Honda defende eletrificação dos motores da F1 em meio aos debates sobre volta do V8
Posição da marca japonesa vai contra o que é defendido pelo presidente da FIA, que fala publicamente sobre seu desejo de retorno dos V8

A Honda segue comprometida com a eletrificação dos motores da Fórmula 1, apesar das discussões lideradas pelo presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, sobre o retorno dos V8s em uma especificação mais barata e tecnologicamente mais simples.
Koji Watanabe, presidente da Honda Racing Corporation (HRC), o braço desportivo da marca japonesa, defendeu que "a eletrificação é um elemento muito importante para avançar em direção a um futuro sustentável".
Desde o início do ano, Sulayem vem defendendo publicamente para que a categoria abandone rapidamente o projeto dos motores de 2026, que devem ter uma participação igualitária entre combustão e eletrificação. No começo da temporada da F1, ele chegou inclusive a convocar uma reunião para discutir a possibilidade de introdução dos V10 em um futuro próximo, abandonando a ideia posteriormente a favor dos V8.
Para Sulayem, seria possível fazer isso a partir de 2029, segundo dito pelo atual presidente da FIA durante o fim de semana do GP da Grã-Bretanha.
"Para nós, o V8 está acontecendo", disse Ben Sulayem. "Com as equipes agora, estou muito otimista, feliz com isso. A FOM [Formula One Management] está apoiando, as equipes estão percebendo que é o caminho certo".
"Precisamos fazer isso logo. Você precisa de três anos, portanto, esperamos que em 2029 já tenhamos alguma coisa, mas o combustível também é muito caro, e temos que ter muito cuidado com isso. As transmissões são muito caras".
"O motor atual é tão complicado que não se tem ideia, e é caro. A pesquisa e desenvolvimento está chegando a 200 milhões de dólares (R$1,11 bilhão), e o motor está custando aproximadamente de 1,8 a 2,1 milhões de dólares (de R$10 a R$11,7 milhões), portanto, se optarmos por um V8 direto, vamos ver".
Ele acrescentou que "muitas das fabricantes produzem V8s em seus carros, portanto, comercialmente está correto. Quanto é isso? A meta é mais de 50% [mais barato] em tudo".
Isso ocorre antes das mudanças na regulamentação de 2026, que introduzirão uma divisão de 50/50 entre motor de combustão interna e energia elétrica e o uso de combustíveis sustentáveis. Para a Honda, esse é um elemento importante para o futuro da F1.

Koji Watanabe, CEO da Honda Racing
Foto de: Motorsport.com Japan
"O desejo da Honda de que a F1 continue sendo o pináculo do esporte a motor permanece inalterado", explicou Watanabe à agência japonesa AS-Web em Silverstone. "Continuaremos a discutir qual unidade de potência é apropriada para isso. A posição atual da Honda é que acreditamos que a eletrificação é um elemento muito importante para avançar em direção a um futuro sustentável".
A fabricante japonesa se separará da Red Bull no final da atual temporada antes que a equipe de Milton Keynes comece a usar o equipamento próprio da Red Bull Powertrains em colaboração com a Ford em 2026.
No entanto, a Honda não deixará a F1, já que está pronta para unir forças com a Aston Martin. Isso significa que a Honda se reunirá com Adrian Newey, agora o gerente da equipe de Silverstone.
"A Aston Martin já fez várias solicitações para melhorar sua competitividade", explicou Watanabe quando perguntado se Newey havia feito alguma solicitação específica. "Não sabemos se essas solicitações são de Newey, mas, além de Newey, Andy [Cowell] também dirigiu anteriormente o departamento de unidades de potência da Mercedes, portanto, ele tem um bom entendimento do lado dos motores".
"É uma vantagem para nós ter alguém assim no lado do desenvolvimento do carro e poder prosseguir com as discussões. Já recebemos solicitações sobre o layout [da unidade de potência], e um grupo liderado por Tsunoda [Tetsushi, gerente geral de unidades de potência da F1] da HRC está atualmente coordenando com a Aston Martin".
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