Análise
Fórmula 1 GP da Itália

Análise Técnica: Asas traseiras comandam GP da Itália

A aerodinâmica sempre teve papel importante em Monza, com equipes produzindo asas traseiras especiais para uso no "Templo da Velocidade"

Red Bull RB13 rear wing comparison, Italian GP

Análise técnica de Giorgio Piola

Análise técnica de Giorgio Piola

Este ano, especialmente com as mudanças aerodinâmicas dos atuais carros, que impulsionaram drasticamente o downforce, um grande esforço foi feito por todas as equipes para reduzir o arrasto em Monza.

A corrida na casa da Ferrari sempre trouxe emoções indesejadas para os Tifosi, já que as características do SF70H o deixam mais fraco que o W08 em circuitos de alta.

Também é digno de nota que a Ferrari agora não está em sincronia com a Mercedes em termos do uso de unidade de potência, com a equipe italiana podendo ainda introduzir uma atualização até o final da temporada.

Ferrari SF70H rear wing comparison
Foto: Giorgio Piola

Sabendo o desafio que enfrentaria em Monza, a equipe preparou uma asa totalmente nova para o evento, fazendo um esforço para reduzir a quantidade de arrasto gerado.

Tendo utilizado anteriormente uma asa traseira em forma de colher tanto em Baku quanto em  Spa, para gerar downforce suficiente quando necessário nas curvas, a equipe mudou para uma asa mais convencional para Monza.

O plano principal e a asa superior apresentavam um separador centralizado e V, ao invés de dois, utilizados em ocasiões anteriores (setas pretas). As lâminas da extremidade foram dispensadas, com as convencionais sendo usadas (destacadas em amarelo).

O menor dos dois monkey seats também foi removido, pois as velocidades mais baixas da asa traseira, sem a formação de colher, não precisavam do suporte aerodinâmico que oferece.

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Mercedes W08 rear endplate comparison, Italian GP
Foto: Giorgio Piola

A Mercedes, embora dominante no famoso circuito italiano, não trouxe uma asa traseira super esbelta ou menos complexa, preferindo um desenho semelhante ao modelo que usou no Azerbaijão e na Bélgica.

No entanto, a asa apresentou um ângulo de ataque menos pronunciado e uma revisão do comprimento do plano principal e da asa superior, sendo que o último foi fornecido com uma asa menor.

A asa traseira em forma de colher já fornece uma troca significativa entre downforce e redução de arrasto, com as extremidades externas mais curtas, não só produzindo menos downforce, mas também tendo um efeito significativo sobre os vórtices indutores criados nas pontas das asas.

A Mercedes normalmente trabalha com quatro aberturas e uma quinta mais curta (destacado em amarelo), mas a configuração usada em Monza, Spa e Baku colocou apenas três lâminas.

Red Bull RB13 rear wing comparison, Italian GP
Foto: Giorgio Piola

A Red Bull sabia que poderia dar aos seus pilotos os ganhos aerodinâmicos que precisariam em Monza. A asa, que apresenta um ângulo de ataque extremamente baixo, segue a mesma tendência que a equipe utiliza na Itália desde 2013, que pelo ângulo, não é necessário abrir lâminas nas placas de extremidade (veja a parte esquerda para comparação, onde as lâminas foram destacadas em amarelo).

Você também observará que, devido ao ângulo raso do plano principal, o pod do DRS se encontra inteiramente nele, e não acima da superfície.

Red Bull RB9 rear wing, low downforce configuration
Foto: Giorgio Piola

Não há dúvida de que a Williams está lutando para atender às suas expectativas desta temporada, já que o FW40 não conseguiu oferecer o tipo de desempenho que seus antecessores entregavam.

Os pilotos fizeram escolhas de configuração diferentes, o que poderia ser um dos principais catalisadores da melhor exibição de Stroll na classificação, do que seu companheiro de equipe, Felipe Massa, mais experiente.

Williams FW40, rear wing comparison
Foto: Giorgio Piola

O canadense optou pelo "Monza especial", enquanto o brasileiro optou por uma asa traseira mais alta.

A versão de baixo downforce apresentou uma forma de colher muito mais suave. A forma da asa superior também foi diferente, pois o ângulo foi significativamente reduzido e inclinado para dentro, em direção ao eixo central (linha verde pontilhada).

Você também observará que as lâminas da placa foram reduzidas de quatro para três na configuração (em círculos).

Williams FW40, rear wing comparison
Foto: Giorgio Piola

 

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