F1: Ferrari pede à FIA policiamento do teto orçamentário em meio a guerra de desenvolvimento
Comentário de Mattia Binotto ecoa preocupações expressadas por Stefano Domenicali, CEO da F1, antes do início da temporada
Com as equipes preparadas para uma guerra de desenvolvimento como forma de melhorarem os carros de 2022, todos precisam julgar com cuidado onde gastar para não estouraram o limite de 140 milhões de dólares (R$665 milhões) para este ano. Por isso, a Ferrari pediu que a FIA policie o teto orçamentário da Fórmula 1, para evitar que alguém burle as regras em busca de ganhos.
Algumas equipes de ponta já vivenciam a realidade de que não poderão trazer à tona todas as atualizações pretendidas devido ao teto, e há preocupações de que alguns times possam achar modos de explorar zonas cinzentas do regulamento financeiro para financiar mais desenvolvimento.
O chefe da Ferrari, Mattia Binotto, disse que a F1 precisa garantir que ninguém exceda o limite do teto orçamentário, afirmando que isso pode ser decisivo na luta pelo título.
"[O teto] influenciará o ritmo de desenvolvimento", disse. "Acho que isso é um elemento chave e minha preocupação é de que precisamos garantir que tenhamos o policiamento correto nisso, porque pode ser algo determinante na luta de desenvolvimento".
Falando antes do fim de semana em Jeddah, Christian Horner, da Red Bull, disse que as equipes precisarão ser muito mais estratégica com os planos de atualização do que no passado.
"Acho que praticamente todos estão próximos do limite este ano. É muito agressivo, então você precisa ser muito estratégico com a aplicação dos fundos de desenvolvimento. Acho que mais do que ser o mais rápido possível e tirar o máximo de performance possível do carro, você precisa ser mais seletivo em suas seleções, com base nos custos. É preciso ser eficiente".
Charles Leclerc, Ferrari F1-75, Max Verstappen, Red Bull Racing RB18, battle for the lead
Photo by: Zak Mauger / Motorsport Images
Os comentários de Binotto vêm em meio a falas similares do CEO da F1, Stefano Domenicali, que disse ter duas preocupações sobre a implementação do teto em 2022.
"A primeira é o controle, porque se aqueles que regulam deixam algo passar, todo o sistema entra em colapso. Hoje, não é suficiente checar apenas o lado técnico, mas um controle financeiro estrito também é necessário e, por isso, a FIA está se equipando para ser ainda mais robusta".
"O segundo ponto se relaciona a algumas variáveis que eram difíceis de prever no lançamento do regulamento técnico. A inflação está seguindo uma direção imprevisível, e os custos de transporte também cresceram nos últimos tempos de modo que fica difícil de prever".
"Teremos discussões em busca das soluções corretas, mas sempre mantendo no centro o princípio de que devemos garantir as mesmas possibilidades a todos".
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