F1: Diretor da Mercedes questiona impacto positivo do novo regulamento nas corridas
Mike Elliott defende que regulamento técnico deveria ter ido por outro caminho, que pode ser o adotado a partir de 2026
A Fórmula 1 passou por uma revolução técnica no começo do ano passado, com o retorno do efeito solo buscando permitir que os carros seguissem uns aos outros mais facilmente, viabilizando as ultrapassagens. Mas o diretor técnico da Mercedes, Mike Elliott, não está convencido de que os novos regulamentos tenham entregado "corridas significativamente mais próximas".
A repercussão dessas melhorias foram mistas, devido à temporada dominante da Red Bull, e Elliott acredita que seja errado acreditar que as coisas tenham mudado drasticamente. Falando com o Motorsport.com, ele disse sentir que o novo regulamento não deu o grande passo adiante esperado.
"Pessoalmente, não sei se porque não tivemos o melhor carro, não fui muito fã [das regras]", disse. "Se você olhar para qual era o objetivo, melhorando as ultrapassagens, definitivamente permitiram que os carros chegassem mais próximos nas curvas".
"Mas não tenho certeza se não perdemos força nas retas em termos de fluxo e redução de arrasto. Então não sinto que temos corridas bem mais apertadas, apenas vimos um conjunto diferente de regras para trabalharmos".
Lewis Hamilton, Mercedes W13, Carlos Sainz, Ferrari F1-75
Photo by: Glenn Dunbar / Motorsport Images
Segundo Elliott, de um ponto de vista puramente da engenharia, as equipes lidaram com os novos carros como qualquer outro ano, tentando tirar o máximo dentro dos limites impostos.
"Acho que, como engenheiros na F1, em linhas gerais, é apenas um conjunto de regras, um conjunto de restrições que você tenta lidar. Você está tentando produzir o carro mais rápido possível e, de certo modo, não nos importa muito qual é o resultado. O resultado final é que está ali para nós como um desafio a ser superado".
"Acho que o mais importante é o que os fãs querem. O que é necessário para produzir corridas realmente boas e como podemos fazer com que os carros façam isso. Demos um passo na direção correta? Talvez, mas não tenho certeza".
Elliott acredita que haviam formas de criar carros capazes de seguirem uns aos outros nas curvas e que tivessem ganhos nas retas, mas isso dependeria de um planejamento de longo prazo. A F1 já avalia a introdução de uma aerodinâmica móvel a partir de 2026, que mudaria os ajustes de downforce para as retas e as curvas.
"Precisaríamos de algo bem diferente do que temos no momento. Mas há definitivamente tecnologias por aí que nos dariam carros possíveis de seguir nas curvas e que te dariam um benefício com o arrasto nas retas".
"Mas a Fórmula 1 e a FIA já estão trabalhando para o que será o regulamento de 2026, e se você olhar para o que já sabemos dos motores de 2026, precisaremos de um regulamento bem diferente de chassi. Com sorte, terminaremos com algo que será um bom passo nessa direção".
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