F1: Presidente da FIA nega que regra sobre joias seja direcionada a Hamilton, mas alerta sobre sanções
Sulayem espera que Hamilton acate a norma para trabalhar junto com o heptacampeão, usando-o como modelo para jovens pilotos sobre segurança na pista
O presidente da FIA, Mohammen ben Sulayem, diz apoiar a abordagem da direção de provas da Fórmula 1, que passou a cobrar a estrita aplicação da regra sobre a não-utilização de joias pelos pilotos, afirmando ainda que isso não é uma retaliação a Lewis Hamilton. Mas Sulayem alertou o heptacampeão sobre o que pode acontecer caso a norma não seja cumprida.
Sulayem assumiu o cargo no lugar de Jean Todt no fim do ano passado e já vem deixando a marca de sua era na F1, incluindo a reformulação da direção de prova, algo que ele classifica como "em andamento", ao fazer a troca de Michael Masi pela dupla formada por Eduardo Freitas e Niels Wittich.
Se a gestão das primeiras corridas pelo alemão foi acolhida pelo paddock, sua intransigência em certos assuntos seguem causando tensão. Especialmente após uma acalorada reunião em Melbourne com os pilotos sobre o uso de joias dentro do carros, algo que foi efetivado a partir de Miami.
Um piloto que se colocou contra a medida foi Hamilton que, apesar de ter dito que removeria um piercing e um brinco através de intervenção médica para cumprir o regulamento, voltou atrás pouco depois, afirmando que buscaria uma isenção até o fim do ano. No momento, a direção de provas deu a ele até Mônaco para a remoção dessas peças, que não são retiráveis manualmente.
Para Sulayem, trata-se de bom senso, segurança e justiça. O presidente da FIA questiona seus antecessores sobre a falha em cobrar a aplicação de uma regra que existe há mais de uma década, e descartou as acusações de que essa medida tenha visado especificamente Hamilton.
"Depois [do GP de São Paulo], lhe desejei sorte antes de voltar para casa", disse Sulayem em entrevista ao Daily Mail. "Você pode perguntar a Toto Wolff o quanto eu o apoiei. Eu estava livre, porque ainda não era presidente".
"Eu realmente queria que ele ganhasse o oitavo título, porque os recordes existem para serem quebrados. As pessoas dizem que fiz o que Lewis e Toto queria, ao retirar Michael Masi. Então eu faço algo por eles e agora vou contra eles, não faz sentido".
Sulayem seguiu falando sobre como o processo com Hamilton em Miami, e revelou um desejo de usar o heptacampeão como um modelo para o bem do esporte, trabalhando ao lado dele.
"Lewis falou com um médico em Miami para discutir a questão das joias e, adivinhe, era um médico britânico. Só estou dizendo que as regras estão ali. Não é minha função decidir os méritos da ciência, isso é função dos médicos".
"Quero que Lewis seja um modelo, um embaixador, que envie a mensagem correta a todos os jovens pilotos para evitar uma tragédia. Deveríamos usá-lo para o bem".
"Gosto de joias, adoro, mas no carro não pode haver escolha. As pessoas questionam por que isso não foi aplicado antes. Não pergunte a mim. Pergunte para as gestões anteriores sobre isso".
Por isso, o presidente da FIA coloca Hamilton em uma encruzilhada. O heptacampeão não deve ter mais privilégios após Mônaco, com uma multa de 50 mil euros na primeira vez e 250 mil euros pela reincidência.
"Cabe a ele decidir", adverte. "Há multas que serão aplicadas. É como quando alguém acelera na estrada: você não pode impedi-lo de fazer isso, mas ele é multado, mesmo que seja acidental. Você não pode deixar as pessoas fazerem algo porque são seus amigos. É preciso ter uma regra para todos".
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