F1: Engenheiros da Williams queriam remover toda pintura do carro para reduzir peso
Apesar de não ter sido aprovada pelo departamento de marketing, as duas áreas chegaram a um meio termo que já é notável há algumas corridas
O sobrepeso dos carros de 2022 tem sido um tópico quente neste começo de temporada da Fórmula 1. E em meio à busca para reduzir o peso do FW44 para melhorar sua performance, os chefes de engenharia da Williams foram atrás do departamento de marketing do time com uma pergunta curiosa: se seria possível remover toda a pintura do carro.
Nas últimas corridas, o time britânico vem removendo pintura do FW44, com o primeiro estágio aparecendo na Austrália e novas mudanças em Ímola. Essas modificações, com objetivo de reduzir o peso do carro, resultaram em partes do carro como o bico, carenagem e sidepods trocando o azul pelo preto da fibra de carbono.
O pedido da engenharia para reduzir o peso do carro ao modificar a pintura teve que ser aprovada pelo departamento de marketing da Williams, para garantir que isso não impactasse a exposição dos patrocinadores.
Dave Robson, chefe de performance da Williams, disse que seus engenheiros chegaram ao ponto de questionar se seria possível remover toda a pintura do carro.
"Claro, sem dúvidas", disse rindo quando questionado se essa ideia foi discutida. Mas enquanto uma remoção total da pintura não chegou a ser aprovada, ele diz entender o porquê, com a equipe precisando manter alguma coisa de identidade.
"É uma questão da engenharia encontrar um meio termo com o marketing não? Todos queremos que o carro seja lindo, o que é parte do esporte. E não é apenas a questão da pintura, já que isso dá o tom à toda a marca, o que é importante".
"Certamente é um meio termo. O carro precisa ter alguma personalidade visível. Mas, ao mesmo tempo, é de interesse dos patrocinadores torná-lo o mais rápido possível".
A Williams não é a única equipe a reduzir o peso do carro para se aproximar do mínimo determinado pela F1.
Williams FW44 side detail
Photo by: Carl Bingham / Motorsport Images
Aston Martin, Red Bull e McLaren também removeram pintura de certas áreas do carro para reduzir o peso. Mas com praticamente todo o grid sofrendo com isso, há uma discussão que sugere que a F1 possa ter errado no peso mínimo deste ano.
"Acho que sabíamos há algum tempo que seria muito difícil chegar ao peso mínimo. Além disso, com a complexidade do teto orçamentário, particularmente para as equipes maiores, como que se atinge isso?".
"Até certo ponto é um número levemente arbitrário, porque se a FIA determina o peso mínimo em 500kg, é algo que ninguém jamais conseguirá atingir, então depende do que nós como esporte entendemos o propósito desse número".
"Se a vasta maioria das equipes, ou todas menos uma, está nessa posição de agora, é válido dizer que, para o esporte, é melhor aumentar esse número. Mas eu absolutamente entendo isso. Se há uma equipe que não precisa desse aumento, claro que eles não concordariam com isso".
Enquanto Robson não revelou exatamente o quão acima do peso da Williams está mesmo após as mudanças na pintura, ele deixou claro que essas mudanças são "significativas". E apesar de todas as equipes estarem trabalhando em formas de reduzir o peso, ele não acha que a Williams estará em uma posição de retornar com a pintura mais tarde no ano.
"O esquema de pintura vai um pouco além de uma decisão pura de engenharia, mas imagino que deve seguir assim, porque seria caro e demandaria tempo encontrar outras formas de reduzir o peso. Se estamos felizes com o visual do carro agora, é melhor gastar esse orçamento em outras coisas que tornarão o carro mais rápido".
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