Equipes da F1 foram contra mudança no regulamento para impedir que corridas acabem com safety car
Discussões foram realizadas após a polêmica final de Abu Dhabi, no ano passado
O debate sobre o regulamento de safety car na Fórmula 1 voltou à tona após o GP da Itália, com a prova sendo encerrada com o SC na pista devido à demora pela remoção do carro de Daniel Ricciardo. Mas, apesar das críticas de chefes de equipe, Andreas Seidl, da McLaren, revelou uma informação interessante sobre uma discussão sem sucesso que ocorreu no ano passado.
Segundo o chefe da McLaren, a polêmica final de 2021 no GP de Abu Dhabi levou os principais nomes da categoria a se reunirem em busca de um plano para impedir que as corridas terminem com SC, mas as discussões não chegaram a um resultado concreto.
No caso de Monza, o regulamento foi seguido à risca, diferentemente de Abu Dhabi, onde a relargada na última volta levantou uma polêmica em torno de três pontos da regra: a recuperação de volta pelos retardatários, o momento de reinício e o poder do diretor de prova em contornar as normas.
Mesmo com o regulamento sendo estritamente seguido, a falta de ação no final deixou fãs e membros do paddock com um gosto amargo na boca. Christian Horner, da Red Bull, defendeu que a direção deveria ter acionado a bandeira vermelha, garantindo pelo menos uma volta de ação.
Mas Seidl revelou que foram discutidos planos para impedir que as corridas acabem com SC após Abu Dhabi, sem encontrar um consenso entre as equipes.
"Após o que aconteceu no ano passado em Abu Dhabi, tivemos muitas discussões entre FIA, F1 e as equipes para ver como poderíamos modificar o regulamento para impedir que as corridas acabem sob safety car", disse.
"Mas apesar da FIA e da F1 nos incentivarem a encontrar soluções, tudo dependeu das equipes, e basicamente as equipes não chegaram a um acordo pelas mudanças, porque não conseguimos pensar em uma solução melhor, que seria ainda algo justo pensando no resultado para o esporte".
"É por isso, eu acho, que infelizmente temos que aceitar que situações como essa podem acontecer".
The Safety Car Kevin Magnussen, Haas VF-22
Photo by: Andy Hone / Motorsport Images
Seidl disse que FIA e F1 "deram o seu máximo" em busca de uma mudança na regra, garantindo que as corridas acabem sob bandeira verde, mas que haviam muitas preocupações das equipes de que haveria uma priorização do espetáculo versus o lado desportivo.
"Queremos uma solução que seja justa do lado desportivo, que não o coloque em risco. E é por isso que não pudemos chegar a um acordo sobre algo que seria melhor que o modelo atual. No final, votamos que o regulamento deve ficar como está. Pelo que me lembro, todas votaram assim. Por isso, assunto encerrado".
O presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, organizou uma reunião com membros da F1, FIA e equipes na segunda após o GP em Monza para discutir vários assuntos desportivos, e as regras de SC foram debatidas.
Uma solução possível para garantir que as corridas acabem com bandeira verde seria adicionar ao regulamento que uma bandeira vermelha é acionada automaticamente caso o SC seja necessário na reta final da prova.
O Motorsport.com perguntou sobre a possibilidade a Alan Permane, diretor esportivo da Alpine, que concordou com a ideia, mas que, inevitavelmente, criará "consequências não-intencionais".
"Mas isso já aconteceu antes. Fizemos em Baku no ano passado e foi bom. Acho que dá para escrever isso no regulamento. Não parece doido. E tenho certeza que haverá algo que não gostaremos, mas temos que montar o espetáculo. E o final de Monza não foi aceitável".
Podcast #195 - Fantasma de Abu Dhabi assombra Monza: o que mudar na F1?
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