Análise
Fórmula 1 Pré-temporada no Bahrein

F1: Entenda por que Mercedes é uma variável maluca em 2021

Red Bull começa no papel de favorita para GP do Bahrein

Valtteri Bottas, Mercedes W12

A Mercedes não brilhou nos testes de pré-temporada da Fórmula 1 que aconteceram no Bahrein. O novo modelo da atual campeã mundial não encontrou o equilíbrio certo com um eixo traseiro imprevisível. A Red Bull, portanto, é tida como a favorita para a primeira corrida do campeonato mundial.

Vamos começar com os números. A Mercedes concluiu os três dias de testes no Bahrein com o quinto tempo geral obtido por Lewis Hamilton com pneus C5 (a mais de um segundo de Max Verstappen com C4) e com o nono de Valtteri Bottas. 

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Quanto à distância percorrida, a equipe alemã ficou na última posição, com apenas 304 voltas registradas contra 422 da Alfa Romeo e AlphaTauri, 404 da Ferrari e 369 da Red Bull.

O W12 parece ter uma traseira com comportamento autônomo, e o que mais surpreende é ter visto no circuito de Sakhir o time extremamente deslocado.

O aspecto que menos alarma a garagem da Mercedes é a quilometragem, e por uma razão puramente técnica. Nos testes de pré-temporada dos anos anteriores, Bottas e Hamilton sempre surpreendiam com o número de simulações de corrida que completavam a partir do primeiro dia de teste, com balanços finais que alcançaram 5.000 quilômetros.

Além da redução dos dias de testes, a Mercedes também sofreu um contratempo relacionado a um problema na caixa de câmbio que bloqueou Bottas na manhã do primeiro dia.

A equipe de Toto Wolff não tinha simulações de corrida em pauta, estando o carro com 70% (em número de componentes) do ano passado, portanto com durabilidade e confiabilidade já conhecidas.

O plano era realizar quase exclusivamente testes aerodinâmicos e, sobretudo, comprimir o programa de trabalho com o maior número de 'corridas', para verificar o máximo de configurações possíveis.

O comportamento atípico do monoposto complica muito a vida dos engenheiros. As difíceis condições de pista encontradas no primeiro dia não ajudaram, com ventos fortes e muita areia na pista, e ficaram algumas dúvidas, as respostas não chegaram mesmo quando o asfalto ficou limpo novamente.

A traseira do carro tinha reações imprevisíveis que traíram Bottas e especialmente Hamilton em várias ocasiões. Há dois anos, a estreia na pista do W10 não foi das mais simples, mas os problemas foram então identificados em pouco tempo, e na segunda parte dos testes de Barcelona a equipe conseguiu corrigir o equilíbrio geral do carro.

Durante os três dolorosos dias no Bahrein, os olhos estavam voltados para as novidades do W12, principalmente a aerodinâmica e os pneus e, possivelmente, a interação entre os dois.

As suspensões, por exemplo, são as mesmas de 2020, e não estão sendo o foco no momento. A aerodinâmica também é um quebra-cabeça, pois a pista confirmou os valores de carga que surgiram na simulação, portanto, não há pistas que possam levar a uma investigação. Os números não revelaram um problema em termos de downforce, ou equilíbrio aerodinâmico, e esse aspecto definitivamente complicou o trabalho da equipe.

Nesse contexto, os números confirmam a Mercedes também na parte inferior da tabela de velocidade máxima, mas isso não é visto como um problema na escuderia. A opção por usar asas maiores (principalmente em comparação com a Red Bull) resultou em uma maior resistência ao avanço, mas foi uma escolha dos engenheiros.

A variabilidade de desempenho do W12 nos três dias foi confirmada como mais um problema. Essa variável dificultava ainda mais a ideia do desempenho geral não só de quem observava de fora, mas também das próprias equipes.

Na verdade, às vésperas do GP do Bahrein, não há ranking das hierarquias confirmadas pelos números, e sim um sentimento de ganhador durante as sessões, segundo o qual a Red Bull começa no papel de favorita para a primeira etapa do calendário de 2021. E a Mercedes? É uma variável, já que o W12 parece maluco, pelo menos nessa primeira fase.

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Roberto Chinchero
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Lewis Hamilton
Valtteri Bottas
Mercedes
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