Dos 8 títulos na 'era de ouro', à crise de pilotos: a história do Brasil nos mil GP's da F1
País é responsável por 10% das vitórias da história da Fórmula 1 com oito títulos mundiais
A Fórmula 1 chega a sua milésima corrida neste fim de semana, na China, e o Brasil faz parte de uma fatia imensa desses 1000 Grandes Prêmios até hoje.
São 8 títulos mundiais e 101 vitórias (praticamente 10% das corridas realizadas vencidas pelo Brasil) com 31 pilotos brasileiros na Fórmula 1.
O Motorsport.com Brasil relembra as fases dessa grandiosa história no automobilismo nacional na maior categoria do mundo.
OS PRIMÓRDIOS
O primeiro brasileiro a pilotar na Fórmula 1 foi Chico Landi. Ele fez sua estreia no GP da Itália em 1951 e correu em seis provas entre 51 e 56, marcando 1,5 ponto na categoria.
Até o fim da década de 50, o Brasil ainda teve mais três representantes na Fórmula 1: Gino Bianco (nascido na Itália), Nano da Silva Ramos (nascido na França), e Fritz D'Orey.
Mas ainda nos primórdios da categoria o Brasil não conseguiu resultados expressivos, conquistando mais 2 pontos apenas entre esses pilotos, com Ramos.
'O PAI DE TODO NÓS'
A década de 70 começou com aquele que Galvão Bueno chamaria anos mais tarde de "pai de todos nós". O "nós", claro, se refere aos fãs de automobilismo. No GP da Grã-Bretanha em 1970, um jovem de 23 anos chamado Emerson Fittipaldi abriria portas jamais imagináveis para o país na Fórmula 1. Ele fez sua estreia em Brands Hatch com um oitavo lugar. E no mesmo ano, em Watkins Glen, conseguiria sua primeira vitória na categoria, dando o título a seu companheiro de Lotus e já falecido Jochen Rindt. Essa foi a primeira vez que um brasileiro subiria no pódio e a primeira das 101 vezes que o país estava no lugar mais alto do palanque.
Emerson foi bicampeão mundial em 1972 e 1974. E trouxe com ele uma legião de brasileiros na categoria: seu irmão, Wilson, José Carlos Pace (vencedor do GP do Brasil em 1975 e que dá nome ao autódromo de Interlagos), Ingo Hoffman, Luiz Pereira Bueno, Alex Dias Ribeiro e um então jovem Nelson Piquet.
Mais importante que os pilotos nessa época, foi o fato de que o Brasil teve sua única equipe a competir na Fórmula 1 até hoje. A Copersucar-Fittipaldi, fundada por Emerson e Wilson, fez sua estreia na categoria em 1975 e ficou na Fórmula 1 até 1982.
A equipe teve três pódios na categoria, dois deles com Emerson, e o outro com Keke Rosberg, no GP da Argentina de 1980. O finlandês seria campeão da Fórmula 1 dois anos mais tarde.
O AUGE
Em termos de popularização, vitórias, títulos e qualidade técnica dos pilotos, os anos 80 representam o auge do automobilismo brasileiro na categoria.
A começar por Nelson Piquet, que conseguiu as três primeiras vitórias de sua carreira logo em 1980. No ano seguinte, ele seria campeão da categoria.
Piquet ainda conquistaria mais dois títulos, em 1983 e 1987, se tornando tricampeão da Fórmula 1.
Na década de 80, Raul Boesel, Chico Serra e Roberto Pupo Moreno também fizeram suas estreias na categoria, mas foi um jovem paulista que estreou em 1984 que marcaria história na Fórmula 1 e ficaria conhecido como o brasileiro mais popular da história do automobilismo: Ayrton Senna.
Senna foi o brasileiro que mais conquistou vitórias (41), pole positions (65) e pódios (80) na Fórmula 1, tendo seu nome eternizado na história do esporte brasileiro.
A ERA PÓS-SENNA
A morte de Ayrton Senna em 1994 deixou um vazio nos fãs de Fórmula 1. Muitos desistiram de ver as corridas, e o Brasil ficou sem um piloto de ponta depois de 15 anos. As esperanças caíram sobre os ombros dos jovens Rubens Barrichello e Christian Fittipaldi, que haviam acabado de entrar na categoria. Outros brasileiros ingressaram na F1, mas nunca em boas equipes: Ricardo Rossett, Tarso Marques, Ricardo Zonta e Pedro Paulo Diniz.
Foram sete anos sem um brasileiro em uma equipe de ponta e sem o tema da vitória tocar nas transmissões da TV Globo. Até que Rubinho, pela Ferrari no GP da Alemanha de 2000, voltou a dar esperanças.
A VEZ DE MASSA E RUBINHO
Enquanto esteve ao lado de Michael Schumacher, Rubinho na prática não chegou perto de disputar nenhum título. Mas obteve marcas importantes na era mais vitoriosa da história da Ferrari: 9 vitórias e dois vices (2002 e 2004).
Após Barrichello deixar a Ferrari, ele foi substituído por Felipe Massa, que por alguns segundos foi o campeão mundial de 2008, tendo o título levado por Lewis Hamilton. Massa conquistou 11 vitórias e 15 poles pela escuderia.
No ano seguinte, curiosamente, Barrichello chegou perto do título da Fórmula 1 também, mas pela Brawn GP, o maior conto de fadas da história da categoria. Rubinho conquistou mais duas vitórias na carreira li.
Ainda nos anos 2000, Luciano Burti, Cristiano da Matta, Enrique Bernoldi, Antonio Pizzonia e Nelsinho Piquet (este com um pódio) representaram o Brasil na categoria.
O DECLÍNIO ATÉ O HIATO SEM BRASILEIROS ATUALMENTE
Felipe Massa não voltou a ser o mesmo após o seu forte acidente em 2009, Rubinho fez mais dois anos na F1 com a fraca Williams, e o Brasil atualmente está sem pilotos no grid da Fórmula 1 há dois anos, algo que não acontecia desde a década de 60.
Massa ainda teve bons momentos pela Williams em 2014 e 2015, conquistando uma pole e subindo ao pódio em diversas oportunidades, mas sua aposentadoria em 2017 deixou um vazio no automobilismo da categoria.
Há porém, esperanças. Sérgio Sette Câmara está em seu terceiro ano de F2 e é piloto de desenvolvimento da McLaren, e Pietro Fittipaldi, neto de Emerson, é piloto reserva da Haas.
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