F1: Disputa financeira pode arruinar planos das sprints em 2022
Parte das equipes não aceitam valores oferecidos pela F1 para as seis corridas de sábado; uma pediu aumento do teto em R$27 milhões
Enquanto a direção da Fórmula 1 espera dar sequência ao plano de realizar seis corridas sprint em 2022, após o sucesso dos experimentos em Silverstone, Monza e Interlagos no ano passado, o projeto corre risco de ser abandonado em meio a um impasse contínuo sobre os custos e a flexibilização do teto orçamentário, afirma o CEO da McLaren, Zak Brown.
Faltam menos de dois meses para o início da temporada, e o primeiro local que pode receber a sprint é a própria abertura do campeonato, o GP do Bahrein, com a proposta de que a corrida do sábado seja realizada no anel externo. Os outros cinco locais propostos para receber o evento são: Ímola, Montreal, Red Bull Ring, Zandvoort e Interlagos, o único mantido de 2021.
Porém, o projeto ainda não foi liberado porque as equipes ainda precisam chegar a um acordo com a FOM (Formula One Management) sobre um pacote extra de gastos para as corridas.
Segundo apuração, as equipes recebiam um extra de 100 mil dólares (aproximadamente R$550 mil) por cada sprint em 2021. Além disso, o teto orçamentário teria sido flexibilizado em 450 mil dólares (R$2,45 milhões) por causa dos três eventos, e mais 100 mil dólares por carro em caso de danos por acidentes.
Para este ano, foi apurado que a F1 não quer fazer essa flexibilização pelas batidas. Em vez disso, a oferta inicial seria de 500 mil dólares (R$2,72 milhões) pelos cinco primeiros eventos e 150 mil dólares para cada evento a mais. Isso daria às equipes um total de 2,65 milhões (R$14,44 milhões) pelas seis sprints.
Segundo informações de bastidores, as equipes maiores não aceitaram bem a oferta, devido ao fato de operarem no limite do teto orçamentário, tendo uma preocupação de que isso não seja suficiente. Elas sentem que a adição das sprints podem forçá-las a comprometerem verbas que podem ser usadas no desenvolvimento dos carros caso tenham acidentes.
Segundo Brown, uma equipe, que ele preferiu não identificar, quer que o teto orçamentário seja aumentado em 5 milhões de dólares (R$27,2 milhões) em vez do que foi ofertado.
Já as equipes menores acreditam que os pedidos de aumento do teto sejam simplesmente uma desculpa dos times maiores para gastarem mais em seus carros, sem relação às necessidades com as sprints.
O contínuo impasse por um acordo é um problema para a F1 porque, com menos de dois meses para a abertura da temporada, que também deve receber a primeira sprint, a disputa pode acabar com os planos da categoria como um todo.
Gasly crashed out of the Monza sprint after contact with Hamilton. Certain teams are concerned that more sprints need to be covered by an increased cost cap, though McLaren boss Brown disagrees with this
Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images
A estrutura de governança atual da F1 obriga que, para que mudanças no regulamento do próprio ano sejam aprovadas, é necessário o que é chamado de "super maioria": 28 dos 30 votos na Comissão da F1.
Enquanto 20 desses votos representam a F1 e a FIA, ter oito equipes apoiando a ideia pode ser um problema, já que informações colocam que Red Bull, Mercedes e Ferrari são as mais preocupadas com a situação, e podem forçar suas clientes a apoiarem suas posições.
Brown, cuja McLaren está feliz com o pacote financeiro oferecido, está preocupado com o perigo de que algumas equipes possam usar sua influência para acabar completamente com as sprints.
Questionado sobre como a F1 pode superar esse impasse financeiro, Brown disse: 'Talvez não tenha como, o que seria uma infelicidade".
Brown não está nada feliz com a campanha das equipes de maior orçamento para aumentar o teto de 2022.
"Todos temos o mesmo desafio. Se acontece de você ter mais incidentes, é um problema que qualquer pessoa pode ter. E, para mim, isso é parte do esporte. É lidar com desafios, não é que eu queria resolver tudo com o dinheiro".
"Uma equipe em particular queria um aumento do teto orçamentário em 5 milhões, o que é apenas ridículo, e sem apresentar nenhuma razão lógica para isso. Então, quando você desafia esses fatos, a resposta sempre é 'mas você precisa antecipar as coisas caso necessário'. E você fica ali sentado pensando que isso não faz sentido".
Brown says politicking could mean sprints don't happen at all in 2022
Photo by: Charles Coates / Motorsport Images
Com o campo de batalha definido, Brown acredita que a melhor abordagem talvez seja abandonar as sprints para 2022, focando na aprovação delas para 2023, já que, para modificar o regulamento dos próximos anos, é necessário apenas o apoio de seis equipes, em vez de oito.
"Não gostaria que entremos em uma situação em que votaremos para 2022 tendo que buscar oito votos porque passamos da data-limite. Acho que agora devemos olhar adiante e focar em 2023, sem aumento nenhum do teto orçamentário".
"Talvez aí possamos encontrar um meio termo e podemos aumentar um pouco para que possamos começar com 2022, ou talvez até pular 2022 de vez. E aí essas equipes terão que explicar aos fãs porque não teremos corridas sprint nesse ano".
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