Ferrari não vai aceitar redução drástica do teto orçamentário de 2021
Mattia Binotto afirmou que não vai aceitar uma redução muito maior da que já havia sido acordada na semana passada
As conversas entre as equipes, FIA e Fórmula 1 devem continuar nessa semana sobre uma possível redução do teto orçamentário que será introduzido em 2021. No momento, há diferentes possibilidades na mesa, mas nem todos concordam com uma redução drástica, entre elas, a Ferrari, como dito anteriormente pelo chefe da equipe, Mattia Binotto.
O teto original, de 175 milhões de dólares (cerca de 960 milhões de reais) foi determinada no ano passado, antes do início da pandemia da Covid-19, e as equipes concordam que, para o momento, ele é muito alto, e há um consenso sobre reduzi-lo para 150 milhões de dólares (820 milhões de reais).
Porém, na reunião da semana passada houve uma movimentação para reduzir ainda mais esse valor - algo que as equipes de ponta não estão a favor, porque forçaria elas a reduzirem o quadro de funcionários.
Uma ideia discutida foi de reduzir para 145 milhões de dólares para o próximo ano (790 milhões) e, posteriormente, 130 milhões (710 milhões) para 2022. Agora, Binotto afirma enfaticamente que 145 milhões é o máximo que a Ferrari aceitará, e, caso a redução seja ainda maior, isso pode levar a equipe a remanejar funcionários para os programas da Ferrari em outras categorias - algo que ele não quer que aconteça.
"O teto de 145 milhões já é uma grande concessão comparada ao que havia sido determinado em junho do ano passado", disse Binotto ao The Guardian. "Não pode ser reduzido além disso sem sacrifícios, principalmente em termos de recursos humanos. Se for reduzido para além disso, não queremos estar em uma posição de precisarmos buscar outras opções para levar nosso DNA".
A Ferrari defende um teto com dois níveis, com um para as montadoras, que fornecem partes para outras equipes, podendo gastar mais que as demais. É uma ideia que não ganhou apoio universal, com a McLaren sendo uma totalmente contra a ideia. A equipe britânica defende uma redução drástica do teto, para 100 milhões (550 milhões), e teme que um valor maior coloca a existência de algumas equipes sob risco.
Quando perguntado na semana passada sobre a ideia do teto em dois níveis, o chefe da McLaren, Andreas Seidl disse: "É importante respeitar os gastos de desenvolvimento das equipes que vendem partes para outras. Mas acho que isso é possível de qualquer jeito no teto. Então não vejo razão para isso".
Binotto acredita que uma ideia para ajudar as equipes menores é as maiores passarem a fornecer os carros completos, algo que a Red Bull também é a favor.
"Se a emergência atual realmente coloca como dúvida a sobrevivência de alguns de nossos rivais e torna necessário algumas revisões, a Ferrari estaria aberta a isso", disse Binotto. "Não é um sacrilégio, já que não seria novidade na F1 e ainda acontece hoje na MotoGP".
Binotto acredita que pode ser um grande perigo o esporte tomar decisões drásticas sobre corte de gastos e reconhece a importância dos chefes da F1 tomarem a decisão correta.
"Não é algo simples fazer mudanças estruturais simplesmente pelo corte de gastos de modo tão direto", disse.
"Estamos muito cientes que a F1 e o mundo estão passando por momentos particularmente difíceis por causa da pandemia da Covid-19. Porém, esse não é o momento de reagir às pressas, já que tem o risco de tomar decisões baseados nessa emergência sem analisar com clareza todas as consequências".
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