CEO da McLaren, Brown diz que F1 está "refém" das principais equipes no teto orçamentário
Chefe da equipe britânica revelou lobby de escuderias rivais para aumento do limite de custos nas corridas sprint - mas com outras intenções
O CEO da McLaren, Zak Brown, disse que as principais equipes da Fórmula 1 "estão mantendo o esporte refém" ao fazerem lobby por concessões extras de limite orçamentário para eventos da corrida sprint. Parte do acordo para as três provas de qualificação experimentais realizadas no ano passado foi um subsídio dentro da nova estrutura do teto para cobrir os gastos do formato.
As escuderias receberam de US$ 150 mil (cerca de R$ 836 mil) por evento ou US$ 450 mil (R$ 2,51 milhões) apenas para participar das três sessões.
As equipes também receberam um subsídio de danos de US$ 100 mil (R$ 558 mil) para cada corrida sprint caso um carro se envolvesse em um acidente e, portanto, até US$ 300 mil (R$ 1,67 milhões) em gastos que normalmente seriam contados como estando abaixo do limite orçamentário poderiam ser descontados do total.
As principais equipes estão pressionando por uma margem extra em 2022, quando serão realizadas seis provas classificatórias.
No entanto, Brown acredita que eles estão pedindo um aumento irrealista puramente porque o limite geral do orçamento cai de US$ 145 milhões (R$ 808 milhões) para US$ 140 milhões (R$ 780 milhões) este ano e, portanto, qualquer coisa que possa ser recuperada será bem-vinda pelos maiores gastadores.
Embora o CEO da McLaren tenha destacado a questão antes, ele deu um passo adiante em suas críticas em uma coluna publicada no site do grupo na última segunda-feira (17).
"Devemos seguir impulsionando a sustentabilidade econômica em todo o esporte", disse ele. "Alguns times ainda procuram desculpas para aumentar o limite de custos e ganhar campeonatos mundiais com talão de cheques."
"O lobby contínuo de certas equipes para aumentar o teto orçamentário para danos em corridas sprint é um exemplo contínuo. A iniciativa da prova de sábado da F1 adicionou novos espectadores e elevou o perfil do esporte para expandir sua base de fãs global."
"No entanto, essas equipes continuam exigindo um aumento no limite por uma quantia excessiva de dinheiro, apesar da clara evidência de que pouco dano foi causado durante essas etapas no ano passado, em uma tentativa velada de proteger sua vantagem competitiva."
"A atual estrutura de governança do esporte permite uma situação em que algumas escuderias, para proteger sua própria lacuna, estão efetivamente mantendo o esporte refém do que é melhor para os fãs e, portanto, para todos em geral."
"Essas equipes parecem incapazes de aceitar que um teto orçamentário é do melhor interesse do esporte e não podem abandonar o hábito de gastar."
Max Verstappen, Red Bull Racing RB16B, Lewis Hamilton, Mercedes W12, Lando Norris, McLaren MCL35M, Sergio Perez, Red Bull Racing RB16B, the rest of the field at the start
Photo by: Glenn Dunbar / Motorsport Images
Brown também expressou a frustração contínua da McLaren sobre a cooperação entre as equipes parceiras e a quantidade de compartilhamento de tecnologia que é permitida para o benefício de ambos.
"Além disso, a ameaça das equipes A e B não desapareceu, e é vital que a governança do esporte seja fortalecida para evitar isso", comentou ele. "Os regulamentos, como estão hoje, são fortemente tendenciosos para equipes B e de clientes, o que não está alinhado com o princípio da F1 de um grupo de construtores genuínos competindo entre si em termos de igualdade."
"A F1 precisa ter 10 verdadeiros construtores, onde cada equipe - além de compartilhar a unidade de potência e potencialmente os componentes internos da caixa de câmbio - deve projetar e produzir todas as peças relevantes para o desempenho. Neste momento, há muita diversidade nos modelos de negócios entre os times."
"Tentar aplicar o mesmo conjunto de regulamentos complexos a cada um e, em seguida, policiá-los de forma eficaz, é desnecessariamente complicado e compromete o resultado."
"Esse ambiente de custo limitado deve permitir que as equipes se tornem entidades mais reconhecíveis por direito próprio dentro de um orçamento realista, sem a preocupação de diferenças significativas de desempenho com base em quanto cada um pode gastar."
"Em poucas palavras, a situação atual permite que as equipes B sejam supercompetitivas em comparação com os construtores, e as escuderias A sejam supercompetitivas por terem o benefício de uma equipe B. Sem uma correção, a maneira como as coisas estão significa que qualquer um com aspirações ao título precisa ter um time B e isso simplesmente não é a F1."
Brown destacou o aspecto político paralelo da cooperação e o fato de que equipes menores geralmente votam em assuntos da FIA com seu parceiro sênior ou fornecedor de unidade de potência.
"Além disso, a pressão de votação colocada pelas equipes A em suas equipes B não é consistente com a promoção de um esporte equitativo baseado no mérito individual."
"Como eu disse antes - e essas escuderias não admitem - há momentos em que algumas menores votam contra seus próprios interesses para satisfazer a agenda de sua equipe A."
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