Análise: saiba por que a Red Bull pode abandonar a F1
O drama sobre quem será o fornecedor de motores da Red Bull atingiu um nível que poucos esperavam. Este é o final da linha para a Red Bull na F1 ou ainda há uma luz no fim do túnel? Nosso especialista, Jonathan Noble, analisa a situação
Com menos de seis meses para a abertura da temporada 2016, na Austrália, nem Red Bull, nem Toro Rosso sabem qual motor terão disponível no futuro, cada vez mais próximo. E pior: há grandes dúvidas se sequer as equipes vão conseguir um. É um cenário que a empresa de bebidas energéticas jamais poderia prever que se desdobraria.
Após declarar o rompimento das relações com a Renault, sua atual fornecedora, e cancelado os contratos para 2016, a Red Bull tem sido negligenciada tanto por Mercedes quanto por Ferrari, que dificultam negociações para fornecer motores para a rival.
Há bastante tempo, no GP do Canadá, o chefe da Ferrari, Sergio Marchionne, disse em termos gerais que não teria problemas em oferecer motores a Milton Kaynes, se necessário. Mas isso foi antes, e isto é agora: a Red Bull recebe pressões políticas daqueles do paddock que temem que entregar seus conhecimentos técnicos para a equipe seria a assinatura da sua própria sentença de morte.
Em termos simples: por que Mercedes e Ferrari - que investiram pesadamente seu tempo e dinheiro para construir seus próprios times - vão fornecer motores competitivos para o rival que mais temem?
Interesses competitivos
É perfeitamente compreensível que a Mercedes diga não, e que a Ferrari esteja relutante em fornecer outro propulsor que não seja o usado em 2015 - já defasado na próxima temporada.
Para a Red Bull, uma equipe que é reconhecidamente a mais brilhante em termos de aerodinâmica, o trabalho é todo focado no limite do regulamento para extrair o máximo de performance. Trata-se de uma máquina de vencer.
Você poderia imaginar a reação de Lewis Hamilton ou Sebastian Vettel se eles forem informados de que seus chefes concordaram em ajudar a Red Bull, em um movimento que poderia lhe custar um campeonato mundial nas próximas temporadas? Eu tenho certeza que seria um temporal.
Guerra de palavras
Enquanto a postura da Mercedes e Ferrari não é tão surpreendente, o que tem chamado a atenção é a maneira agressiva com que a Red Bull tem feito declarações públicas, e mesmo criticado potenciais parceiros.
Para acusar a Ferrari de "jogar jogos" com o que foi oferecido, é preciso ou ter "grandes colhões" ou uma "mente pequena".
Uma coisa é criticar publicamente um parceiro na tentativa de salientar a necessidade de mudança - como Fernando Alonso fez no GP do Japão, ao criticar a Honda -, mas outra é adotar essa tática contra alguém que você está tentando fazer negócios.
Afinal de contas, você não vai para a entrevista do seu emprego dos sonhos, pedindo os mesmos salários e cargos de chefia, criticando publicamente a companhia, na expectativa de ser contratado.
Mas o que a agressão pública da Red Bull mostra é que eles estão contra a parede, e vão tentar qualquer coisa para convencer os fornecedores de motores de que se o time não tiver o que quer, a F1 irá perder duas equipes.
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