F1: 'Pesadelo' dos pilotos na década de 1980 pode ter voltado com novos carros; entenda

Regulamento revisado da categoria deve obrigar equipes a montar uma suspensão mais rígida, que já incomodou competidores no passado

Aston Martin AMR22

O foco da nova era de regras da Fórmula 1 tem sido o efeito solo aerodinâmico que deve ajudar a melhorar as corridas. No entanto, à medida que equipes e pilotos começaram a se aprofundar nos novos carros, a realidade de um modelo de manuseio totalmente diferente, com suspensão rígida e o risco de não ser agradável - como nos anos 1980 - veio à tona.

Depois de anos de escuderias com sistemas complexos de suspensão ajustados para melhorar a guiada, preservar os pneus e passar sem problemas pelas zebras, os competidores podem enfrentar uma experiência mais brutal em 2022.

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A mudança para um conceito de efeito solo colocou um prêmio no gerenciamento do fluxo de ar sob o carro através dos túneis de Venturi, e a melhor maneira de maximizar isso é colocar o assoalho o mais baixo possível.

Para conseguir, as equipes terão que endurecer muito a suspensão – e isso pode ser um pouco ruim para os pilotos.

O diretor técnico da Aston Martin, Andrew Green, falou de carros com uma sensação de kart devido à falta de movimento da própria suspensão, mas isso não significa necessariamente que eles serão tão divertidos quanto os karts.

Daniel Ricciardo espera que o manuseio complicado e o amortecimento 'duro como pedra' não estraguem as coisas para os pilotos.

"Pode ser de duas maneiras", disse ele, quando questionado pelo Motorsport.com se os novos veículos poderiam ser um pouco difíceis de guiar. "Se você olhar para a Indy, especialmente fora dos ovais, eles estão 'lutando' o tempo todo. Para mim parece divertido, mas outros podem sentir: "Não consigo lidar com isso!". Então, há diversão, mas também desafios."

Daniel Ricciardo, McLaren

Daniel Ricciardo, McLaren

Photo by: Zak Mauger / Motorsport Images

"Acho que a guiada vai ser pior, mas espero que não seja tão ruim e que não fiquemos literalmente com dor de cabeça ao pilotar. Ninguém gosta de tentar se concentrar nessa situação, mas foco no lado feliz/divertido, numa perspectiva do 'copo meio cheio' de como será."

No entanto, não é apenas a suspensão mais rígida que será um problema para os pilotos, porque a forma como o efeito solo produz downforce em diferentes velocidades, além da troca de pneus, será bem diferente de como as coisas eram nos últimos anos.

Sebastian Vettel, da Aston Martin, acha que os carros serão mais rápidos - graças aos pneus ​​- e que haverá um grande contraste entre curvas de baixa e alta velocidade.

"Acho que a expectativa é que a velocidade seja um pouco maior nas retas", comentou o tetracampeão. "Imaginamos que seja muito dependente da velocidade. Isso significa que em curvas rápidas creio que teremos muito downforce, em curvas lentas menos."

Sebastian Vettel, Aston Martin, on the grid

Sebastian Vettel, Aston Martin, on the grid

Photo by: Jerry Andre / Motorsport Images

"Como isso será combinado com os pneus e a sensação na pista, como os carros serão conduzidos, eu não sei. No momento, podemos apenas adivinhar um pouco."

"Já ouvimos no teste do ano passado que os pneus mudam o comportamento de direção e que a zona limite não é tão ampla nesse aspecto. Então, quando a aderência cai, você escorrega mais rápido ou perde o carro mais rápido. Leva mais tempo para pegar o jeito. Temos que estar prontos para ser surpreendidos."

Então, poderia a F1 estar prestes a embarcar em uma repetição da era do efeito solo no início dos anos 1980, quando a suspensão super rígida e o manuseio brutal significavam que os carros não eram tão divertidos de dirigir?

O diretor técnico da McLaren, James Key, não acha que as coisas vão ficar tão ruins, mas admite dificuldades. No entanto, tem certeza de uma coisa: que os pilotos não se importarão com o quão ruim os carros se sentirão se acabarem vencendo corridas.

James Key, Technical Director, McLaren, on the pit wall

James Key, Technical Director, McLaren, on the pit wall

Photo by: Steven Tee / Motorsport Images

"O efeito solo leva você a trabalhar em uma faixa estreita", disse ele. "Não é desejável do ponto de vista da dinâmica do veículo ou do ponto de vista da degradação dos pneus, pois todas essas coisas desempenham um papel."

"O conforto do piloto é certamente um desses fatores, mas acho que eles não se importariam com um pouco de desconforto se o carro for mais rápido!"

"Tenho certeza de que será o caso de se acostumar com a configuração. Se as suspensões precisam ser realmente rígidas, só descobriremos à medida que o processo de desenvolvimento continuar, mas espero que não seja tanto."

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Jonathan Noble
Fórmula 1
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