Por que a Force India tem o melhor custo-benefício da F1?
A Force India conseguiu a sua melhor posição no Mundial de Construtores neste ano. Darshan Chokhani analisa como ela é potencialmente a equipe com melhor custo-benefício da Fórmula 1
Oito anos atrás, o magnata indiano Dr. Vijay Mallya queria colocar o nome de seu país no mapa do automobilismo - algo que ele alcançou, liderando a compra da equipe Spyker no final de 2007.
A Índia poderia, assim, se orgulhar de ter sua própria equipe no auge do automobilismo, com Mallya rebatizando sua nova aquisição de "Force India" e definindo o objetivo de desenvolver talentos locais.
Depois de um ano de aprendizagem, em 2008, a equipe teve o seu primeiro verdadeiro gostinho de sucesso em 2009, com a famosa pole e pódio de Giancarlo Fisichella no Grande Prêmio da Bélgica. O segundo lugar do veterano italiano continua a ser o melhor resultado da equipe depois de 150 corridas.
A tendência ascendente continuou nas temporadas seguintes, com a Force India progredindo de sétimo para quinto lugar no Mundial de Construtores entre 2010 e 2015.
Apesar de 2014 continuar como ano de melhor pontuação da equipe com 155, foi neste ano que a operação de Mallya finalmente conseguiu entrar no top cinco dos construtores, até mesmo desafiando a Red Bull no final da temporada depois da chegada do 'B-spec'.
Ir do 10º para o quinto lugar em oito anos pode parecer muito tempo para alguns, mas enquanto Williams, Lotus e até mesmo McLaren sofreram variações severas, a Force India mostrou consistência notável.
Além disso, bater equipes como Williams e McLaren com um orçamento operacional anual de cerca de 85 milhões de libras não é tarefa fácil, especialmente pela Force India não ter o luxo de receber pagamentos "históricos" da FOM como alguns de seus rivais mais próximos.
Financeiramente, a equipe nunca foi uma das mais seguras, mas nunca permitiu que isso significasse uma queda significativa do desempenho em todos estes anos, mostrando que o que importa é investimento inteligente em vez do tamanho da carteira da equipe.
Na verdade, a equipe tem elementos para ser apontada como a de melhor custo-benefício na Fórmula 1 de hoje. Mas como eles conseguiram alcançar este objetivo?
Os primeiros alicerces foram lançados em 2009, quando a Force India trocou a Ferrari pela Mercedes, iniciando uma parceria de longo prazo com o fabricante alemão que teve grandes dividendos desde a aprovação da fórmula híbrida do V6 turbo em 2014.
Outro aspecto importante foi a seleção de pilotos. A equipe tem sido capaz de contar com alguns consistentes competidores através de sua história, incluindo Fisichella, Adrian Sutil e Paul di Resta, todos conseguindo extrair o máximo da máquina à sua disposição.
A atual dupla da Force India, com Sergio Perez e Nico Hulkenberg, é sem dúvida uma das mais fortes no grid, o veterano dando à equipe o segundo e terceiro pódios, provando ser muito sólido sem atingir os picos de seu mais novo companheiro de equipe.
A filosofia de evitar a tentação de contratar um piloto por sua capacidade de patrocínio para reforçar o balanço patrimonial trouxe benefícios à equipe, ajudando a atrair uma lista saudável de patrocinadores comerciais.
No início deste ano, a equipe também tomou a difícil decisão de trocar o túnel de vento, decidindo que tinha conseguido tudo o que podia com seu próprio desenvolvimento.
Isso teve resultados imediatos quando a equipe teve o seu carro "B-spec" correndo a partir da metade da temporada, permitindo-lhe assegurar a sua melhor posição no Mundial de Construtores e passar a ser uma presença regular no top 10.
O que também ajuda na boa forma da equipe é a longevidade de funcionários-chave dentro da equipe, como o diretor técnico Andrew Green, o diretor esportivo Andy Stevenson, o diretor-adjunto de equipe Robert Fernley e Otmar Szafnauer, com todos em seus cargos no tempo suficiente para que a equipe tenha sido capaz de desenvolver e amadurecer de uma forma constante.
Enquanto existem muitas razões para a Force India comemorar seu sucesso, há pouco tempo para curtir a na glória na F1.
Mas com os regulamentos técnicos permanecendo relativamente estáveis em 2016, e com o impulso financeiro provocado pela sua melhor posição e a chegada de novos patrocinadores - e até uma potencial aliança com a Aston Martin - a equipe poderia começar a ameaçar a Williams e a Red Bull e representar um desafio para o terceiro lugar no Mundial de Construtores.
E se o fizerem, terá a satisfação adicional de ter gasto muito menos dinheiro do que o pessoal de Grove e Milton Keynes.
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