F1 - Mazepin: "Perdi meu sonho, algo que vinha trabalhando há 18 anos"

Piloto russo revelou que soube de demissão junto com a imprensa e que não sente confiança mais na Haas para voltar à equipe

Nikita Mazepin, Haas F1 Team

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta, Nikita Mazepin revelou que ficou sabendo de sua demissão da Haas na Fórmula 1 ao mesmo tempo em que a equipe divulgava o comunicado à imprensa com a informação, afirmando que não tem contato com o chefe Gunther Steiner desde os testes de Barcelona, há duas semanas.

O russo garantiu que não teve nenhum tipo de aviso prévio, já que não teve contato com Steiner ou pessoas da equipe desde Barcelona, quando teve início a crise da Haas com a Uralkali.

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Ele disse que estava pronto para assinar o documento exigido pela FIA para pilotos russos, que os liberaria para competição, desde que sob uma bandeira neutra, e que recebeu uma segunda carta da FIA sobre o assunto, e que ainda estava considerando quando soube da rescisão.

Mazepin disse que não quer voltar a um lugar em que não é bem-vindo, afirmando que não tem a confiança necessária na equipe.

"Valorizo muito meus relacionamentos. Acredito que a F1 seja um esporte único, porque depende de construção de confiança na equipe. E há essa química entre você e seus colegas para colocar o carro em posição de ir bem, por isso fiquei desapontado pelo modo como isso foi lidado".

"Vinha preocupado com meu futuro desde Barcelona e fui informado que, se a FIA me permitisse competir seguindo suas exigências e eu concordasse, não me removeriam, porque não haveria uma obrigação legal para isso".

"Sempre classifiquei meu relacionamento com Gunther como bom, e respeitava ele como pessoa, muito, acreditava 101% em suas palavras. Ele é o chefe da equipe, e se ele diz algo, acontece, quase sempre acontece. Mas não ouvi nada da equipe desde que isso aconteceu. E soube da minha demissão ao mesmo tempo que a imprensa ficava sabendo".

"Penso que, como um jovem de 23 anos, não estava pronto para isso. Não recebi nenhum indicativo ou apoio, foi apenas 'tomamos essa decisão, liberaremos em 15 minutos, se prepare para isso'. Obviamente recebi muitas mensagens e fiquei sabendo apenas ao mesmo tempo que vocês".

Nikita Mazepin, Haas F1 Team

Nikita Mazepin, Haas F1 Team

Photo by: Carl Bingham / Motorsport Images

A Uralkali já anunciou que tomará medidas legais para receber de volta o dinheiro de patrocínio injetado na Haas para 2022. Questionado sobre alguma possível ação sobre a perda da vaga, Mazepin não descartou, mas deixou claro que não ficaria confortável para voltar.

"É bom manter as opções na mesa. Mas definitivamente não quero voltar a um lugar que não me queira. E, como vocês sabem, a F1 é um esporte perigoso. Você precisa confiar na equipe que tem. É uma questão de segurança. E é justo dizer que não confio mais neles".

"Sobre apoio da equipe, sinto que merecia mais, porque não havia um motivo legal que permitisse a eles encerrarem o contrato desse modo. Já mencionei que fiquei aliviado ao ver que a FIA permite que os atletas participem sob bandeira neutra. E esperava, sendo bem honesto, que pudesse competir".

"Mas obviamente, no dia 05 de março, às 11h45, hora de Moscou, as coisas realmente mudaram. E eu perdi meu sonho, algo que vinha trabalhando nos últimos 18 anos da minha vida".

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