Fórmula 1 GP de Mônaco

F1: Ferrari diz que será "impossível" não estourar teto de gastos e é apoiada pela Red Bull

Chefes das líderes de 2022 acreditam que principais equipes deverão ser obrigadas a ultrapassar limite; Horner pede clareza em penalidades por violação

Charles Leclerc, Ferrari F1-75

A Ferrari confessou que não há como se manter abaixo do atual teto de gastos da Fórmula 1, e agora as principais equipes temem uma série de penalidades até o final da temporada. O aumento da inflação e dos custos de frete em 2022 colocou os orçamentos dos times sob pressão, e vários estão preocupados com o fato de estourar os US$ 140 milhões (cerca de R$ 662 milhões) determinados pela categoria.

O chefe da Red Bull, Christian Horner, indicou que a escala do problema é séria o suficiente para as escuderias correrem risco de perder corridas se não quiserem arriscar uma violação. Houveram discussões com a F1 e a FIA para tentar chegar a algum tipo de acordo e subir os limites do teto, mas nem todos são a favor disso.

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Durante o fim de semana do GP de Mônaco, o chefe da Ferrari, Mattia Binotto, disse que seu time será obrigado a estourar o teto de gastos caso ele permaneça fixo em seu nível atual.

Ele calculou que a escuderia cairia no que é conhecido como uma violação "menor" do regulamento – ou seja, dentro de 5% do limite – para o qual não há punição fixa.

O livro de regras da F1 afirma que pequenas violações podem incluir uma repreensão pública, perda de pontos de pilotos e construtores, suspensão de eventos ou redução em testes aerodinâmicos e limites de custos futuros.

Em resumo, as equipes não sabem se os gastos excessivos afetarão materialmente seus resultados.

Questionado pelo Motorsport.com sobre o que acontecerá se o teto orçamentário não for aumentado, Binotto disse: "Acho que será impossível ficarmos abaixo [dele]. Então, tenho certeza de que em algum momento vamos ultrapassar".

Mattia Binotto, Team Principal, Ferrari

Mattia Binotto, Team Principal, Ferrari

Photo by: Carl Bingham / Motorsport Images

"Nos regulamentos, há um limite de 5%, e se você não excedê-los, isso pode ser considerado uma violação menor. Como eles vão decidir isso em termos de penalidade, eu não tenho ideia."

"Acho que não há maneira de nós e de muitas equipes permanecermos dentro, e não acho que demitir pessoas seja a escolha certa. Já é quase metade do ano e o benefício não é suficiente para lidar com os preços e custos excessivos. Então, quais serão as implicações?"

"O fato é que muitas equipes o estourarão [teto] e acho que isso será simplesmente ruim para os regulamentos financeiros. Se os violarmos, acho que começaremos a debater se estão funcionando, e isso colocará tudo em discussão novamente."

Horner acredita que a Ferrari não é a única em não conseguir ficar abaixo do limite agora, e teme que o final do ano possa ser prejudicado por intenso debate sobre penalidades por quebrar o teto.

"Acho que todas as grandes equipes vão passar desse limite de US$ 140 milhões este ano", disse ele. "E qual seria a punição para uma violação menor?"

Max Verstappen, Red Bull Racing RB18

Max Verstappen, Red Bull Racing RB18

Photo by: Glenn Dunbar / Motorsport Images

"O que não queremos é acabar jogando um jogo de 'números'. Se eles ficarão 4,9% acima, nós tentaríamos ficar em 4,7%? E isso pode ser o fator diferenciador deste campeonato."

"Acho que o que precisamos é de clareza, e rapidamente. Porque não é certo que sejamos refém de algumas equipes que talvez não sejam afetadas. Esse nunca foi o projeto do teto orçamentário, ele foi implementado limitar o 'frenesi' de gastos dos principais times."

"Nenhum de nós pode prever quando chegaremos ao limite, que foi reduzido em US$ 30 milhões desde a proposta original discutida durante a pandemia de Covid-19 e os eventos mundiais que estão impulsionando a inflação", concluiu o chefe da Red Bull.

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Jonathan Noble
Fórmula 1
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