Fórmula 1 GP da Bélgica

F1: Entenda disputa de poder que levou Audi a contratar Binotto

Chegada de ex-chefe da Ferrari ao time alemão agitou o mercado da categoria

Mattia Binotto, Team Principal, Ferrari

Foto de: Glenn Dunbar / Motorsport Images

Há quase dois anos, a Audi anunciou oficialmente sua entrada na Fórmula 1. Agora, a equipe, que ainda corre sob as cores da Sauber, surpreendeu com a notícia da contratação de Mattia Binotto e agitou o mercado da categoria.

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Atualmente, a Sauber não conseguiu somar nenhum ponto na tabela do campeonato e os pilotos Zhou Guanyu e Valtteri Bottas não conseguiram chegar nem entre os dez primeiros colocados em nenhuma das etapas desde o GP do Catar em 2023. Neste ritmo, parece difícil que a equipe consiga entregar resultados mais positivos nas próximas corridas.

Porém, ao que tudo indica, há um pequeno progresso sendo feito para a estreia da Audi na F1. Mesmo com os movimentos da montadora, os reflexos ainda não estão sendo vistos em pista, o poder financeiro é enorme, mas a operação de Hinwil está perdendo a força, o que traz dúvidas sobre o futuro da empresa alemã.

Era esperado que, nesta altura da temporada, a equipe já teria conseguido garantir Carlos Sainz em um dos assentos. Em vez disso, o atual piloto da Ferrari parece mais interessado em manter discussões com a Williams ou a Alpine, dando a entender que a força da Audi não está tão convincente.

Impacto da aquisição Audi x Sauber

A troca das equipes não deveria ter um impacto imediato sobre a atual Sauber, já que a entrada da Audi só acontece oficialmente em 2026, porém, o que pegou a empresa e, aparentemente, o ex-CEO Andea Seild, de surpresa foi como a fase de transição está afetando as ambições do time.

Finn Rausing ainda está envolvido na Sauber e seu apoio é de extrema necessidade para o financiamento de novos investimentos. Desta maneira, a equipe e Seild ainda estão conectados, já que o empresário não teria motivos o suficiente para investir altos valores em algo que não lhe traria benefícios. A situação está sendo comparada à venda de um carro e uma futura solicitação para novos pneus para o veículo que já não o pertence.

Com medo das consequências que isso poderia acontecer, a Audi decidiu tomar uma decisão mais agressiva e tentar resolver a situação antes mesmo que a bomba explodisse. O primeiro movimento foi o recrutamento de Stefan Straehnz, da Mercedes, para se tornar o novo diretor do programa.

Outra adição ao time foram os nomes de Stefano Sordo, que já trabalhou na McLaren e Red Bull, e o de Lee Stevenson, ex-mecânico chefe da Red Bull.

As portas de ações de investimento foram completamente abertas para tais negociações, porém, a equipe ainda falta demonstrar competitividade em pista para convencer melhor e diminuir as preocupações futuras.

A Audi não considerava que os resultados negativos da Sauber iriam afetar drasticamente as negociações e os planos para 2026. Mesmo que alguns considerem que o atual momento da equipe de Hinwil não está diretamente relacionado ao futuro da empresa alemã, a insegurança foi instalada.

Zhou Guanyu, Stake F1 Team Kick Sauber C44

Foto de: Glenn Dunbar / Motorsport Images

Disputa por poder

A contratação de Mattia Binotto, ex-chefe da Ferrari, parece ter sido uma disputa de poder que aconteceu nos bastidores do novo projeto para a F1. O engenheiro italiano entra para substituir Seidl, que foi convocado no início de 2023 para guiar o projeto da Audi, e planejava se afastar de todas as suas operações atuais para se concentrar no novo trabalho.

A situação mudou quando o ex-diretor de desenvolvimento da empresa alemã, Oliver Hoffmann, chegou para ocupar o cargo de presidente de todas as empresas Sauber. Fontes informam que Seidl e Hoffmann não concordavam em pontos importantes nas decisões da equipe e não conseguiam concordar no que deveria ser feito para garantir a melhora do time.

Para Andea, a chegada do colega de empresa só serviu para deixar as coisas mais complicadas dentro da Audi e atrasar decisões que poderiam mudar o rumo das negociações para montar um time forte para 2026.

A empresa alemã tomou a decisão de não desconsiderar nenhum dos lados e acabou demitindo Seild e Hoffmann de seus cargos e colocou Binotto no lugar. 

Mattia Binotto

Foto de: Simon Galloway / Motorsport Images

Chegada de Binotto à Audi

A mudança na chefia da Audi é significativa e lógica, para acabar com as disputas políticas na equipe e definir um ponto claro na melhoria da Audi para 2026. Binotto já estava em negociação com diferentes times para retornar ao paddock da F1, mas, ao que tudo indica, o projeto alemão é o que mais faz sentido para ele.

O novo desenho apresentado pela Audi é bastante semelhante ao da Ferrari em diferentes aspectos. O projeto é uma operação que terá sua própria fábrica para produzir seus chassis e unidades de potência.

Binotto já tem amplo conhecimento técnico sobre motores e chassis, dado seu histórico na Fórmula 1 e com a Ferrari. No comunicado oficial da Audi sobre a contratação de Mattia, a nova equipe deixa claro que suas intenções estão alinhadas com os interesses do time.

Dessa maneira, a questão de conflitos dentro da gestão foi controlada, uma vez que o engenheiro italiano se reporta diretamente à Audi e está sozinho no cargo. Como foi dito pelo CEO da Audi, Gernot Doellner, que também será o presidente do Conselho de Administração Sauber:

“Nosso objetivo é levar todo o projeto da Fórmula 1 à velocidade da F1 por meio de estruturas de gerenciamento claras, responsabilidades definidas, interfaces reduzidas e processos de tomada de decisão eficientes. Para esse propósito, a equipe deve ser capaz de agir de forma independente e rápida”.

Mattia Binotto, Team Principal, Ferrari, arrives at the track with Carlos Sainz, Ferrari F1-75

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images

As ações de Binotto só passarão a entrar em vigor a partir do dia 1° de agosto, mas o novo chefe da Audi precisará ser ágil e entender que o tempo é essencial na tomada de decisões. Assim que assumir a responsabilidade, o engenheiro italiano já deve enfrentar questões complicadas.

Ainda existem rumores que um novo diretor de equipe seja contratado no futuro. O nome cotado é o de Mike Krack, apesar dele mesmo já ter negado as informações. Apesar disso, acredita-se que existirá uma grande campanha para o recrutamento.

Também existem conversas sobre a possibilidade do novo chefe da Audi tentar contato novamente com Carlos Sainz, para tentar firmar um contrato para 2026. Caso isso se torne realidade, seria um voto de confiança depositado em Binotto e seu projeto que promete sucesso no grid de 2026.

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