VÍDEO: Barrichello relembra o dia em que Senna socou Irvine na F1
Rubinho era companheiro do norte-irlandês na Jordan e viu de perto a ira do tricampeão da F1
Piloto com mais corridas disputadas na história da Fórmula 1 (326), Rubens Barrichello concedeu longa entrevista exclusiva via live de Instagram ao Motorsport.com e relembrou em detalhes o dia em que Ayrton Senna bateu em Eddie Irvine no GP do Japão de 1993.
Naquela prova, o tricampeão mundial liderava em Suzuka e chegou atrás do retardatário Irvine, companheiro de Rubinho na Jordan. O norte-irlandês dificultou a ultrapassagem de Senna, provocando a ira do então piloto da McLaren. Veja fotos:
Depois da corrida, um furioso Ayrton foi ao encontro de Irvine e partiu para cima do adversário, gerando uma confusão presenciada de perto por Barrichello. É o que o piloto da Stock Car conta em detalhes no vídeo abaixo. Confira o divertido relato:
"O Ayrton foi dar uma volta no Irvine, não conseguiu, o Irvine nem ligou para ele e continuou. O Ayrton ficou tão bravo que, quando acabou a corrida, ele foi lá na salinha da Jordan e eu estava dentro dessa sala".
"Ele entrou para falar com o Irvine e falar: 'Meu, você está louco, cara, você não sabe o que é bandeira azul?'. E o Irvine daquele jeito assim: 'E daí?'. Aí comecei a ver o Ayrton ficando nervoso...", seguiu Rubinho.
"Essa história é conhecida, mas talvez não com o bastidor que eu estou dando. Ele [Ayrton] veio como se fosse dar com a direita, abriu a mão e "pimba", deu no Irvine! O Irvine caiu onde eu estava, lá para trás".
"E o Irvine era tão doido... Ele adorava [o Senna], até tinha um capacete meio laranja, mas com as faixas parecidas com as do Ayrton Senna, então era um cara que o adorava... Aí os caras falaram para ele: 'Velho, você acabou de tomar um tapa do mito, da lenda!'.
"E ele [Irvine] não estava nem aí, nem aí! Tomou um tapaço e ficou meio assim: 'Que joia que eu tomei um tapa, essa eu vou contar para os meus filhos, netos e tal'. E eu estava dentro da sala!", relatou o bem-humorado Rubinho.
Irvine vs Barrichello
"Em 1993, eu tinha sido companheiro do [Ivan] Capelli por duas provas, depois entrou o Thierry Boutsen, dois da época do Ayrton. Era uma mudança de época da F1, em que os carros novos estavam com mais velocidade e os caras não a tinham", relembra o brasileiro.
"Depois eu tive o [Emanuele] Naspetti e o [Marco] Apicella, mas os caras não chegavam na velocidade que eu tinha em 1993. Eu acabei virando um 'deus' ali, o próximo Ayrton Senna. Daí eu fui para o Japão, com nariz empinado".
"Quando cheguei em Suzuka, contrataram o Eddie Irvine, que corria de Fórmula 3000 japonesa há anos e conhecia a pista. E ele era meio esquisito. Pensei logo no início: ‘Vou dar um pau nesse cara logo de cara para ele sentir que aqui é o buraco é mais embaixo’."
"Na hora que eu saio para conhecer Suzuka, eu saio como um condenado, em uma pista legal, e me lembro de voltar aos boxes depois de cinco voltas em oitavo. Comecei a procurar o nome do Irvine na parte de baixo da tabela, mas nada do cara".
"Comecei a olhar para cima e demorou para chegar: o cara estava em primeiro! Pensa em um baldão de água fria. Naquela classificação, comecei uma posição atrás dele. Tomei dois décimos, ou seja, recuperei muito, porque estava dois segundos atrás dele".
"Depois, na prova seguinte, em Adelaide, eu devolvi tudo, larguei na frente, cheguei na frente, estava mentalmente preparado. Mas em Suzuka, foram os meus primeiros pontos e aquilo me mostrou que um cara competitivo traria o melhor de mim", completou Barrichello.
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