A FIA admitiu às equipes de Fórmula 1 que a polêmica decisão de dar uma reprimenda a Max Verstappen por um dos incidentes de bloqueio no quali de Singapura foi um erro.

Foi confirmado que o holandês deveria ter recebido a penalidade padrão de três posições de grid por uma de suas duas infrações, o que o teria derrubado de 11º para 14º no grid.

Significativamente, a FIA também prometeu que a decisão de Verstappen não será usada como precedente e será, de fato, apagada da base de dados de incidentes passados a que os comissários se referem quando tomam decisões.

Verstappen foi alvo de três investigações de bloqueios em Singapura, incluindo uma por atrapalhar Yuki Tsunoda na pista, outra por bloquear Logan Sargeant e uma terceira por esperar no final do pit lane com uma fila de carros atrás dele quando tentando criar uma diferença para os carros que já haviam saído.

Imediatamente após a classificação, até o próprio Verstappen esperava receber pelo menos uma penalidade e assumiu total responsabilidade pelo incidente de Tsunoda.

Questionado sobre isso pelo Motorsport.com, o holandês disse: “Sim, isso não foi bom. Não o vi por que estava no rádio falando sobre qual era o problema”.

No evento, ele escapou da sanção pelo incidente com Sargeant e recebeu reprimendas por segurar Tsunoda e por esperar no pit lane, enquanto Sargeant recebeu uma reprimenda por um incidente separado envolvendo Stroll.

O fato de não ter recebido uma mensagem de rádio sobre Tsunoda foi considerado uma circunstância atenuante e a equipa foi multada em 5.000 euros.

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Photo by: Erik Junius

O assunto surgiu na reunião de chefes de equipe desta sexta-feira em Suzuka, e o comissário Matteo Perini – que esteve em Singapura e está dando continuidade no Japão – admitiu que, em análise, a decisão de repreensão na pista dada a Verstappen deveria ter sido uma penalidade no grid.

Além disso, Sargeant provavelmente deveria ter sido punido por um incidente separado envolvendo Lance Stroll, embora houvesse outras circunstâncias em seu caso.

Significativamente, Perini confirmou que a decisão sobre Verstappen não seria usada como precedente no futuro, e também que a falta de aviso de rádio nos carros que se aproximam não deveria ser vista como circunstâncias atenuantes que protegem o piloto de uma punição mais grave.

Em relação ao incidente no pit lane, os comissários de Singapura ainda apoiam a decisão original de repreender, já que esperar no pitlane não está expressamente proibido nas regras - mas disseram à FIA que deveria haver um regulamento que abrangesse tais circunstâncias.

Embora as equipes e os pilotos agora tenham clareza, eles também podem questionar o fato de que Verstappen começou três posições acima em Singapura do que deveria e, portanto, potencialmente obteve pontos valiosos.

As reprimendas foram uma surpresa para as equipes e pilotos rivais, já que tais incidentes levam tradicionalmente a penalidades no grid, com vários representantes das equipes visitando os comissários para discutir o assunto.

Pierre Gasly, que recebeu duas penalidades de três posições na Espanha, foi um dos muitos que ficaram confusos com o resultado.

"Houve decisões duras contra mim, com uma punição de seis lugares em Barcelona este ano por bloqueio, e foi definitivamente muito menos do que vi ontem", disse ele após a corrida de Singapura.

"Talvez agora isso seja permitido. Não sei, vou perguntar."

Lando Norris foi outro piloto que não entendeu as decisões.

“Acho que deveria haver penalidades mais severas por bloquear pessoas, porque muitas pessoas fazem isso”, disse ele no Japão nesta quinta-feira. “Isso estraga sua volta, estraga sua qualificação.

“Ninguém parece se importar o suficiente. E isso aconteceu muito nesta temporada, já aconteceu comigo algumas vezes, especialmente com alguns times.”