Coluna do Vicente Sfeir: A Stock Car na pandemia – Impressões de Goiânia
Colunista de mercado do Motorsport.com, Vicente Sfeir aborda a etapa de abertura da temporada 2020 da categoria brasileira
As competições voltaram, ainda com restrições para muitos profissionais e especialmente para o público. O que pude observar desde quinta-feira no autódromo de Goiânia foi o profissionalismo e compreensão de todos os envolvidos. Foi um fim de semana com três categorias e um número extremamente limitado de profissionais. Foi realmente contado a dedo quem teria acesso.
Cheguei na quinta, tive compromissos externos e só fui para o autódromo às 18h, que era o horário limite para entrada, uma vez que havia uma equipe para fazer todo o controle do protocolo para liberação.
Já naquele momento pude observar que estavam seguindo rigidamente as regras. Por sorte, havia ainda uma pessoa do estafe organizador se preparando para ir embora e naquele momento consegui contato me desculpando por ter atrasado cinco minutos.
Eu precisava entrar nas dependências do autódromo, uma vez que meu motorhome estava lá e ia me hospedar dentro da pista (inclusive como medida para reduzir deslocamentos pela cidade).
Fui atenciosamente atendido e entrei numa sala passando por todo o filtro do protocolo de segurança. A etapa final desse processo foi receber uma pulseira, que estava pronta com meu nome e número de documento.
Ou seja: dentro do autódromo só estavam pessoas com credenciamento pré-aprovado pelas categorias participantes e o promotor. Não tinha mais ninguém que pudesse entrar no autódromo para qualquer outro motivo que não fosse essencial.
A dinâmica do final de semana, com treinos, classificação e corrida, é particular de cada categoria. Mas pudemos trabalhar e nos adaptar a esse formato, estimulando a criatividade de cada equipe. Em nosso caso especial, criamos um estúdio dentro do motorhome.
Assim pudemos gerar o maior volume de conteúdo possível e atualizar todos os fãs e demais patrocinadores que gostariam de estar na pista acompanhando a movimentação de pista. Nossa meta era passar as informações todas em tempo real, através da assessoria de imprensa, mídias sociais, lives, time de fotografia e cinegrafista.
Foi um grande esforço de todos e uma operação diferente da que normalmente estamos habituados. Mas acredito que a Shell conseguiu se diferenciar como a marca com maior geração de conteúdo.
Outra grande novidade foi a estreia da nova Copa Shell HB20. A primeira etapa da categoria e primeira etapa da Shell como detentora dos naming rights. A sincronia com o time da HRacing e seu CEO Daniel Kelemen foi muito boa.
Acompanhamos muito de perto, praticamente dentro da organização. Nosso motorhome ficou dentro do boulevard da Copa e a impressão foi ótima. O trabalho que eles fazem é muito bacana. Existe realmente uma linha de montagem, com o processo de revisão dos carros muito bem executado.
A equalização dos carros é precisa e aconteceu na sexta-feira de manhã. Como patrocinadores do evento, pudemos ajudar na prática. O Beto Monteiro, piloto de testes oficial da categoria, não pôde vir já que ficou 'preso' nos EUA pela quarentena, então 'emprestamos' nosso piloto Gaetano di Mauro para contribuir no processo de equalização. Foi muito bacana esse intercâmbio de ativos entre os parceiros já nas primeiras horas do evento.
No aspecto competitivo, as disputas foram intensas em todos os setores do grid, seja na classe Pró ou Super. O grid cheio, com 30 carros, é um charme. Tudo funcionou perfeitamente no fim de semana todo e o espetáculo na pista foi de tirar o chapéu, com belíssimas disputas.
Certamente quem acompanhou pela TV e pelo Acelerados ficou grudado na tela da primeira à última volta. Automobilismo raiz! Realmente revivemos e relembramos os anos de ouro da Copa Shell de Marcas e Pilotos.
Já a dinâmica do fim de semana da Stock Car foi pautada por certa apreensão, em razão de treinos muito curtos e estreia do carro novo. Foram poucos quilômetros para aprender tudo o que a nova geração da categoria tem a nos proporcionar - especialmente em nosso caso, com quatro pilotos em três equipes e duas montadoras diferentes.
É verdade que tivemos um fim de semana para comemorar em um lado, mas também para ficar muito atentos, focar e trabalhar duro em outros times que não tiveram um desempenho tão satisfatório como foi o da equipe do Ricardo Zonta.
Vale destacar que agora temos muitos dados para analisar em todos os times. Muita informação foi colhida para desenvolvimento dos carros e esperamos a segunda etapa ainda mais competitiva -e se der tudo certo, com nossos quatro carros andando entre os dez primeiros.
De toda forma, o balanço foi positivo com o automobilismo voltando com força no Brasil. Não apenas pelo trabalho na pista, mas também pela cobertura realizada pelos veículos especializados diante da dificuldade de acompanhar as informações remotamente para produzir suas notícias.
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