Análise
MotoGP Teste de fevereiro em Sepang

Dez conclusões após testes da MotoGP em Sepang

Com final das primeiras sessões de testes de pré-temporada em Sepang, Oriol Puigdemont apresenta primeiras considerações sobre a temporada 2016 da MotoGP

Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
A pré-temporada da MotoGP começou oficialmente na última segunda-feira (1), em Sepang. Durante três dias, pilotos e equipes estiveram no circuito malaio para experimentar as novidades para 2016 - pneus Michelin e centralina padrão - além, claro das novas motos para a disputa do campeonato (exceto a Aprilla, que andou com o equipamento de 2015).
 
Após as atividades na Malásia, Oriol Puigdemont, repórter do Motorsport.com, fez uma lista de dez conclusões que podem ser tiradas dos primeiros trabalhos para a temporada 2016 da MotoGP. Confira:

1. Yamaha à frente das rivais

Isso pode ser provado pelo desempenho de Jorge Lorenzo e Valentino Rossi, que dominaram os testes do começo ao fim. O fato de que as 14 voltas mais rápidas dos três dias de testes foram registradas pela dupla é a prova maior da superioridade da marca japonesa no início da pré-temporada.

2. Lorenzo segue em alta

O título conquistado na temporada passada, especialmente da forma como aconteceu, elevou a moral do espanhol, que se mostra mais confiante do que nunca. Mesmo em uma pista na qual ele nunca venceu, Lorenzo estabeleceu o melhor ritmo sem precisar se esforçar.

Segundo o atual campeão, o retorno da Michelin o beneficia significativamente - o que pôde ser visto nos tempos de volta e no comportamento do piloto da Yamaha.

3. Rossi na busca por respostas

O modo como Rossi aborda a temporada é o mesmo do ano passado: não cometer erros e observar o que os rivais fazem. A performance do italiano no primeiro terço da temporada será, provavelmente, o fator determinante para a decisão de seguir na MotoGP ou se aposentar da categoria.

4. Honda segue ignorando o feedback dos pilotos

Marc Marquez e Dani Pedrosa sofreram na temporada passada com o excesso de potência do motor e, com a nova centralina padrão, a situação piorou. A Honda, fiel aos princípios de não priorizar o feedback dos pilotos, parece não ter dado ouvidos às recomendações de Marquez e Pedrosa.

A questão agora é saber se a eletrônica padrão conseguirá domar este 'touro bravo'. "Há a possibilidade de chegarmos ao Catar sem estarmos totalmente preparados", disse Marquez.

5. Stoner está pronto para correr

Um par de dias foi o suficiente para perceber que, se Casey Stoner decidir correr novamente, levará pouco tempo para que ele se torne competitivo. No momento, ele nega que voltaria, mas a Ducati deixou claro que ele possui carta branca para tal.

Apesar de ter andado somente com a moto de 2015, Stoner deixou Sepang como o piloto mais veloz da Ducati, com 2min01s070. O australiano só retorna à pista no Catar, quando participa de uma sessão privada de testes - lá, espera-se que Stoner finalmente ande com a Desmosedici GP16. 

6. Situação desconfortável na Ducati

A marca italiana contratou Stoner como uma isca para fisgar algum dos pilotos de ponta. O interesse de Lorenzo é recorrente, mas Marquez também pode ser um dos alvos, especialmente se levarmos em consideração os problemas da nova Honda. Andrea Dovizioso e Andrea Iannone começam a ficar incomodados com toda a atenção que o time tem dado a Stoner.

7. Equipes satélite mais distantes

O retorno da Michelin e a introdução da centralina eletrônica padrão fez com que as fabricantes focassem a maior parte do trabalho nas equipes oficiais. Se a Honda tivesse permitido que as equipes satélite testassem o motor de 2016, seria algo desnecessário, que somente realçaria as dificuldades enfrentadas pelos japoneses.

8. Michelin fez a lição de casa...

Os testes de pós-temporada em Valência geraram certa preocupação entre os pilotos. Muitas quedas foram vistas e a explicação era sempre a mesma: "Você é pego de surpresa pelo pneu dianteiro. Quando você se dá conta, já caiu". Em Sepang, a Michelin mostrou que fez a lição de casa e disponibilizou uma série de compostos com mais aderência na dianteira.

9. ...Mas precisa esclarecer as causas do acidente de Loris Baz

A Michelin se sairá bem se explicar as causas do acidente o mais breve possível e de maneira precisa o que levou ao estouro do pneu traseiro da moto de Baz nos testes de terça-feira (2). As consequências poderiam ter sido horríveis, dizer que houve um problema na pressão dos pneus não é o suficiente.

10. Phillip Island vai proporcionar um cenário mais claro das forças

Na Austrália, será possível ver com mais clareza como está a Yamaha em relação às rivais. Se Rossi e Lorenzo dominarem novamente, ficará claro que eles chegarão ao Catar como favoritos ao título novamente.

Será também em Phillip Island que os dois decidirão qual moto utilizarão: se a versão que mescla partes da moto de 2015 com a nova ou se a de 2016. Também poderemos ver se a Honda resolverá o problema do controle da potência usando a eletrônica padrão.

A Ducati, definitivamente, focará na GP16, enquanto a Suzuki seguirá trabalhando com os modelos de 2015 e 2016, tentando adaptar os dois modelos à centralina e aos câmbio seamless.

Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Valentino Rossi, Yamaha Factory Racing
Marc Marquez, Repsol Honda Team
Dani Pedrosa, Repsol Honda Team
Aleix Espargaro, Team Suzuki MotoGP
Maverick Viñales, Team Suzuki MotoGP
Casey Stoner, Ducati Desmosedici GP15
Andrea Iannone, Ducati Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team
Loris Baz, Avintia Racing
Valentino Rossi, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Marc Marquez, Repsol Honda Team
Dani Pedrosa, Repsol Honda Team
Casey Stoner, Ducati Desmosedici GP15
Marc Marquez, Repsol Honda Team
Tito Rabat, Marc VDS Racing
Casey Stoner, Ducati Team watches testing
Valentino Rossi, Yamaha Factory Racing
Jorge Lorenzo, Yamaha Factory Racing
Casey Stoner, Ducati Team
Marc Marquez, Repsol Honda Team
Valentino Rossi, Yamaha Factory Racing
Aleix Espargaro, Team Suzuki MotoGP
Dani Pedrosa, Repsol Honda Team
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