Fórmula 1 GP da Austrália

F1 - Russell: Mercedes não pode ter abordagem de "tentativa e erro" para consertar W13

Equipe alemã é uma de apenas três a não apresentarem mudanças em seus carros; entenda o que as demais trouxeram para este fim de semana

George Russell, Mercedes W13 Kevin Magnussen, Haas VF-22

A Mercedes chega ao GP da Austrália de Fórmula 1 sem mudanças em comparação à etapa de Jeddah, onde as Flechas de Prata estiveram mais atrás de Red Bull e Ferrari que no Bahrein. E segundo George Russell, a falta de atualizações para esta prova é porque o time alemão não se pode dar ao luxo de ter uma abordagem de "tentativa e erro" para resolver os problemas do W13.

O W13 sofre duramente com o porpoising em alta velocidade, além de um peso extra considerável e problemas de arrasto, que deixaram a Mercedes com a melhor posição de largada no ano até aqui sendo uma quinta posição com Lewis Hamilton no Bahrein.

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A equipe está confiante de que pode encontrar melhor ritmo para o W13, mas ainda sofre para encontrar o ajuste ideal. Russell explicou que está esperando a chegada de novas peças que tem "total confiança e fé de que farão o esperado", em vez da equipe trazer atualizações experimentais a cada corrida.

"Estamos muito atrás de Ferrari e Red Bull. Possivelmente estivemos ainda mais atrás em Jeddah e não sabemos por que. Mas, obviamente, eu acho que quando tivermos as coisas otimizadas, ou mais otimizadas como no Bahrein, ainda estamos 0s5, 0s6 atrás".

"Então precisamos reduzir essa diferença, mas não há nada substancial que fará isso neste fim de semana. Levará tempo e acho que precisamos ser pacientes, porque estamos muito atrás por causa do teto orçamentário, não podemos apenas ficar jogando coisas e fazer 'tentativa e erro' nas etapas".

"Precisamos confiar no processo e trazer as atualizações quando tivermos total fé e confiança de que farão o esperado. E levará algumas corridas até que possamos ver isso".

George Russell, Mercedes-AMG, track walk

George Russell, Mercedes-AMG, track walk

Photo by: Carl Bingham / Motorsport Images

Apesar da falta de atualizações, o que se repete na AlphaTauri e Alfa Romeo segundo o documento oficial da FIA para o GP, Russell está confiante de que a Mercedes estará "mais próxima da frente do que em Jeddah".

"Mas obviamente estávamos a um segundo do ritmo em Jeddah. Então não há nada que nos colocará na luta contra eles. Temos apenas que tentar maximizar o nosso resultado o que, como equipe, sendo a terceira mais rápida, é garantir que ninguém do pelotão do meio fique entre nós".

"Temos que acumular pontos enquanto podemos. Esse será o caso por várias corridas daqui em diante".

Russell rechaçou sugestões de que exista qualquer frustração interna na Mercedes sobre o caso atual, insistindo que, na verdade, há "mais otimismo e emoção", porque "acreditamos que exista uma solução e acreditamos que há um bom rendimento na mesa quando otimizarmos isso".

"Não estamos coçando a cabeça, sem compreender porque estamos atrás. Sabemos exatamente onde estamos devendo e sabemos que temos que trabalhar para melhorar. E tendo esse conhecimento, essa compreensão do problema e que podemos resolvê-lo é ótimo. Nos dá um objetivo para correr atrás".

Lewis Hamilton, Mercedes W13

Lewis Hamilton, Mercedes W13

Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images

Falando mais tarde na coletiva, Hamilton disse que estava "muito animado para entrar no carro" para ver se o W13 funcionaria melhor no Albert Park do que em Jeddah, onde foi eliminado no Q1.

"Estou animado nesta manhã. Muito animado para entrar no carro, testar essa nova pista, esperando que a sensação seja melhor. Infelizmente não trouxemos nenhuma atualização, o carro é basicamente o mesmo da última corrida".

"Porém, com cada corrida, estamos melhorando, e espero que a sensação seja melhor aqui. Além disso, temos quatro zonas de DRS, então espero que possamos correr melhor aqui".

Das equipes que levaram atualizações para Melbourne, a Red Bull colocou uma nova placa final na asa dianteira que traz mudanças nas bordas principal e superior. O objetivo é "manter performance aerodinâmica enquanto reduzindo o volume e peso do conjunto", segundo o documento da FIA.

A Ferrari atualizou seu difusor com um "pacote (ao redor da linha central do carro) no difusor" com a expectativa de melhorar o downforce traseiro e a estabilidade na volta".

Daniel Ricciardo, McLaren MCL36

Daniel Ricciardo, McLaren MCL36

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

A McLaren aumentou a lateral de sua aleta traseira na placa final, com o objetivo de encontrar melhor performance aerodinâmica na traseira do carro, devido ao aumento na sucção das aletas inferiores, melhorando o controle do fluxo de ar.

A Alpine tem "uma cerca externa maior do assoalho e realinhamento dianteiro da área em comparação ao design anterior", buscando aumentar a carga aerodinâmica para melhorar o fluxo geral na traseira do carro.

A equipe, que passa a usar a pintura predominantemente azul, também tem um tambor de freio traseiro que foi reorientado em comparação ao design anterior, que visa melhorar a carga local ao redor da roda traseira e do difusor, mas deve ser apenas um item de teste usado nesta sexta.

Já a Aston Martin voltou à sua asa traseira anterior "com maior incidência, particularmente nas pontas", para aumentar a carga no local e o arrasto, preferindo esta configuração para o Albert Park. O time diz que o ajuste será confirmado apenas depois dos treinos de sexta.

Assim como a Ferrari, a Haas também atualizou o difusor, com um volume de distribuição diferente na área, esperando que tenha uma condição melhor de fluxo emanando da superfície, ajudando na performance geral do difusor.

A equipe anunciou também que faria "várias medições de rake durante o TL1 para compreender melhor as estruturas do fluxo ao redor do carro".

Alex Albon, Williams FW44

Alex Albon, Williams FW44

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Já a Williams é a equipe com mais atualizações para Melbourne, com mudanças em sua asa de feixe, borda do assoalho, asa dianteira e palheta defletora dianteira do duto de freio dianteiro.

O ajuste da asa de feixe visa aumentar o downforce e o arrasto, enquanto a mudança no assoalho é uma reação ao dano sofrido com as colisões em Jeddah, com uma mudança de material feita para reduzir a deflexão da borda do assoalho sob alta carga aerodinâmica.

A mudança na aleta flap da asa dianteira a torna menos cônica em comparação com a de Jeddah, com o objetivo de ter um melhor equilíbrio frontal, além de trabalhar com a nova asa de feixe traseira se a Williams optar por mantê-la após os treinos.

A mudança no canto dianteiro altera o fluxo de ar que está sendo alimentado mais abaixo no FW44 para uma melhoria geral no downforce ao longo do comprimento do carro.

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Alex Kalinauckas
Fórmula 1
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