F1: Por que Verstappen, assim como Schumacher e Senna, raramente pede desculpas?
Christian Horner admitiu que Max se desculpou com Russell após o caótico GP da Espanha

Depois do GP da Espanha, Max Verstappen manteve a mesma opinião em todas as entrevistas que deu sobre o incidente com George Russell, que lhe rendeu uma punição de 10 segundos e três pontos na superlicença da Fórmula 1. Foi apenas na segunda-feira (2), que o piloto fez uma publicação assumindo a culpa pela batida, mas sem se desculpar de fato. Por quê? Por que é tão difícil para os competidores pedirem desculpas por seus erros?
A escolha de palavras de Verstappen em sua publicação foi no mínimo interessante. O piloto assumiu que a manobra não deveria ter acontecido da maneira como aconteceu, mas em nenhum momento deixou claro se estava pedindo desculpas a Russell ou não.
"Tivemos uma estratégia empolgante e uma boa corrida em Barcelona, até a saída do safety car", postou Verstappen no Instagram.
"Nossa escolha de pneus até o final e algumas manobras após o reinício do safety car alimentaram minha frustração, levando a uma manobra que não foi certa e não deveria ter acontecido".
A maneira como o texto foi escrito e colocado deixa aberta as interpretações do público. Enquanto parte entende que foi um "foi mal", alguns entenderam como se fosse apenas uma tentativa de amenizar a pressão e críticas. Faltou a clareza de um pedido de desculpas completo, que poderia ter colocado um ponto final no incidente.
Christian Horner, por outro lado, decidiu fazer outra publicação, deixando claro que Verstappen se desculpou com Russell no fim das contas, tentando dar um fim a história que segue reverberando.
O texto de Horner é claro - o holandês pediu desculpas -, mas se Verstappen realmente pediu desculpas à equipe, por que não se manifestou publicamente?
Houve semelhanças entre seu comportamento e o de Sebastian Vettel, quando ele bateu sua Ferrari na Mercedes de Lewis Hamilton no GP do Azerbaijão de 2017 quando ficou frustrado com a equipe.
No GP da Áustria que se seguiu, o alemão divulgou uma declaração dizendo que havia exagerado no calor do momento. "Foi o movimento errado, a decisão errada. Foi uma manobra errada pilotar ao lado dele e bater em seu pneu...", mais uma vez, sem chegar a um pedido de desculpas completo.
Foram necessárias três tentativas na coletiva de imprensa para que Vettel aceitasse parte da culpa antes de acrescentar: "Eu exagerei. A intenção não era bater nele [Hamilton], nem danificar seu carro, foi em baixa velocidade, mas, olhando para trás, foi a coisa errada a fazer, foi perigoso, além de ter sido desnecessário, pois não ganhei nada com isso".
Na verdade, Vettel só se desculparia totalmente com Hamilton cinco anos depois, em sua última corrida de F1, no GP de Abu Dhabi de 2022. Enquanto conversavam sobre sua rivalidade ao longo dos anos, Vettel interveio e disse: "Na verdade, eu sinto muito, a resposta é sua. Acho que Baku não foi um grande momento para mim, porque o que eu fiz não estava certo".
Então, por que é tão difícil para alguns pilotos pedir desculpas?
Não é o caso de todos.
Hamilton pediu desculpas a Oscar Piastri no GP da Itália de 2023, dizendo que não foi intencional e que é isso que os "cavalheiros fazem".
Russell pediu desculpas a Valtteri Bottas depois que eles colidiram Ímola em 2021, dizendo que ele não estava provando ser um bom modelo para os jovens. E, recentemente, Alex Albon cobrou a conta de Russell por suas táticas de direção lenta no GP de Mônaco.
Uma explicação poderia ser que a relutância de Verstappen em se desculpar faz parte de sua personalidade. Muito se falou sobre sua educação difícil e isso claramente fez parte de sua mentalidade de corrida. Sua força mental foi elogiada no passado, talvez tanto quanto lhe rendeu críticas.
Outra sugestão pode ser uma tática de defesa, pois suas palavras nas mídias sociais parecem, de fato, atribuir a culpa em outra direção.
Talvez, como Vettel, seja essa a atitude necessária para conquistar quatro títulos na F1? Ao nunca admitir que estava errado - pelo menos publicamente - um piloto pode manter a mentalidade de estar certo.
Outro fator pode ser que, ao se desculpar, isso pode ser percebido e interpretado como uma fraqueza por seus rivais - um instrumento para agredi-lo ainda mais. Seja qual for o motivo de ele não ter pedido desculpas a Russell, a questão é: isso realmente importa?
Outros pilotos que não costumavam pedir desculpas na F1 incluem nomes como Michael Schumacher e Ayrton Senna, que continuam sendo heróis para muitos. Pode ser importante para os comentaristas, os críticos e a sociedade como um todo, mas, em última análise, não é importante para Verstappen - caso contrário, ele teria dito isso.
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