F1 e MotoGP enfrentam problemas com quarentena do governo italiano por coronavírus
As duas principais categorias do esporte a motor enfrentam dúvidas sobre suas etapas após o governo italiano anunciar planos no sábado de fazer quarentena em diversas regiões do país, onde as equipes ficam
Em meio às preocupações sobre a crescente situação do coronavírus na Itália, o país mais afetado na Europa com 233 mortes e 5883 pessoas infectadas até o momento, o governo havia afirmado que tomaria medidas drásticas para tentar conter a epidemia.
Na noite de sábado, o governo anunciou um novo decreto que inclui pesadas medidas de quarentena e multas para qualquer um entrando ou saindo de diversas regiões do norte da Itália, incluindo Modena, onde fica a sede da Ferrari, que deveria ser aprovado imediatamente.
As áreas afetadas também incluem Milão, onde fica a sede da Pirelli e a Lombardia, onde está localizada a sede da equipe da Yamaha da MotoGP, além das províncias de Pesaro e Urbino, onde mora o multicampeão Valentino Rossi.
Por outro lado, a região de Bolonha não foi incluída na área de quarentena, o que significa que a Ducati não foi afetada. Seus pilotos, Andrea Dovizioso e Danilo Petrucci, que moram em Forli, também estão livres. No momento, a equipe AlphaTauri da F1, que tem como base a cidade de Faenza, na região de Ravenna, também não foi afetada.
O governo sugeriu que seria possível obter permissões para pessoas com motivos reais para sair relacionados ao trabalho, mas até o momento não houve indicações se isso inclui as equipes ou até mesmo os pilotos da F1 e da MotoGP.
A MotoGP já cancelou sua etapa inaugural no Catar após o governo impor uma quarentena de 14 dias para todos vindos da Itália ou que estiveram no país nos 15 dias anteriores - algo que afetava uma grande parte do paddock.
O GP da Tailândia, que deveria ser a segunda etapa, também foi adiado para 04 de outubro, após o país proibir eventos de grande público. Na semana passada, a MotoGP divulgou um novo calendário que colocava o GP das Américas como a abertura, mas a prova também virou dúvida quando no sábado a cidade de Austin declarou estado de emergência por causa do vírus.
No início das atividades do sábado no Catar, o chefe da equipe Tech3 da MotoGP e o presidente da Associação Internacional de Equipes de Corrida (IRTA), Herve Poncharal, falaram para a Eurosport que uma decisão sobre o destino da prova de Austin seria tomada na próxima semana.
A temporada da F1 está marcada para começar na Austrália na próxima semana, e o país já anunciou que pessoas vindas pela Itália passariam por checagens mais rígidas no desembarque. Porém, até o momento, ainda não há proibições de viagem, mas ainda não é certo se a decisão do governo italiano levará a uma mudança de atitude.
Enquanto a situação só afeta equipes e negócios italianos, o diretor de esporte a motor da F1, Ross Brawn, deixou claro na semana passada que se uma equipe tiver problemas para chegar a uma corrida, a categoria não seria capaz de realizar uma prova que valesse para o mundial.
"Se uma equipe for barrada de entrar em um país, não podemos ter uma prova", disse ele à Reuters. "Pelo menos não uma prova que possa valer para o mundial de Fórmula 1, porque não seria justo. Mas se uma equipe optar por não ir a uma corrida, aí a decisão é deles".
A MotoGP já tomou uma decisão similar em relação a algum piloto ou equipe não conseguir entrar em um país devido às restrições.
Antes do último movimento do governo italiano, a Pirelli disse que estava preparada para restrições mais pesadas para sua equipe italiana. Um porta-voz da empresa disse: "Estaremos levando o mesmo número de pessoas de sempre. Para a Austrália e o Bahrein, sabemos que irão umas 20 pessoas da Itália, que vão enfrentar as checagens na chegada. Temos que ser pacientes. Sobre o Vietnã, nada está decidido ainda. Vamos esperar mais indicações".
Mesmo com restrição, Ferrari mantém planos de viagem para a Austrália
A equipe de Maranello afirmou que os preparativos para o GP da Austrália continuam como o planejado, apesar da quarentena imposta pelo governo italiano.
As restrições de viagem confirmadas na noite passada levantaram preocupações sobre funcionários da Ferrari e da AlphaTauri que ainda não haviam saído do país em direção à Melbourne, potencialmente comprometendo a habilidade das equipes de participar da primeira prova do ano.
A Ferrari reforçou que respeita a decisão do governo, mas afirmou que isso não mexeu com os planos da equipe de ir para a Austrália.
Em um comunicado entregue ao Motorsport.com, a equipe diz: "Após medidas anunciadas pelo governo italiano na noite passada, estamos monitorando e avaliando a situação e estamos em contato com as autoridades e organizações envolvidas. Para a Ferrari, acatar a decisão do governo representa uma garantia de dar segurança aos nossos funcionários e suas famílias, que é a nossa prioridade. Cada decisão será feita respeitando esse princípio".
"Parte da equipe e do equipamento já chegou em Melbourne e as viagens dos membros restantes da equipe serão feitos como o planejamento, a menos que recebamos comunicações que digam o contrário".
GALERIA: Os impactos do coronavírus no esporte a motor
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