliou o dirigente britânico da RBR.

“Então, tudo que eu pude fazer foi tentar oferecer algum apoio e dizer ao Pierre que Anthoine estava fazendo exatamente o que queria fazer e se ele tivesse a oportunidade de pilotar o carro de F1 em que Pierre está, ele teria agarrado essa oportunidade com as duas mãos”.