F1: Crítica de Verstappen pressiona Pirelli a encontrar respostas
Holofotes estão voltados para a fabricante de pneus para dar uma explicação completa e adequada sobre o que deu errado em Baku
Os técnicos da Pirelli, em Milão, enfrentarão certa urgência para encontrar respostas sobre o que aconteceu em Baku com o pneu de Max Verstappen.
Embora a natureza de duas falhas inesperadas em alta velocidade no GP do Azerbaijão da Fórmula 1 já tenha sido suficiente para a Pirelli chegar ao fundo dos problemas, foram os comentários de Verstappen após a corrida que aumentaram a intriga.
Após o acontecido, o piloto holandês disse que a fabricante de pneus se livraria de suas responsabilidades e alegaria que os detritos eram a causa do problema.
"Com certeza [haverá conversas com a Pirelli], mas já sabemos o resultado dessa conversa e isso é um pouco difícil de aceitar", disse o piloto da Red Bull.
"Vai ser relacionado aos detritos, é assim. Tenho certeza que haverá conversas, a Pirelli não está feliz com o que aconteceu aqui hoje, mas isso não muda nada na corrida e no resultado."
O diagnóstico inicial da Pirelli, dizendo que os detritos causaram as falhas no Aston Martin de Lance Stroll e do Red Bull de Verstappen, atraiu uma resposta cínica do pai do holandês, Jos.
Em resposta a um tweet do Motorsport.com detalhando a explicação da Pirelli, Jos publicou: "Eles sempre dizem isso."
Os holofotes estão voltados claramente para a fabricante italiana de pneus - como nunca antes - para dar uma explicação completa e adequada sobre o que deu errado em Baku.
Para o chefe da Pirelli na F1, Mario Isola, não há dúvidas de que a empresa fará o que puder para dar uma resposta antes do GP da França.
"A investigação preliminar é que provavelmente se deve a um fator externo, detritos ou qualquer coisa", disse ele.
Max Verstappen, Red Bull Racing, climbs out of his car after crashing out from the lead
Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images
"Mas não quero tirar conclusões precipitadas agora. O plano é fazer uma investigação completa e dar a um relatório para a FIA e as equipes que, com sorte, estarão diante de Paul Ricard. Devo dizer, vou insistir ter um relatório, e obviamente é uma prioridade tê-lo antes de Paul Ricard."
Os comentários de Verstappen sobre os detritos sendo apontados como uma explicação consistente para a falha do pneu são baseados em sua experiência pessoal.
Em Ímola no ano passado, ele teve uma falha de pneu semelhante, que a Pirelli mais tarde suspeitou ter sido causada por detritos, embora não houvesse nada óbvio que o holandês tivesse acertado.
Algumas corridas antes, Lance Stroll bateu em Mugello depois de sofrer com uma falha inesperada de pneu, enquanto os estágios finais do GP da Inglaterra foram marcados por uma série de estouros.
A sequência de incidentes em 2020 estimulou uma busca por pneus mais fortes e mais pesados para este ano, na esperança de garantir que não haveria mais esses problemas.
Como o chefe da Mercedes, Toto Wolff, disse no ano passado: "O acidente de Lance Stroll em Mugello foi certamente assustador, e houve a desistência de Max em Ímola."
"Portanto, criar um produto mais robusto, e isso significa mais pesado, é a única solução para isso."
As falhas de Baku são evidências de que a Pirelli não corrigiu os pontos fracos apresentados no ano passado ou os detritos são mesmo a realidade?
Embora a resposta final só venha dos laboratórios de Milão, o prognóstico de Isola é baseado em evidências do que viu na noite de domingo.
Primeiro, havia o fato de que Verstappen e Stroll sofreram falhas quase idênticas no pneu traseiro esquerdo, que vieram totalmente 'do nada'.
Um corte de 7cm encontrado no lado interno do pneu traseiro esquerdo de Lewis Hamilton durante a parada de bandeira vermelha foi certamente mais do que uma coincidência de que havia um problema de detritos.
Também não houve evidências que indicassem que as falhas fossem resultado do desgaste, nem do superaquecimento/sobrecarga dos pneus.
Quanto ao desgaste, nem Stroll nem Verstappen tinham usado os pneus por mais tempo do que qualquer outro piloto.
Lance Stroll, Aston Martin AMR21, crashes out of Qualifying
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
Então, no que diz respeito à sobrecarga, se isso fosse um fator, seria a traseira direita que deveria falhar primeiro, já que este é o pneu que é submetido a mais estresse no circuito de Baku no sentido anti-horário.
A própria Red Bull disse que não havia nenhuma indicação nos dados, nem reclamação de Verstappen, de que os pneus estavam chegando ao fim de sua vida útil.
O chefe da escuderia austríaca, Christian Horner, disse: "Eles poderiam ter durado facilmente. Pela durabilidade que pudemos ver e pela maneira como Max guiava o carro, deveria ser mais do que confortável."
“O pneu não estava sendo danificado, as temperaturas estavam boas. O engenheiro de corrida tinha acabado de checar para ter certeza de que tudo estava sob controle e então 'bum'. Foi totalmente inesperado."
Uma falha instantânea aponta para a ideia de detritos causando o problema, algo que pode ser mais evidenciado pelo corte encontrado no pneu de Hamilton.
"Estava claramente vindo de detritos. O pneu ainda está inteiro e você pode ver que o corte não segue nenhuma direção [de rotação do pneu]", disse Isola sobre o pneu do britânico.
O chefe da Pirelli na F1 também acredita que, se houvesse uma falha desencadeada por desgaste ou superaquecimento, haveria sinais de alerta.
"Você pode ver pela telemetria que eles têm um furo. Você teria uma perda de pressão, que eles não encontraram."
Além disso, bater em detritos em uma pista é muito mais provável de acontecer em um circuito de rua do que em circuitos normais.
Em 2018, quando Valtteri Bottas perdeu uma vitória após sofrer um furo ao atingir os destroços na reta, a peça era grande o suficiente para ser vista na televisão.
Valtteri Bottas, Mercedes-AMG F1 W09 EQ Power+ blow out
Photo by: Sutton Images
A Pirelli agora estudará gravações de vídeo, câmeras on board e fotografias, para ver se algo pode ser identificado como um gatilho para os problemas de Stroll, Verstappen ou Hamilton.
Uma teoria é que o pneu do piloto da Mercedes foi danificado por detritos da batida de Verstappen, enquanto o holandês atingiu pedaços que sobrou do acidente de Stroll. Isso deixaria a fabricante tentando entender o que causou o problema do canadense.
A Pirelli precisa agora de respostas para garantir que seus produtos sejam o mais robustos possível, em uma tentativa de tranquilizar os fãs, a F1, a FIA e os pilotos de que o que aconteceu em Baku foi um evento estranho.
"Faremos o nosso melhor para o fazer o mais rapidamente possível", disse Isola.
Se as respostas serão suficientes para acabar com o ceticismo de Verstappen, porém, será outro assunto.
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