F1 - Aerodinâmica, velocidade e pneus: as três apostas da Red Bull para vencer em 2022
Trabalho de Adrian Newey e sua equipe em torno desses três pilares ajuda equipe austríaca a superar desafio com o peso extra do carro
Análise técnica de Giorgio Piola
Análise técnica de Giorgio Piola
A Red Bull vem dominando a temporada 2022 da Fórmula 1 em seu retorno à ação no GP da Bélgica neste fim de semana. A equipe austríaca pode encarar a segunda metade do campeonato com certa tranquilidade, graças aos 80 pontos que Max Verstappen tem sobre Charles Leclerc, enquanto no Mundial de Construtores a vantagem é de 97.
São margens muito importantes, mas que não marcam a diferença real entre ambas as equipes, já que o time italiano perdeu muito por erros próprios e confiabilidade.
O RB18 é o primeiro carro da Red Bull sob o novo regulamento técnico, assim como o F1-75 da Ferrari, com os dois tendo projetos aerodinâmicos totalmente diferente. O carro austríaco teve um início difícil, mas logo superou o de Maranello com seis vitórias consecutivas e nove contra quatro dos rivais no ano.
Max Verstappen, Red Bull Racing RB18
Photo by: Zak Mauger / Motorsport Images
Em Milton Keynes, foi preparado um carro para aproveitar o retorno do efeito solo, tendo Adrian Newey como principal nome por trás, colocando seu conhecimento em prática com os canais Venturi e várias soluções. Além disso, eles levaram em conta o aumento do peso mínimo dos carros, que agora chega a 798 kg.
É importante lembrar, a equipe dedicou muitos recursos à redução de peso, chegando a 'desnudar' várias partes da carroceria para emagrecer o carro, enquanto alguns desenvolvimentos jogaram todo esse processo pela janela.
Os engenheiros trabalharam em três pilares em busca da máxima carga aerodinâmica nos túneis Venturi, uma forma com pouca resistência para beneficiar a velocidade máxima e um melhor aproveitamento dos pneus Pirelli.
Os três objetivos foram cumpridos com perfeição, mesmo que o aumento do peso limite um pouco a performance do carro.
Detalhe do assoalho do RB18
Photo by: Giorgio Piola
O RB18 é, sem dúvidas, o carro que menos sofreu com o porpoising na F1 e, para eles, isso não é uma surpresa. A Red Bull estava ciente de que isso poderia acontecer com determinado assoalho e rigidez.
De cara, a equipe iniciou o ano ocultando os volumosos pilares [primeiro de metal e depois de carbono] com a intenção clara de reduzir o porpoising. O suporte frontal foi colocado na parte inferior para que os túneis Venturi fossem estáveis e para que o fluxo não fosse afetado por deformações do material.
Obviamente, a escolha por esse projeto teve um custo no peso, mas o carro austríaco se beneficiou de uma configuração aerodinâmica em que o rebote estava apenas presente. Assim, Max Verstappen e Sergio Pérez puderam andar com uma carga maior e mais rendimento.
Outra característica positiva da Red Bull é poder aquecer rapidamente os pneus, tanto nas classificações quanto nas relargadas após o safety car e passagens pelos boxes, algo que se mostra chave, por mais que ainda tenha uma degradação, consequência do peso maior.
Suspensão dianteira do RB18 e a do RB16B
Photo by: Giorgio Piola
A suspensão tem um desenho incomum, um um sistema de pull-rod dianteiro e push-rod traseiro, uma opção baseada nas exigências aerodinâmicas e nos pneus.
No RB16B, os engenheiros da Red Bull introduziram um único braço que unia os dois triângulos inferiores, enquanto no RB18 eles propuseram essa solução para o triângulo superior, com multibraços no inferior.
Além disso, a suspensão pull-rod dianteira permite ajustar com mais facilidade a altura em relação ao solo, incluindo as sessões de treinos livres, o que é importante para explorar todo o potencial. O chassi um pouco mais leve deve representar um passo adiante, mas não se sabe ainda se essa é uma prévia do que será o carro de 2023 da Red Bull.
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